“Vou ou não vou?”, o famoso “passinho” de Jânio Quadros |
Os chineses consumiram mais de 16 mil milhões de garrafas de Snow durante o ano passado, o que fez com que a marca passasse a ser a cerveja mais bebida do mundo – duas vezes mais do que a Budweiser. Coisas da China!
Esta semana se completaram 50 anos da renúncia de Jânio Quadros. Membro da golpista (1) União Democrática Nacional (UDN), o ex presidente terminou isolado pelo próprio partido por sua tentativa de um golpe personalista, comparado na época ao de Ivan o Terrível, que ao deixar o poder na Rússia, voltou carregado nos braços do povo. Sonhos e devaneios de um ditador fracassado. Além do mais, Jânio da Silva Quadros era uma figura de rompantes perigosos para os reacionários udenistas, como a condecoração a Che Guevara, tantos outros decretos polêmicos e suas notórias bebedeiras regadas a uísque no palácio do governo.
O fato é que sua renúncia acabou abrindo caminho, três anos após, para um outro golpe, o de 1º de abril de 1964, que nos proporcionou mais de 20 anos de uma ferrenha e sangrenta ditadura militar.
Nos dias que passamos, o PSDB substituiu a UDN, vivendo em busca de um novo golpe... A campanha eleitoral de Serra em 2010, repleta de factóides, foi uma prova disto. E as investidas dos políticos deste partido no Congresso (o nojento Álvaro Dias à frente) fuçando novas corrupções no governo –como se eles também não fossem corruptos–, reforçam ainda mais esta “síndrome do golpismo”.
Nossa sorte é que o PSDB é hoje um partido fracionado pelas personalidades narcisistas que compõem sua liderança. A situação de disputa hoje se encontra crítica entre as candidaturas de Aécio Neves e do próprio (derrotadíssimo) José Serra, além do visionário elitismo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo o professor André Setaro, o “energúmeno FHC”; o político que doou o país às potências imperiais (2).
Quem ganhou a guerra na Líbia? Fica cada dia mais claro que foi a OTAN e seus intensos bombardeios aéreos a Trípoli e o forte armamento cedido aos revoltosos. Mas o problema maior após a vitória constitui-se em outra pergunta: quem ganhará a guerra interna pelo poder em um país dividido em tantas tribos antagônicas? Para tal basta uma pequena exposição deste quadro.
A tribo –com os seus clãs e subdivisões– é a única instituição que, ao longo de séculos, organizou a sociedade árabe que habita as regiões colonizadas por italianos, no início do século 20, chamadas Tripolitânia, Cirenaica e Fezzan (Líbia).
A revolta na Líbia é uma revolta tribal. Não foi, nem está sendo liderada por jovens intelectuais urbanos, como no caso do Egito e da Síria. Há mais de 100 tribos, 30 das quais com influência decisiva; uma delas – a tribo Warfalla – possui mais de um milhão de indivíduos numa população total de 6,2 milhões em todo o país.
Resultado inevitável desse sistema político tribal foi o esmagamento de qualquer tipo de sociedade civil. Não sobrou nenhum espaço social para as camadas médias letradas. Seja lá o que for que venha a sair desse vulcão, não parece haver meio de evitar que a Líbia seja fracionada em diversos territórios tribais. Não é exagero dizer que, para a juventude líbia, que foi às ruas para lutar contra o regime armadissimo de Kadafi, o sentido é a mentalidade tribal, que não será varrida da noite para o dia.
Será que vai surgir uma nova Iugoslávia “pós Tito”? Por isto a ONU já admite a possibilidade de patrulhamento do país por intermédio de uma força policial internacional, “para evitar que o país mergulhe ainda mais em uma onda de vinganças mútuas” segundo declarações de seu Secretário Geral Ban Kim-moon publicadas ontem na imprensa, fruto dos massacres de milhares de civis por ambas as partes em guerra. O apelo da ONU é também para que todos os lados no conflito evitem revanches. Rupert Colville, porta-voz da ONU para Direitos Humanos, insistiu que o restabelecimento do estado de direito deve ser uma prioridade na Líbia.
Falar em guerra, nesta semana, completou 72 anos (23 de agosto de 1939) o pacto de não agressão entre Stalin e Hitler. Um período histórico complexo, defendido pelos stalinistas como uma tática do ditador soviético para ganhar tempo e se preparar para uma guerra inevitável. E na realidade o foi. No final de 1940, Hitler deu instruções, sob o nome de “Código Barba Roxa”, para sua campanha contra a União Soviética. Em 22 de junho de 1941, tropas nazistas a atacaram, de surpresa. Mas, quase dois anos após, a URSS estava devidamente armada para suportar as primeiras investidas.
Depois, mais uma vez a Rússia teve o principal aliado no seu rigoroso inverno que destroçou o exército alemão, podendo mesmo ser considerada a maior contribuição para a vitória dos aliados em 1945.
O historiador israelense Shlomo Sand em seu livro “A invenção do povo judeu” (lançado agora no Brasil pela Benvirá), defende que não há uma origem única entre os judeus espalhados pelo mundo. A versão de que um povo hebreu foi expulso da Palestina há 2.000 anos e que os judeus de hoje são seus descendentes é, segundo Sand, um mito criado por historiadores no século 19 e desde então difundido pelo sionismo. Israel é uma nação de identidade puramente religiosa, e, claro, fundamentalista.
Professor universitário em Tel Aviv e na França, onde passa parte do ano, o historiador avalia que as hostilidades entre israelenses e palestinos, reavivadas nas últimas semanas, continuarão por tempo indeterminado.
Um total de 39 ministérios! Este é o resultado do fatiamento do poder entre o PT e sua base aliada, tendo à frente o PMDB. Um número absurdo para acomodar os partidos e “partidinhos” que apóiam o governo. Enfim, coisas do Brasil!
1. O maior político golpista da direita brasileira em todos os tempos, Carlos Lacerda, conhecido como o “Corvo”, foi membro ativo da UDN, tendo participado e sido peça central da conspiração que derrubou Vargas.
2. A mais escandalosa das “doações” foi a da rica Vale do Rio Doce vendida por uma bagatela.
6 comentários:
Fiquei muito feliz de reencontrar as Pensatas de Domingo no seu velho estilo, principalmente com opiniões e notícias divulgadas por você, no âmago de seu "eu".
Gostei de todas!
E eu gostei de "no âmago do seu eu". Realmente muito engraçado...
Muto boa essa abordagem dos malefícios trazidos ao país pelas loucuras de Jânio Quadros e sua comparação da UDN ao PSDB. Um alerta a todos nós!
Aliás, excelente mesmo esta pensata em todos os seus tópicos como a do povo hebraico que hoje está completamente sedimentado em poloneses e alemães 9em sua maioria), cuja identidade é religiosa e não racial.
Sim, Mário, Jânio foi quem motivou o golpe de 1964, muito embora acredite que caso Jango tivesse se acomodado no Parlamentarismo tal golpe talvez não viesse acontecer e haveria o grane embate em 1965 entre juscelino e Lacerda.
Sei que é um pouco difícil prever um passsado que não aconteceu, mas a saída para o Parlamentarismo já havia sido, por si só um golpe da própria UDN, tirando de João Goulart a centralização de poder do sistema Presidencialista.
Coisas da história... Coisas do Brasil!
A foto de Janio Quadros que você postou é uma obra-prima e um momento antológico.
Esta foto do Jãnio que defini como "vou ou não vou" são um resumo da "porralouquice" que foi o governo dele.
E os resultados do que ele proporcionou, nem se fala!
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