sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Um profeta e a marcha da historia

A matéria que segue abaixo foi publicada no “Pensatas” em agosto de 2007 e contém trechos do discurso de Leon Trotsky (1) no Congresso da Internacional Comunista em 1921. Um texto que se aplica ao momento histórico que hoje vivemos à luz de uma interpretação materialista histórica.

“(...) Marx diz que um regime social deve desaparecer quando as forças produtivas (a técnica, o poder do homem sobre as forças naturais) não podem mais desenvolver-se no quadro deste regime. Do ponto de vista do marxismo, a sociedade histórica, tomada enquanto tal, constitui uma organização coletiva de homens que tem como objetivo o crescimento de seu poder sobre a natureza...
... No regime da servidão, por sua vez, nem sempre havia, no momento necessário, nova classe (a burguesia) pronta a abater os feudais e abrir a via à evolução histórica. Ocorreu mais de uma vez na história que uma certa sociedade, uma nação, um povo, uma tribo, vários povos ou nações que viviam em condições históricas análogas, se encontraram diante da impossibilidade de desenvolvimento posterior, nos quadros de um dado regime econômico (regime de escravismo ou da servidão).
Como nenhuma nova classe ainda existia que pudesse dirigir numa nova via, esses povos, essas nações, se decompuseram; uma civilização, um Estado, uma sociedade deixaram de existir. Assim, a humanidade nem sempre marchou de baixo para cima, seguindo uma linha sempre ascendente. Não, ela conheceu longos períodos de estagnação e recuo para a barbárie. Sociedades se elevaram, atingiram um certo nível, mas não puderam continuar nestes patamares... A humanidade não continua no seu lugar; seu equilíbrio, como resultado das lutas de classes e das nações, é instável. Se uma sociedade não pode ascender, ela cai, e se não existe nenhuma classe que possa levantá-la, ela se decompõe e abre a via para a barbárie...”

(1) O historiador Isaac Deutsher, escreveu uma biografia de Trotsky em três tomos e o chamava de “Profeta da História”.

8 comentários:

Ieda Schimidt disse...

E mais uma vez temos que tirar o chapéu para o velho Marx. E, porque não dizer, também para Lev Davidovitch Bronstein.

Jonga Olivieri disse...

É isso aí...

Anônimo disse...

Ai, esses trotsquiquistas...

Jonga Olivieri disse...

Sim caro JR, esses trotskistas!!!

Anônimo disse...

Trotskistas, comunistas, terroristas são todos farinha do mesmo saco.
Ernesto

Jonga Olivieri disse...

Ah, Ernesto. Como é bom ter criaturas como você aqui. Pelo menos provam o quanto a direita é estúpida!
Pra começo de conversa, até trotskistas e comunistas têm uma origem dentro do mesmo movimento.
Mas, terrorismo é algo completamente diferente.
O terrorismo é quase sempre uma ação da direita mesmo. Ou você acha que não é terrorismo o que os ianques fazem ao redor do mundo? Ou você acha que os nazistas não eram terroristas?
Procure pesquisar um pouco. Hoje, a internet facilita demais qualquer conhecimento sobre questões básicas e que antigamente levavam alguns dias, devido á dificuldade de se encontrar o livro certo na biblioteca certa.
Vai lá, cara...

Anônimo disse...

Conheci Trótsky por seu intermédio. Nunca li nada dele, mas tenho lido alguma coisa sobre ele, sua vida, sua luta, sua morte trágica.
Esse Ernesto não está com nada.Por q ue você deixa ele postar comentários no seu blog.
Acho um absurdo o ele diz e princippalmente a forma como diz.

Jonga Olivieri disse...

Mas vale a pena ler pelo menos "A revolução Permanente".
Em relação ao Ernesto, como já disse antes, acho até interessante opiniões divergentes, desde que não apelativas.
A direita tende ao "terror". Ele pelo menos, não apela. Por isto aceito seus comentários.