Publiquei este post no Pensatas, um domingo em janeiro de 2008. Estou a republicá-lo neste Novas Pensatas, também num domingo, pouco mais de um ano depois.
Num domingo qualquer, qualquer hora... pegávamos o carro e subíamos o D’Ouro. Este passeio foi um prazer que se repetiu, sei lá eu quantas ocasiões, nos anos em que moramos em Portugal. Às vezes fazíamos uma viagem rápida. Outras adentrávamos rio acima e o destino era Peso da Régua. Um programa de um dia inteiro, que incluía o almoço naquela cidade. Sempre me recordo de alguns embutidos e um Arroz de Mariscos impecável que lá comi em determinada ocasião.
Mas, qualquer que fosse o passeio, o agradável clima mediterrâneo daquela terra ajudava uma viagem cuja paisagem era sempre exuberante e variada. O D’Ouro tem às suas margens bosques, vinhedos, e constantemente montanhas. No inverno, a névoa fria encobre muitas de suas curvas, mas lhe acrescenta um charme poético e misterioso. Nas temporadas de caça, era muito comum vermos caçadores com suas armas a tiracolo e algumas lebres ou aves penduradas no alforje. Em muitas ocasiões, seguíamos o curso do rio por pouco mais de uma hora e retornávamos logo acima de Rio Bravo, uma aldeia que eu sempre dizia, mais parecia estar num filme de John Ford.
Mesmo no Porto, o rio visto do Cais da Ribeira, ou da margem oposta, em Vila Nova de Gaia, é deslumbrante e inesquecível. Gostávamos de almoçar aos domingos naquele bairro ribeirinho, onde proliferam excelentes restaurantes rodeados de vetustas construções com centenas de roupas penduradas em suas sacadas, tendo como pano de fundo os barcos Rabelos e a ponte Dom Luiz. Por vezes, após as refeições, descíamos em direção à foz para ter a emoção de encontrar o mar, de forte significado para um povo que dele fez a sua grande razão de ser.
O por do sol no D’Ouro é uma das visões mais impressionantes que jamais assisti. Daí se compreende o nome do rio, porque o dourado que dele emana reflete e contagia tudo em torno, transformando e tornando mágica a sua existência. D’Ouro. Nem mesmo o tempo pode apagar todas as belezas que se revelaram ao contemplá-lo. Como dizem os portugueses: “algo a não esquecer!”.
Num domingo qualquer, qualquer hora... pegávamos o carro e subíamos o D’Ouro. Este passeio foi um prazer que se repetiu, sei lá eu quantas ocasiões, nos anos em que moramos em Portugal. Às vezes fazíamos uma viagem rápida. Outras adentrávamos rio acima e o destino era Peso da Régua. Um programa de um dia inteiro, que incluía o almoço naquela cidade. Sempre me recordo de alguns embutidos e um Arroz de Mariscos impecável que lá comi em determinada ocasião.
Mas, qualquer que fosse o passeio, o agradável clima mediterrâneo daquela terra ajudava uma viagem cuja paisagem era sempre exuberante e variada. O D’Ouro tem às suas margens bosques, vinhedos, e constantemente montanhas. No inverno, a névoa fria encobre muitas de suas curvas, mas lhe acrescenta um charme poético e misterioso. Nas temporadas de caça, era muito comum vermos caçadores com suas armas a tiracolo e algumas lebres ou aves penduradas no alforje. Em muitas ocasiões, seguíamos o curso do rio por pouco mais de uma hora e retornávamos logo acima de Rio Bravo, uma aldeia que eu sempre dizia, mais parecia estar num filme de John Ford.
Mesmo no Porto, o rio visto do Cais da Ribeira, ou da margem oposta, em Vila Nova de Gaia, é deslumbrante e inesquecível. Gostávamos de almoçar aos domingos naquele bairro ribeirinho, onde proliferam excelentes restaurantes rodeados de vetustas construções com centenas de roupas penduradas em suas sacadas, tendo como pano de fundo os barcos Rabelos e a ponte Dom Luiz. Por vezes, após as refeições, descíamos em direção à foz para ter a emoção de encontrar o mar, de forte significado para um povo que dele fez a sua grande razão de ser.
O por do sol no D’Ouro é uma das visões mais impressionantes que jamais assisti. Daí se compreende o nome do rio, porque o dourado que dele emana reflete e contagia tudo em torno, transformando e tornando mágica a sua existência. D’Ouro. Nem mesmo o tempo pode apagar todas as belezas que se revelaram ao contemplá-lo. Como dizem os portugueses: “algo a não esquecer!”.
8 comentários:
Gostei muito desta pensata desde a primeira vez que tu publicastes.
Você descreve com riqueza de detalhes o percurso que fez no rio Douro, cuja fama de beleza é conhecida em todo mundo. Achei muito demais a cidade (ou aldeia) que saiu de um western do Jonh Wayne. Tem tudo a ver. Parabéns porque tem postagens que mercecem ser republicadas.
Embutido é muito usado em Portugal. Aqui a gente sabe o que é, mas não usa demais a palavra.
Digo isso porque tenho um amigo português e ele sempre fala em embutidos. Já colegas brasileiros não falam tanto.
Também gosto porque recordações daquele passeio são muito vivas para mim.
Lembro-me de curvas, retas, dos caminhos, ora subindo, ora descendo quase sempre à margem do rio. E eram poucos os trechos em que não víamos o rio.
Rio Bravo... realmente uma cidade com nome de filme de faroesta, não é?
Sim, a expressão é bastante comum em Portugal, mas, creio que também muito usada no Brasil. Pelo menos aqui no Rio.
Jacques Aumont, um dos destacados penadores de cinema na atualidade, é assim que a Cosacnaify o apresenta, nos apresenta em O olho interminável, um conjunto de ensaios sobre o cinema e a pintura. Lendo seu ensaio repleto de lembranças sobre o D'Or me fez querer ver ao vivo e cores as aldeias que você descreve. Aumont fez mais concessões ao falar sobre luz e cor, pintura e cinema, nos permitindo observar algumas imagens. Seria como caminhar com as imagens pelas margens e trechos do rio, tal como nos filmes de John Wayne. A antiga querela entre imagem e texto sobrevive, pelo menos pra mim.
É "inenarrável" o passeio pelo Douro. Eu até tentei passar --com emoções-- aquilo que senti, claro que acrescidas de uma forte dose nostálgica e saudosa, que, creio me ajudou muito na narração deste texto.
Postar um comentário