domingo, 7 de janeiro de 2018

Pensatas de Domingo. Saudades de Cony



Conheci Carlos Heitor Cony quando li alguns de seus contos e romances ainda nos anos 1960. Admirei sobremaneira suas colocações críticas sobre a vida da pequena burguesia copacabanesca, suas ambições pessoais, as engendragens do sistema sobre aquela classe média perdida e largada a vagar pelas ruas e apartamentos nas noites daqueles anos 1950.

O fato é que sua morte ontem, aos 91 anos, deixou-me cheio de saudades não apenas daqueles primeiros livros que li como tambem de tantas crônicas, ensaios, contos e toda a imensa gama de seus escritos e artigos importantes para todos nós que vivemos um Brasil tambem vivido e retratado por ele. Um Brasil que, durante a ditadura, o prendeu inúmeras vezes por suas bem articuladas e duras palavras. Palavras que o levaram ao exílio político por muitos anos.

Certamente será muito divulgado o seu currículo, mas é sempre bom lembrar que Carlos Heitor Cony começou a carreira de jornalista em 1952 no Jornal do Brasil. Entre 1958 e 1960, colaborou no "Suplemento Dominical" do JB com contos, ensaios e traduções. Cony passou por diversos jornais como Correio da Manhã e Folha de S. Paulo e pela revista Manchete. E em 2000 conquistou merecidamente a cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras.

E deveras importante ressaltar aqui que a literatura brasileira e o Brasil estão de luto.

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