Presos políticos no Estádio Nacional em Santiago (1973) |
Desde a Independência das
colônias espanholas e portuguesa, no início do século XIX, e da proclamação da
Doutrina Monroe, em 1823, os Estados Unidos consideram que a América Latina deve
estar na sua área de influência e hegemonia.
Sobre a América Central e o
Caribe os Estados Unidos estabeleceram o seu domínio com a conquista pela força
armada de mais da metade do território do México, em 1848; com as seguidas
intervenções e longas ocupações militares na Nicarágua, no Haiti, na República
Dominicana e outros países; com a conquista de Cuba e de Porto Rico à Espanha;
com a promoção da secessão do Panamá, em 1903, e a construção do Canal, com sua
Zona de ocupação militar permanente, que perdurou até o ano 2000.
Sobre a América do Sul, os
Estados Unidos demorariam a estabelecer a sua hegemonia, em parte devido à
maior dimensão dos Estados e em parte devido à presença financeira, comercial e
política inglesa até o fim da Primeira Guerra Mundial.
O corolário à doutrina Monroe, de
autoria de Teodoro (Ted) Roosevelt, belicoso tio de Franklin Delano, em que os
Estados Unidos se arrogavam o direito de intervir em qualquer país do
Continente que se revelasse incapaz de manter a ordem (isto é, os interesses estadunidenses)
e o êxito em incluir a Doutrina Monroe entre os princípios do tratado que criou
a Liga das Nações, em 1919, revelaram claramente a visão ianque da América
Latina.
O primeiro regime militar a ser
instalado na execução da nova política foi o do Brasil, em 1964, em que houve
ampla participação dos EUA na preparação do golpe, inclusive na escolha do novo
presidente, o marechal Castelo Branco, amigo do adido militar americano, Vernon
Walters, segundo os documentos revelados pelos Estados Unidos.
Os Estados Unidos articularam a
ascensão ao poder de uma das ditaduras mais cruéis, violentas e implacáveis da
América Latina, comandada pelo General Augusto Pinochet, pelo jornal “El
Mercúrio” e pela aristocracia chilena.
O apoio brasileiro (leia-se
governo militar) ao golpe chileno foi imediato e prolongado no tempo, assim
como o apoio norteamericano e dos países europeus.
Um bom "adendo". Uma boa complementação à postagem de ontem!
ResponderExcluirSim, um adendo também às intervenções do imperialismo ianque na América ibérica, que constou de outra postagem sobre o assunto..
ResponderExcluirA Doutrina Monroe: "A América para americanos", em inglês: “America for americans” é uma visão chauvinista do poder dos poderosos e ‘anglo-americans’ do norte sobre os pobres e latino-americanos do sul. Nada mais, nada menos do que isso. ‘Simple like that’, como eles costumam dizer!
ResponderExcluirEste complemento foi muito importante pela visão mais ampla dos fatos.
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