Acordei neste sábado lendo a
notícia de que Michel Temer, o famigerado presidente usurpador, iria investir
em 2018 na limpeza de sua moral pós desgastes em 2017.
Fui dormir com outra notícia: a
de que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acabara de liberar Cristiana Brasil
a assumir o Ministério do Trabalho, nomeação já negada várias vezes pela
Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Ao suspender a posse, a Justiça atendeu a
pedido feito em ação popular pelo Movimento dos Advogados Trabalhistas
Independentes. A entidade alegou que a nomeação de Cristiane Brasil “ofende a
moralidade administrativa”. Temer/ Jefferson insistiram na nomeação,
desgastando-se perante a opinião pública.
Segundo o movimento dos advogados, a deputada
“praticou pessoalmente graves violações das leis trabalhistas, flagradas e
comprovadas em, pelo menos, duas demandas judiciais”.
Depois que seu nome foi anunciado como
ministra do Trabalho, surgiram informações de que Cristiane tem dívidas
trabalhistas com ex-funcionários. Ela foi condenada na Justiça Trabalhista a
pagar mais de R$ 60 mil em indenização a um ex-motorista que alegou trabalhar
sem carteira assinada.
Com 44 anos, Cristiane é advogada
e já foi vereadora no Rio de Janeiro por três mandatos. Votou a favor do
impeachment de Dilma Rousseff (PT) e pelo arquivamento das denúncias contra
Temer nas duas ocasiões em que o assunto foi debatido pelo Legislativo. Além
disso, votou de maneira favorável à reforma trabalhista e à PEC do Teto.
Quando anunciou a nomeação de sua
filha, Roberto Jefferson (presidente do PTB) chorou e afirmou tratar-se de um
"resgate da família" após o mensalão. Em 2005, ele foi o pivô do
escândalo que atingiu o então presidente Lula (PT) ao denunciar a compra de
deputados federais. Chegou a ser preso, teve o mandato cassado mas está no
regime aberto desde 2015.
O nome dela surgiu após o impasse
provocado com a indicação de Pedro Fernandes, que foi vetado pelo ex-presidente
José Sarney sob alegação de que o parlamentar é alinhado ao governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), inimigo político da família Sarney.
Enquanto isso, Temer quer investir
em sua “recuperação moral”?
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