domingo, 29 de dezembro de 2013

Pensatas de fim de ano



Fim de ano. Hora de recordar o que o ano nos deixou. Hora de refletir sobre alguns acontecimentos do ano que findou e tentar alinhavar tendências para o novo ano que surge.
Se 2013 foi um ano bom ou ruim, cabe avaliar agora. Nas ondas das rádios e nas páginas dos jornais, mais uma vez as notícias negativas atropelaram as que trazem esperança de uma sociedade melhor: a guerra na Síria enterra mais de 150 mil mortos sem qualquer sinal de um fim; outras seis mil vítimas são levadas pelo devastador tufão Hayan nas Filipinas; e a maior potência mundial, os Estados Unidos, ignora solenemente a revolta mundial face ao maior escândalo de espionagem internacional já revelado.
Todos são espionados, e todos são grampeados: do mais anônimo internauta até a chanceler alemã, Angela Merkel, e seu celular. Edward Snowden, de 30 anos, revelou para o mundo o programa ianque de espionagem global, deflagrando um debate planetário sobre o respeito à vida privada. Acusado de traidor pelos Estados Unidos, para muitos, Snowden é um herói defensor das liberdades civis.
Enquanto isso, no Brasil, centenas de milhares de pessoas se levantam para confrontar a imagem idealizada de um país emergente e promissor – Não bastam estádios para a Copa 2014, é preciso serviços públicos de qualidade. “Só 20 centavos” jamais tiveram tanta força quanto os daquele aumento das passagens em São Paulo no mês de julho...
E mais algumas pinceladas: em torno de 1.200 pessoas ficaram feridas na região de Tcheliabinsk, que fica nos Montes Urais, na Rússia, após um meteorito de dez toneladas se desintegrar a cerca de 50 km do solo e atingir vários pontos da região. Quando se chocou com a atmosfera, o meteorito estava a uma velocidade de 54 mil km/h.
A aparição do argentino Jorge Bergoglio na sacada da Praça de São Pedro, em 13 de março, foi uma grande surpresa. O arcebispo de Buenos Aires foi eleito papa e escolheu o nome de Francisco, o santo dos pobres, para governar os destinos de uma Igreja Católica em crise.
Nos últimos 12 meses, o empresário Eike Batista deixou de ser bilionário, a OGX - que era considerado seu ativo mais precioso - entrou com pedido de recuperação judicial, ele vendeu o controle de duas empresas, se livrou de ativos relevantes em outras duas e agora em dezembro ainda ganhou o posto de pior CEO (Chief Executive Officer) do ano. 
Empregados domésticos com carteira assinada, jornada de 44 horas semanais, horas extras, décimo-terceiro salário e demais benefícios. Décadas atrás, parecia apenas um sonho distante para a categoria, mas começou a virar realidade em abril. A Proposta de Emenda Constitucional nº 72 foi aprovada pelo Senado e recebida com festa pelos 7,2 milhões de empregados domésticos no país - maior número do mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Abalada por planos de austeridade que preveem cortes de gastos públicos em troca de resgates financeiros - necessários para corrigir orçamentos nacionais corroídos por dívidas -, a recuperação da economia europeia prossegue a passos lentos. Na Espanha, apesar de o desemprego ter recuado em julho pela primeira vez em dois anos, a taxa ainda é de mais de 25% da população e cerca de 50% entre jovens de 24 a 35 anos. Na Grécia, sair à rua para protestar passou a fazer parte da rotina das pessoas, enquanto o governo tenta negociar com os credores da "troika" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI) extensões de prazo para os pagamentos. A crise não poupou nem países que estavam em situação mais confortável, como a França, que teve sua nota de crédito rebaixada novamente em novembro, por causa do crescimento econômico fraco.
E o fantasma da inflação voltou a assombrar os brasileiros. Puxada pelos alimentos, a inflação oficial medida pelo IBGE (IPCA) chegou a estourar a meta do governo em abril, com alta de 6,59% em 12 meses - a meta é de 4,5% ao ano, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O tomate, com aumento de 122%, foi um dos vilões, transformado pelos internauta em um dos assuntos mais comentados da web no Brasil, com piadas em profusão. Diante do cenário, o Banco Central aumentou seis vezes a taxa básica de juros da economia (Selic), que chegou a 10,5% na última reunião do ano, em novembro. A cotação do dólar, que disparou em agosto, chegando a ser negociado R$ 2,45 também pressionou a inflação. O reajuste dos preços dos combustíveis nas refinarias, implementado em novembro, de 4% para a gasolina.
Mas ainda nos restam as esperanças de um Feliz 2014!


2 comentários:

André Setaro disse...

Mais um ano que se finda. O tempo passa! Bom balanço do ano, este da pensata de hoje.

Joelma disse...

Aninho complicado... bem, você enumerou algumas coisas, mas... faltam tantas!