Conheci Carlos Heitor Cony quando
li alguns de seus contos e romances ainda nos anos 1960. Admirei sobremaneira
suas colocações críticas sobre a vida da pequena burguesia copacabanesca, suas ambições
pessoais, as engendragens do sistema sobre aquela classe média perdida e
largada a vagar pelas ruas e apartamentos nas noites daqueles anos 1950.
O fato é que sua morte ontem, aos
91 anos, deixou-me cheio de saudades não apenas daqueles primeiros livros que
li como tambem de tantas crônicas, ensaios, contos e toda a imensa gama de seus
escritos e artigos importantes para todos nós que vivemos um Brasil tambem vivido
e retratado por ele. Um Brasil que, durante a ditadura, o prendeu inúmeras
vezes por suas bem articuladas e duras palavras. Palavras que o levaram ao exílio
político por muitos anos.
Certamente será muito divulgado o
seu currículo, mas é sempre bom lembrar que Carlos Heitor Cony começou a
carreira de jornalista em 1952 no Jornal do Brasil. Entre 1958 e
1960, colaborou no "Suplemento Dominical" do JB com contos, ensaios e
traduções. Cony passou por diversos jornais como Correio da Manhã e Folha
de S. Paulo e pela revista Manchete. E em 2000 conquistou
merecidamente a cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras.
E deveras importante ressaltar
aqui que a literatura brasileira e o Brasil estão de luto.
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