Estava no YouTube a rever alguns momentos inesquecíveis da deusa Leny Andrade – links abaixo –, quando caiu a ficha do quanto a Bossa Nova está a ficar velha. Todavia, pensei, o quê foi feito de lá pra cá. O quê se somou para além dela? Sério, isso é mesmo uma coisa muito séria!
Contemplo o panorama da música (1) nos dias de hoje e me entristece o que vejo ao redor. Aí vão dizer que sou velho, saudosista e os cambáu. Posso até ser, mas tenho lá minhas razões para isso. Gente, eu vi, ao vivo e a cores surgirem talentos no Brasil e no mundo. Juro que vi! Acredite se quiser, sou da época que você ligava o rádio ou assistia algum programa na TV e presenciava alguém novo, como um Milton Nascimento, um Tom Jobim, ou um Chico Buarque. E que tal uns Beatles ou uns Rolling Stones? E via também, até, despencarem os Elvis Presleys da vida.
Mas, de Leny a gente fica com a bossa à flor da pele. Algo que transcende a simples sonoridade, algo que respira ritmo, que exala ritmo. Nos mínimos detalhes, nos mínimos gestos Leny Andrade é a mais pura bossa. Assim como Tom o foi, ou Vinícius... ela é a sobrevivente de uma geração maravilhosa que abraçou a música com carinho e paixão. Uma intensa paixão. A última vez que a assisti foi há mais de trinta anos em “Gemini V”, um show imperdível, eu diria mais, insubstituível. Porque têm coisas e pessoas no mundo que são insubstituíveis. E uma delas é Leny, musa de todas as bossas.
Agora, tá bem, se a Bossa Nova está velha, se eu estou idem, aqui entre nós, o bando de imbecis que anda por aí, a achar que compõe, que interpreta, que se cale para sempre... ou faça alguma coisa melhor! Se puder...
Este primeiro é de Leny com o maravilhoso The Stephanie Ozer Quintet:
http://br.youtube.com/watch?v=SVlPoSgcw88&feature=related
O segundo é dela com o também imbatível Pery Ribeiro:
http://br.youtube.com/watch?v=FfDQfPHoYSw
(1) Da música, do cinema, do teatro... em que lugar foi parar a cultura?
Contemplo o panorama da música (1) nos dias de hoje e me entristece o que vejo ao redor. Aí vão dizer que sou velho, saudosista e os cambáu. Posso até ser, mas tenho lá minhas razões para isso. Gente, eu vi, ao vivo e a cores surgirem talentos no Brasil e no mundo. Juro que vi! Acredite se quiser, sou da época que você ligava o rádio ou assistia algum programa na TV e presenciava alguém novo, como um Milton Nascimento, um Tom Jobim, ou um Chico Buarque. E que tal uns Beatles ou uns Rolling Stones? E via também, até, despencarem os Elvis Presleys da vida.
Mas, de Leny a gente fica com a bossa à flor da pele. Algo que transcende a simples sonoridade, algo que respira ritmo, que exala ritmo. Nos mínimos detalhes, nos mínimos gestos Leny Andrade é a mais pura bossa. Assim como Tom o foi, ou Vinícius... ela é a sobrevivente de uma geração maravilhosa que abraçou a música com carinho e paixão. Uma intensa paixão. A última vez que a assisti foi há mais de trinta anos em “Gemini V”, um show imperdível, eu diria mais, insubstituível. Porque têm coisas e pessoas no mundo que são insubstituíveis. E uma delas é Leny, musa de todas as bossas.
Agora, tá bem, se a Bossa Nova está velha, se eu estou idem, aqui entre nós, o bando de imbecis que anda por aí, a achar que compõe, que interpreta, que se cale para sempre... ou faça alguma coisa melhor! Se puder...
Este primeiro é de Leny com o maravilhoso The Stephanie Ozer Quintet:
http://br.youtube.com/watch?v=SVlPoSgcw88&feature=related
O segundo é dela com o também imbatível Pery Ribeiro:
http://br.youtube.com/watch?v=FfDQfPHoYSw
(1) Da música, do cinema, do teatro... em que lugar foi parar a cultura?
8 comentários:
Como tens razão em tua indignação frente a estes que aí estão e não fazem nada para melhorar o cenário da música brasileira.
Vivestes momentos marcantes. Esta tua geração foi privilegiada. Eu que o diga, pois, 10 anos a menos, peguei a rabada de tudo isto. De tudo o que foi aquela década de 60, maravilhosa para todas as artes, do cinema à música.
E a Bossa Nova, representada aqui por nada mais nada menos do uma de suas grandes intérpretes, ainda foi a grande tomada de posições da Música Popular Brasileira. Ela fez Sinatra sair de seu pedestal de ouro pra cantar ao lado de Tom o hino Garota de Ipanema. Porque, como Aquarela do Brasil, é um hino e não uma musica qualquer.
E por isto estou aqui colocando meu posicionamento nesta tua postagem.
Leny Andrade, Pery Ribeiro, João Gilberto, Silvinha Telles, entre tantos outros, fazem parte de um momento particular da história da música brasileira. O que temos hoje? Jobim, grande, imenso, Menescau, Carlos Lyra, Vinicius, Boscoli, Johnny Alf (um precursor, que adoro), Baden Powell, João Donato, Chico Buarque de Holanda, enfim uma turma da 'pesada' que desapareceu e os sobreviventes não têm mais o vigor de antigamente, porque faziam parte de um 'momento', do 'espírito de uma época'. Detesto o que se está aí a ouvir, os intragáveis sertanejos, o axé insuportável. Fico com a Bossa Nova e se é nostalgia assumo-a com o maior orgulho e dignidade. Fico, por outro lado, com Cole Porter, Louis Armstrong, George e Ira Gershwin, Irving Berling, Miklos Rosza, Henry Mancini, Bernard Herrmann, Victor Young, Elmer Bernstein, Frank Sinatra, Billie Holliday, Elza Fitzgerald, o jazz, glorioso. Os novos compositores, esta a verdade, deveriam parar de produzir para que somente pudéssemos ouvir os do passado.
A bossa nova tem seu lugar na música não só do Brasil mas do mundo.
Minha indignação vai contra esses compositores que estão aí com músicas sertanejas e otras 'cositas más', e que não têm o menor valor.
Não somam e não acrescentam nada à cultura.
Sim, André. Além da Bossa Nova tem o jazz (que aliás são gêneros que t~em muito a ver) e mesmo o bom Rock, como no caso dos Beattles.
Isto sem contar as excelentes trilhas sonoras de cinema, que criaram uma escola de musicalidade.
Ouvir o trabalho de um Bernard Herman ou Nino Rota é algo simplesmente maravilhoso.
Como disse a Ieda, o fato de Frank Sinatra (the voice) ter cantado "Girl from Ipanema" ao lado de Jobim, mostra a importância mundial da Bossa Nova...
É mesmo o fino da bossa!
Aproveitaste um título bacana, Mary.
Postar um comentário