Parcialmente transcrito da revista Brasil Atual (1), este artigo, originalmente “Golpe em Honduras revela fracasso dos EUA na América Central” é assinado por: João Peres. Por concordar com seu posicionamento, pois a chamada grande imprensa é uma mídia vendida aos interesses da classes dominantes e do império do norte, achei importante que seja divulgado.
“O golpe de Estado contra Manuel Zelaya em Honduras tem como pano de fundo a política dos Estados Unidos para a América Central. Nildo Ouriques, professor do Departamento de Economia e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina, avalia que os fatos evidenciam o fracasso estadunidense (2) em implementar na região a mesma política. Zelaya, eleito em 2005, foi detido por um grupo de militares horas antes do início de uma consulta pública sobre mudanças na Constituição. Depois disso, foi mandado para a Nicarágua, onde foi recebido pelo presidente daquele país, Daniel Ortega, pelo venezuelano Hugo Chávez e pelo equatoriano Rafael Correa...
... O professor lembra que, nos últimos anos, foram instaladas as chamadas “maquiladoras”, indústrias que fazem apenas montagem de produtos e que, do local, utilizam apenas a mão-de-obra. Esse fator levou ao empobrecimento da população de países já enfraquecidos política e economicamente
Somou-se a isso a crise internacional que, ao fechar vagas para os imigrantes nas nações ricas, abalou a segunda fonte de divisas hondurenha: a remessa de dinheiro. “Zelaya, que não é marxista nem comunista, é um sujeito liberal, gradualmente vai tomando posições no sentido de rever a posição que tinha tradicionalmente. Quando ele observa pragmaticamente que a política dos Estados Unidos e das classes dominantes locais não serve, ele dá um segundo passo, que é a necessidade de rever o padrão de democracia liberal, quer dizer, uma democracia representativa. Zelaya decide consultar o povo nas questões estratégicas”, afirma.
É quando, na opinião de Ouriques, o presidente torna-se um “herege” para os Estados Unidos e para a elite de Honduras. O professor acredita que Barack Obama derrubou “lágrimas de crocodilo” (3)...
... Os países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), bloco econômico e político integrado por Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, entre outros, retiraram seus embaixadores de Honduras ...
... O presidente do IELA destaca que cabe ao povo hondurenho mostrar que quer não só a volta de Zelaya, mas o poder de ser ouvido na decisão de pontos fundamentais para o país.
Ainda que um golpe de Estado não ocorresse em Honduras desde 1980, o país vive um bipartidarismo entre duas siglas relativamente próximas no espectro político. Os partidos menores, no geral de centro-esquerda, vinham encontrando crescimento nas províncias mais esquecidas por Partido Liberal de Honduras (PLH, de Zelaya) e Partido Nacional de Honduras (PNH, de Roberto Micheletti, presidente empossado depois do golpe).
Na década de 1980, o embaixador dos Estados Unidos no país foi John Negroponte, que participou da formação das forças militares na região. Negroponte criou e treinou exércitos com base na Escola das Américas, que seguia exatamente o receituário do Serviço de Inteligência estadunidense (CIA, em inglês). Durante o governo George W. Bush, o embaixador foi designado para o Iraque, onde se concentrou a atuação militar dos Estados Unidos nos últimos anos.”
(1) http://www.redebrasilatual.com.br/
(2) A publicação ganhou a minha simpatia por chamar os ianques de estadunidenses. Creio que todo cidadão americano (nascido em qualquer país deste continente) deve fazer um esforço para corrigir este erro abusivo de classificar estadunidenses de “americanos”. E nós, o que somos afinal? Asiáticos ou africanos?
(3) O grifo é meu...
“O golpe de Estado contra Manuel Zelaya em Honduras tem como pano de fundo a política dos Estados Unidos para a América Central. Nildo Ouriques, professor do Departamento de Economia e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina, avalia que os fatos evidenciam o fracasso estadunidense (2) em implementar na região a mesma política. Zelaya, eleito em 2005, foi detido por um grupo de militares horas antes do início de uma consulta pública sobre mudanças na Constituição. Depois disso, foi mandado para a Nicarágua, onde foi recebido pelo presidente daquele país, Daniel Ortega, pelo venezuelano Hugo Chávez e pelo equatoriano Rafael Correa...
... O professor lembra que, nos últimos anos, foram instaladas as chamadas “maquiladoras”, indústrias que fazem apenas montagem de produtos e que, do local, utilizam apenas a mão-de-obra. Esse fator levou ao empobrecimento da população de países já enfraquecidos política e economicamente
Somou-se a isso a crise internacional que, ao fechar vagas para os imigrantes nas nações ricas, abalou a segunda fonte de divisas hondurenha: a remessa de dinheiro. “Zelaya, que não é marxista nem comunista, é um sujeito liberal, gradualmente vai tomando posições no sentido de rever a posição que tinha tradicionalmente. Quando ele observa pragmaticamente que a política dos Estados Unidos e das classes dominantes locais não serve, ele dá um segundo passo, que é a necessidade de rever o padrão de democracia liberal, quer dizer, uma democracia representativa. Zelaya decide consultar o povo nas questões estratégicas”, afirma.
É quando, na opinião de Ouriques, o presidente torna-se um “herege” para os Estados Unidos e para a elite de Honduras. O professor acredita que Barack Obama derrubou “lágrimas de crocodilo” (3)...
... Os países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), bloco econômico e político integrado por Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, entre outros, retiraram seus embaixadores de Honduras ...
... O presidente do IELA destaca que cabe ao povo hondurenho mostrar que quer não só a volta de Zelaya, mas o poder de ser ouvido na decisão de pontos fundamentais para o país.
Ainda que um golpe de Estado não ocorresse em Honduras desde 1980, o país vive um bipartidarismo entre duas siglas relativamente próximas no espectro político. Os partidos menores, no geral de centro-esquerda, vinham encontrando crescimento nas províncias mais esquecidas por Partido Liberal de Honduras (PLH, de Zelaya) e Partido Nacional de Honduras (PNH, de Roberto Micheletti, presidente empossado depois do golpe).
Na década de 1980, o embaixador dos Estados Unidos no país foi John Negroponte, que participou da formação das forças militares na região. Negroponte criou e treinou exércitos com base na Escola das Américas, que seguia exatamente o receituário do Serviço de Inteligência estadunidense (CIA, em inglês). Durante o governo George W. Bush, o embaixador foi designado para o Iraque, onde se concentrou a atuação militar dos Estados Unidos nos últimos anos.”
(1) http://www.redebrasilatual.com.br/
(2) A publicação ganhou a minha simpatia por chamar os ianques de estadunidenses. Creio que todo cidadão americano (nascido em qualquer país deste continente) deve fazer um esforço para corrigir este erro abusivo de classificar estadunidenses de “americanos”. E nós, o que somos afinal? Asiáticos ou africanos?
(3) O grifo é meu...
Só agora vi a tua postagem de hoje.
ResponderExcluirEla veio bem a propósito, porque ontem mesmo estava charlando com um amigo que defendia que os EUA foram contra o golpe ao afirmar que Obama havia feito uma decaração contrária ao movimento.
Respondi que aquilo era puro teatrinho, porque Zelaya estava tomando posições pró-Chavez.
Tem uma cambada ai que acredita em tudo que estes malevas falam.
Sou leitor habitual de seu blog (no seu dizer blogue). Mas nunca comentei anteriormente.
ResponderExcluirQuero dizer para ti que gosto muito de suas posições políticas, coisa rara nesses tempos pelos quais passamos.
O pensameno único não permite às pessoas raciocinarem, refletirem, concluirem.
Também acho Obama um enganador. É a idéia que tenho dels.
Não vai trair os interesses de sua nação. Vai querer, apsar de ser minoria, recuperar o que Bush perdeu tentando ser agressivo.
O Partido Democrata pensa de forma mais liberal.
Mas quer uma expressão pior do que liberal?
É melhor quando a direita se declara do que quando se disfarça.
Kennedy ( Democrata ) invadiu Cuba e agravou-a aumentando a participação americana na guerra do Vietnã, que foi extinta por um Republicano ( Nixon ).
Clinton ( Também Democrata ) estimulou guerras ao redor do mundo.
Quem espera muito de Barack Obama, fale daqui a algusn anos. Eu espero com calma.
José Fernandes
Este é o mundo em que vivemos pós-stalinismo.
ResponderExcluirNinguém apoia qualquer tipo de solução que se oponha à política oficial imposta pela burguesia.
Toda e qualquer manifestação contrária passa a ser associada ao "counismo" (entre aspas mesmo) que aquele fascista implantou em nome de Marx.
Enfim, este é o mundo em que vivemos pós-stalinismo.
Haja vista o PT. Coversa com qualquer militante deste partido (aliás fundado pela CIA) e veja o que eles pensam?
Você está coberto de razões.
ResponderExcluirPor que não comenta mais neste blogue, José Fernades. Seja bem vindo!
Ainda não acredito que Obama seja tão assim como você diz.
ResponderExcluirDá um tempo pro mômi!
Faço minhas as palavras de José Fernandes nestes comentários:
ResponderExcluir"Quem espera muito de Barack Obama, fale daqui a alguna anos. Eu espero com calma."