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Este blogue é uma miscelânea de pensamentos sobre os mais variados assuntos. Tem recuerdos, críticas variadas, abordagens da situação política e social no Brasil e no mundo, pensamentos diversos, contos, lixo cultural. Tudo sem sequência e sem compromisso de continuidade.
sábado, 31 de dezembro de 2016
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Uma praça para Gilda
É muito
importante que se diga que a luta contra preconceitos, desde os raciais até os
sexuais, passando pelos religiosos fazem parte importante no posicionamento das
esquerdas contra o capitalismo discriminatório e fascista em todo o mundo.
A matéria
abaixo fala de um personagem real que viveu em Curitiba. No momento estão
começando a construir uma nova praça naquela cidade (a Praça de Bolso da Gilda)
em homenagem à sua memória. E é necessário o apoio de todos nós, da esquerda
principalmente, para que esta praça torne-se uma realidade.
O Editor
Texto de Washington Cesar Takeuchi
(Circulando Curitiba)
“... a
mão estendida, um chute na cara...e nunca houve uma mulher como Gilda, um
trocado ou beijo na boca maldita...”
Esse é um trecho da música “Nunca houve uma mulher como Gilda” do grupo Curitibano “Lívia e os Piá de Prédio”, feita em homenagem a um dos personagens mais conhecidos de Curitiba da segunda metade da década de 1970 até início dos anos 1980: a Gilda, o travesti mais famoso que Curitiba já teve.
Boca Maldita |
Como morei no Edifício Asa
durante o reinado da Gilda na Boca Maldita, a via com frequência perseguindo
alguns passantes, para diversão dos que observavam na segurança das janelas e
marquises. Não raro, alguém combinava com ela um beijo surpresa num colega ou
num parente de fora, para depois, virar chacota de ter se tornado mais uma
vítima da Gilda.
Lançamento da “Praça de
Bolso da Gilda”
|
A melhor lembrança que tenho da
Gilda aconteceu num dia de muita chuva. Naquela tarde, enquanto todas as
pessoas surpreendidas pela chuva buscavam a proteção e se apertavam debaixo das
marquises, lá no meio da XV, no coração da Boca Maldita, sozinha estava a Gilda
de braços abertos, dançando e dando boas vindas à tempestade.
Morreu na miséria, doente, abandonada e enterrada como indigente no cemitério do Santa Cândida.
Morreu na miséria, doente, abandonada e enterrada como indigente no cemitério do Santa Cândida.
Procurando informações sobre a
Gilda na internet, encontrei uma crônica do Dante Mendonça) e a partir dessa
crônica, encontrei um curta metragem sensacional do diretor de cinema Yanko Del
Pino concluído em 2007 e que está disponível na internet no link¹. Ambos, a crônica e o curta são
imperdíveis para entender melhor a Curitiba e a Gilda dos anos 70/80.
Como não tenho fotos da Gilda, optei por postar fotos da Boca Maldita, palco de suas artes.”
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domingo, 25 de dezembro de 2016
Pensatas de Domingo: "A esperança no Brasil e EUA no final de 2016"
Jorge
Vital de Brito Moreira
Em
primeiro lugar, agradecemos aos parentes e amigos que nos desejam (a mim e a
minha família) um “Feliz Natal” e um “Prospero Ano Novo”. Em segundo, queremos
retribuir desejando Boas Festas não só para os parentes e amigos, mas para
todos aqueles que estão sendo oprimidos pelo totalitário sistema capitalista
neoliberal brasileiro.
Quase
sempre, os cartões de Boas Festas que recebemos demandam a renovação da nossa esperança
(por um mundo melhor), lembrando-nos implicitamente que “a esperança é a última
que morre”. Até aqui tudo parece estar bem, mas eu continuo me perguntando: Que
tipo de esperança ainda deveremos ter nestas festas de fim de ano?
Refletindo,
como cidadão brasileiro, sobre a desgraça que nos aconteceu em 2016: sobre a
desgraça do golpe de estado que o PMDB/PSDB aplicaram contra o Brasil e a
presidenta Dilma Rousseff no ano de 2016 não vejo razão pra ter esperança no
futuro do povo brasileiro; refletindo sobre o interminável sofrimento que os
golpistas Temer, Cunha, Cardoso, José Serra, Aécio Neves, Sergio Moro teem
estado (e estarão) causando à população brasileira explorada, dominada, oprimida e crucificada
pela atual crise do sistema capitalista neoliberal brasileiro em sua
subordinação ao imperialismo dos EUA, não vejo, sinceramente, razão para ser
otimista quanto ao futuro do Brasil.
De
igual modo, refletindo, como cidadão estadunidense, sobre as eleições
presidenciais de 2016 nos EUA, tampouco vejo nenhuma razão para ser otimista.
Se a boa notícia foi que Hillary Clinton do Partido Democrata perdeu as eleições
presidenciais, a má notícia foi e tem sido que o candidato republicano, Donald
Trump, venceu essas mesmas eleições.
Assim,
sem ter querido ser pessimista, mas procurando ser, sobretudo, realista,
escrevi um texto “O Macarthismo voltou aos EUA: triunfará o golpe de estado?” para
Novas Pensatas que refletia o que tenho estado sentindo. Ou seja,
meu texto mostra, num pé de página, que não vejo razão para ter esperança ou
ser otimista do nosso futuro nos EUA. O texto dizia o seguinte: “Em poucas palavras, tanto Hillary Clinton,
do Partido Democrata, quanto Donald Trump, do Republicano defendem
integralmente os interesses da plutocracia estadunidense (uma minoria de menos
de 1% da população local) e estão a serviço da continuidade do capitalismo
imperialista estadunidense. Portanto, não me parece que exista nenhuma solução
humana digna para a maioria da população trabalhadora dos EUA ou do resto do
planeta, seja com Hillary Clinton ou com Donald Trump.” (1)
A
julgar pelos intermináveis sofrimentos provocados pelas intermináveis guerras
de destruição, pela espionagem e pelas torturas do governo dos EUA sobre
milhões de seres humanos (refugiados ou não) dos países do oriente médio, da
Ásia, da África e da América Latina (incluindo o Brasil); a julgar pelo poder
da demagogia dos presidentes dos EUA para enganar, com a ajuda da mídia
corporativa, a opinião publica mundial, não tem existido, nem existirá nenhuma
luz no final do túnel para acabar com o caos e a barbárie infernal causadas
pelos EUA a população mundial. Quando me refiro à sistemática demagogia
(promessas que não são cumpridas), às mentiras e falsificações dos presidentes
dos EUA, para manter o imperialismo, o colonialismo e o patriarcalismo, tenho
estado especialmente indignado com a atuação demagógica do presidente democrata,
Barack Obama, durante estes oitos anos, para reproduzir e manter a exploração,
a dominação e a hegemonia do capital financeiro (de menos de 1% da população),
sobre a maioria dos seres humanos oprimidos neste planeta (2). E antecipo (para
advertir àqueles que necessitam se iludir através dos rituais e das festas de
fim do ano) que tampouco não haverá nenhuma esperança de mudança para a
humanidade explorada, dominada e oprimida pelos EUA, durante o próximo período
de governo do presidente republicano, Donald Trump.
Para
mim, a única forma de esperança que posso conceber para os brasileiros e
estadunidenses é lutar e procurar resistir a completa destruição da natureza,
da espécie (humana, animal e vegetal) e do planeta Terra, é continuar lutando
para produzir, criar e estabelecer um novo sistema sócio-econômico-cultural
(uma nova forma de sociedade) para a humanidade; uma sociedade que supere a
história infame da sociedade capitalista neoliberal/imperialista no mundo; uma
nova forma de sociedade onde exista e prevaleça a justiça social para todos os
homens de boa vontade deste planeta.
1) O texto “O Macarthismo voltou aos EUA: triunfará o golpe de estado?” pode ser lido em Novas Pensatas de 16 de dezembro de 2016 no link:
http://novaspensatas.blogspot.com/2016/12/o-macarthismo-voltou-aos-eua-triunfara.html
2)
Ontem, depois de ter escrito este novo texto para Novas Pensatas, recebi uma
notícia que parece indicar alguma esperança: pela primeira vez, depois de 40
anos, o governo dos EUA,
numa virada histórica, decidiu se abster de bloquear no
Conselho de Segurança da ONU
uma resolução que condena a expansão dos assentamentos de Israel nos
territórios palestinos ocupados. Pela primeira vez, o atual governo dos EUA,
enfrentou-se politicamente a sistemática humilhação que governo sionista e
racista de Benjamin Netanyahu vem infligindo durante oito anos ao presidente
Barack Obama e a sua administração governamental.
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