sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ações e reações

Desde o caso Isabella, as massas têm sido um tubo de ensaio para a mídia na manipulação de seus sentimentos. Cheguei a pensar, em alguns momentos do referido caso, que a população iria partir para o linchamento público. Juro que pensei.
Agora, acabamos de presenciar o seqüestro de uma jovem de apenas quinze anos pelo namorado em Santo André, o “A” do ABC paulista, o produto mais bem acabado do capitalismo selvagem no Brasil.
Mas o problema maior é a velha questão do “ao vivo e a cores”. E, neste caso, levanto a questão de até que ponto presenciar o passo-a-passo dos acontecimentos seja bom ou não. Com este questionamento, longe de mim estar a pretender estabelecer um cerceamento da ação jornalística, mas apenas propor regulamenta-la. Como? Sem dúvida está a existir um abuso da “imprensa marrom” em busca da audiência a qualquer custo, tendo como público-alvo o pequeno burguês fascistóide das grandes cidades brasileiras.
Reações da população em momentos assim são incontroláveis. No dia em que o povo resolver pela execução sumária e a justiça pelas próprias mãos de assassinos como o rapaz de Santo André ou o casal Nardoni, não se vai poder reclamar. Aliás, para certos setores do jornalismo, será a glória, pois essas são as suas intenções visíveis.

8 comentários:

  1. Muito oportuna esta tua postagem, porque concordo que o poder da mídia é uma arma de dois gumes!!!
    Assim que soube do 'trágico desfecho' do seqüestro que mobilizou o país de norte a sul, pensei nisto.
    Li também o teu comentário no post anterior, e aqui entre nós, fizestes uma péssima tradução em 'portumão' ou talvez 'aleguês'(rs) de "os últimos serão os primeiros".

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  2. Muita água vai rolar neste epílogo...
    Quanto a meus conhecimentos da língua germânica, não os tenho mesmo. Fui no dicionário e traduzi "últimos" e "primeiros", mas claro que sei que não é nada daquilo.
    Eine Spiel...

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  3. Pior de tudo é que fica clara a intenção de certos meios de comunicação. pelo menos (mesmo que não querendo) dando uma cobertura tão intensa que parece que não existe mais nada além disso no mundo.
    A Rede Record foi assim no caso Isabela e agorarepetiu a dose.
    Anselmo Frasão

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  4. Na Record passa a ser a razão de ser da emissora.

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  5. Ia passando batido por essa sua matéria. Um assunto em pauta demais. Se deve tudo isso a ineficiência total da polícia. Mais uma vez parece que não aprenderam nada com experiências como a do sequestro do ônibus no Jardim Botânico.

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  6. Sem dúvida.
    Mas o que me chama mais a atenção é o comportamento da imprensa (marrom) ao explorar o acontecimento de forma sensacionalista.

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  7. Independente de sensalionalismos da imprensa, estou muito chocada com o que aconteceu com a Eloá.
    Que coisa horrível!

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  8. Creio que todos nós.
    Afinal, a imprensa divulga e nos envolve.

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