O pensador Antônio Cândido |
Impressionante o nível de inconsequência da política tradicional nos EUA, onde, aliás, a “politicagem” mais grosseira sobrepõe-se às necessidades. Na realidade não creio que o “acordo” seja impossível de ser alcançado, haja vista que somente no governo Bush o teto da dívida pública foi elevado várias vezes. O que se passa é uma queda de braço entre a extrema direita tendo por trás, de um lado a ala comandada pelos republicanos, com apoio do Tea Party e de outro as correntes mais ligadas aos democratas, que na verdade são farinha de um mesmo saco a tentar testar as suas forças. Mas a verdade é que o que se passa deixa marcas profundas na economia interna e mundial, uma arma de dois gumes que mostra, antes de tudo a fragilidade do próprio capitalismo.
Por terras tupiniquins, o escândalo do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) já derrubou mais de 20 diretores numa orgia de corrupção que envolveu o PR (Partido da República).
A morte de Amy Winehouse fez com que, por curiosidade eu conhecesse alguma coisa de seu trabalho, até então completamente estranho para mim. Senti uma abordagem explícita à problemática das drogas como esta se apresenta no mundo de hoje. A letra de Rehab é clara em relação a isso, mostrando uma realidade crua e dolorosa neste dramático universo “pós moderno” em que vivemos.
Ollanta Humala, o recém empossado presidente do Perú, pronunciou o seu juramento perante a constituição de 1979, recusando-se a fazê-lo sobre a de 1993, alterada por Alberto Fujimori. Segundo ele, a constituição anterior é de uma inspiração democrática.
“(...) Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: ‘o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana’. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais valia não tem limite. Marx diz na ‘Ideologia Alemã’: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias... tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia...” Antônio Cândido em entrevista ao jornal “Brasil de Fato”.
E finalmente poderá surgir o Estado Palestino...
2 comentários:
Estava sem acessar este blog, instrumento do pensamento, porque, quando aqui vinha, de táxi, encontrava-o aberto, mas sem nenhuma novidade, nenhum 'post' recente. É como alguém que chega a um restaurante e não encontra comida. É como se alguém chega a um 'pub' e não encontra bebida.
Seus comentários, na 'pensatas' dominical de ontem, 31 de julho, são pertinentes. A morte de Amy Winehouse, que somente a conhecia de nome e de chapéu, fez-me escutar algumas de suas canções. Não gosto do chamado rock, talvez por ignorância. Detesto quando vou a uma festa (e quase não vou nos últimos tempos) e encontro, sempre, um barulho infernal com aquelas caixas enormes de som. Para o bem ou para o mal, concordo com Ruy Castro: "O rock é a AIDS da música;"
O Alzheimer ainda não chegou perto de Antonio Cândido, quando ele diz:
"Marx diz na ‘Ideologia Alemã’: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias... tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia...” Antônio Cândido em entrevista ao jornal “Brasil de Fato”.
Como costumamos conversar, ao não manter uma frequência nas publicações os leitores perdem o hábito de lê-los...
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