quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Dia das Bruxas # 4

Em tempos de violência institucionalizada,
a repressão do "Coiso".


Dia das Bruxas # 3

Fechou o tempo com estes tarados à solta!
   

Dia das Bruxas # 2

Encontro entre Eliseu Padilha e
Onix Lorenzoni, ministros chefes das Casas Civis
de Temer e Bolsonaro.

     

Dia das Bruxas # 1

Reunião de equipe do "Coiso" preparando-se
para o futuro!
  

Lady Gaga em: “Brilha uma Estrela”


Ontem fui assistir "Nasce uma Estrela", e me surpreendi com o desempenho de Lady Gaga como atriz cinematográfica. Ela, que para mim era apenas mais uma popstar ao lado das Beyoncês e Anittas da vida!

Bem, é a quarta vez que a história chega aos cinemas. A primeira foi em 1937, estrelada por Janet Gaynor. Em 1954, foi a vez de Judy Garland. Já a versão de 1977 teve à frente Barbra Streisand. Agora chegou a vez de Lady Gaga emocionar o público com esta emocionante história de amor.

Nesta nova versão, tal e qual na de 1977, os personagens são cantores, e não atores como nas duas primeiras. Gaga vive Ally, uma garota cujo sonho é ser cantora, e que se apresenta em clubes noturnos. Certa noite, um clube em que se apresentava recebe a visita de Jackson Maine, um astro da música. Ele, de imediato nota o talento da jovem e resolve ajudá-la em seu sonho.

Na releitura da trágica história de amor, Cooper interpreta este experiente músico que descobre a artista desconhecida, por quem se apaixona. Ela está prestes a desistir, mas Jack a convence a mudar de ideia. No entanto, apesar de a carreira de Ally decolar, o relacionamento pessoal entre os dois começa a degringolar à medida que Jack tenta lutar contra o álcool e as drogas.

Vencedora de um Globo de Ouro por seu trabalho em "American Horror Story", Lady Gaga consolida-se e brilha de forma definitiva como atriz, pois é, sem dúvida, a melhor atuação de sua carreira. Quanto a Cooper, para além de protagonista é o diretor do filme.


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Procura-se um comunista, desesperadamente

Manifestação do Partido Comunista Português em Lisboa no dia 1º de março de 1975



Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de “Big Jato” (Companhia das Letras), entre outros livros. Na tv, apresenta o programa Cine Foot, no Canal Brasil, escreveu este excelente texto que aqui reproduzo:



Não vale um médico cubano, um venezuelano da fronteira, falo do comunismo que assombra a família brasileira no WhatsApp

Procura-se um comunista, no desespero do momento histórico. Sério. Procura-se um comunista para uma cerveja, um vinho, um rabo-de-galo, uma pinga, uma catuaba, o que vale é comoção do encontro. A legenda da foto do Instagram está pronta: um brinde ao lado do último comunista brasileiro. O problema é achar o personagem.

Procura-se esse comunista e esse comunismo que tanto assombra a família brasileira nas correntes de WhatsApp - sejam nos grupos amadores e espontâneos ou nas milícias virtuais do caixa 2 de Bolsonaro, conforme reportagem da “Folha”.

Não vale esse suposto, teórico e pseudo-comunismozinho do PT, partido nascido nos sindicatos e nas comunidades eclesiais de base da Igreja Católica, uma legenda carola por excelência, democrata-cristã demais da conta, papa-hóstia. Muito capitalista e burguês para o meu gosto.

Religião e política, nunca discutimos tanto. Tem uma lorota dessa natureza que circula desde as eleições de 1989: os comunas irão pintar a estátua do padre Cícero, no meu Cariri natal, de vermelho. A fake news “de raiz” faz sucesso até hoje.

Cada vez que vejo essa paranoia do comunismo renovada, tento achar pelo menos um velho amigo dessa turma. Impossível tomar uma carraspana com um autêntico comunista. Nem mesmo no Maranhão, onde o PC do B faz um governo de grande aceitação popular e derrotou o império do Sarney, existe mais esse personagem folclórico. Hei de encontrar algum lá no Chico Discos, o bar e sebo dos vinis e livros mais incríveis de São Luís. Que São José do Ribamar me ajude.

Procura-se um comuna para uma cuba-libre, para uma vodka ainda nesse outubro do aniversário da Revolução Russa. Risos. Mais risos. Quem disse que eu encontro? Quem sabe no Bip Bip do Alfredinho, o botequim de resistência carioca, ai de nós, Copacabana, nesse perigo da hora.

Ah, já sei, talvez encontre uma alma perdida em Jaboatão dos Guararapes, a “Moscouzinho” pernambucana, cidade que elegeu o primeiro prefeito vermelho do Brasil, o médico Manoel Calheiros, em 1947. Quem sabe, quem dera, caríssimo Gilvan Barreto.

Por favor, me ajude, amigo leitor, nessa busca. Falo de um comuna roots, um comuna-jurubeba, não vale um socialistazinho de araque, não vale o que sobrou da esquerda clássica das boas e humaníssimas causas, quero um comunistão digno da paranoia das fake news, um monstro devorador de criancinhas, não vale um psolista do socialismo moreno, sem essa, desejo um papa-figo que assombra a família brasileira. Desculpe, leitor, mas essa paranoia do comunismo, é uma comédia, me divirto em um momento grave, digo, só rindo para aguentar a barra e não deprimir mais ainda.

Comunista de raiz mesmo, só nas vilas do Alentejo, em Portugal, para onde os brasileiros endinheirados fogem com medo do falso comunismo tupiniquim. Ah, essa terra ainda vai cumprir seu ideal, xará Buarque.

Na sua derradeira coluna no jornal “Letras & Artes”, de Lisboa, o escritor Valter Hugo Mãe também se diverte: a brava gente brasileira irá fugir agora com medo do fascismo, mas essa turma tem menos grana para entrar na especulação imobiliária lisboeta. Todo santo dia entopem a caixa postal do autor com ofertas para comprar o seu apartamento, ave palavra suada, sagrado imóvel. Ô Valtinho, és incrível e a ti reservo todo o meu complexo de Édipo.

Opa, havia esquecido, mas o Marechal - Álvaro Costa e Silva para os leitores da 'Folha' e amantes dos livros - lembrou recentemente no seu twitter do último comunista que conheceu: o escriba Fausto Wolff, que se foi deste Brasilzão em 2008. Que inveja, amigo de alta patente. A foto é lirismo só, vocês ali no bar da Maria, delirando sobre Rosa de Luxemburgo, sob um calor carioca de fazer os pinguins fugirem dos cascos de Antarctica.

Pela última vez, apelo, procura-se um comunista, não vale a turma cubana do programa “Mais Médicos”, não vale os venezuelanos de Roraima, exijo um comuna-raiz, não apenas um desses vermelhos que o Bolsonaro prometeu eliminar ou prender na sua fala pública do último domingo - para gozo da plateia na avenida Paulista.

Procura-se. Vivo ou morto.