terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais um papo de cachimbeiro

Outro dia pensei em publicar um novo papo destes. Até porque há muito tempo não fumava e saboreava os deliciosos e indescritíveis Dunhill de latinha. E, coincidentemente neste fim de semana uma leitora que costuma comentar neste blogue lembrou os meus “papos de cachimbeiro”.
Há uns três meses, uns amigos estavam em Paris e eu encomendei uma latinha dessas. De vez em quando faço isto, mas sei lá por que cargas dágua havia tempo que não o fazia. Como estes são amigos de longa data, eu, rompendo minha timidez pedi... Como encomenda –e fiz questão de frisar que era uma encomenda.
Eles ficaram lá por um bom tempo, já que foram visitar a filha que mora por aquelas bandas desde 2001. Mas quando voltaram... Cá estava entre os meus dedos a preciosa latinha fechada a vácuo. Ela inclusive tem uma inscrição para inserir uma moeda e torcê-la após o ar soltar-se, como num “peido” silencioso ela abre-se exalando o agradável aroma do fumo Latakia, originário dos Balcãs. Que foi o que fiz com o maior prazer!
O tabaco era o Early Morning Pipe (foto) que acho um dos mais deliciosos. Com apenas o senão de ocupando metade de sua embalagem ter estampado um horrível alerta de Fumer tue. Argh, este antitabagismo fascista!
O certo é que tenho me deliciado de uma a duas vezes por semana com a raridade; pois desde que passaram a não importá-lo mais se tornou difícil estar com uma latinha dessas na sua gaveta de fumos e cachimbos. Daí o prazer é menos contínuo... Mas por isto mesmo muito maior.

6 comentários:

André Setaro disse...

Nestes tempos pós-modernos, dilmistas e obesos, o que se deve fumar é o cachimbo da paz, a exemplo dos índios, mais sábios e mais naturais do que os 'robôs' da sociedade contemporânea.

Ieda Schimidt disse...

Deve ser um fumo especial. A começar pelo 'peido' cheiroso.

Jonga Olivieri disse...

O problema é que enquanto os índios fumavam o cachimbo da "paz", seus oponentes fumavam o cachimbo da hipocrisia...
Deu no que deu!

Jonga Olivieri disse...

Muito agradável mesmo!

Stela Borges de Almeida disse...

Considero os/as fumantes irressistíveis e corajosos/as. Tive um tio querido que morreu de enfisema pulmonar, nasceu fumando e morreu fumando, com a maior dignidade que já assisti, defendia seu direito de cachimbar. Se fedia ou não, Scliar tem falado no assunto, inclusive lí no Setaro's Blog outro dia, para uns aromático e para outros pestilento, a nicotina tem poderes. Tudo depende de que lado você se observa o vento. Outro abraço, forte e com um cigarro do lado esquerdo com fumaças rodopiantes. Hehehe.

Jonga Olivieri disse...

Fui um fumante de cigarro (eram três maços por dia) até 1981. Depois de abandonar o cigarro cai direto no cachimbo.
Claro que sempre pensamos nas consequências do fumo. Mas, creio, eu os prazeres são maiores.
Hoje vivemos este anti-tabagismo feroz e totalitário. Como há muitos anos fumo meu cachimbinho em casa, pouco me importo com o fato e vou levando!
Pelo menos enquanto não proibirem a venda.