domingo, 15 de abril de 2012

Pensatas de domingo e a visão de Martin Scorcese


André Setaro, professor de cinema, publicou em seu blogue “Setaro’s Blog”, os depoimentos de Scorcese sobre Glauber Rocha; mais especificamente “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”. Gostei tanto que estou postando aqui não somente o video, como tambem o comentário que fiz à sua matéria:
“O que fica mais evidente no depoimento acima de Scorsese é o choque entre culturas; a clássica e a neobarroca, extremamente anárquica de um terceiro mundo caótico e nada linear representada pela narrativa de Glauber Rocha neste épico grandioso que é “O Dragão da Maldade...”, obra prima da cinematografia mundial num período (como diz o próprio Scorsese) riquíssimo em produtividade e genialidade expressivas.
Nota-se o desbunde de um diretor sensível defrontando-se com uma das mais impressionates realizações de todos os tempos, pois, quando digo que é um “épico”, não é à toa. “O Dragão...” constitui-se numa obra inquestionavelmente inovadora... Tão inovadora e revolucionária que na época foi mal compreendida e questionada por muitos que hoje a aceitam de forma unânime.
Fico feliz em saber que Scorsese a “comprou” de imediato, tornado-se um fã incondicional do filme de Glauber em todos os seus detalhes e sutilezas.”

2 comentários:

André Setaro disse...

Não resta a menor dúvida de que Glauber Rocha renovou a estrutura audiovisual da narrativa cinematográfica do cinema brasileiro a partir de seu explosivo 'Deus e o diabo na terra do sol' (1964), filme que traumatizou duramente toda uma geração de cineastas. Em 'O dragão da maldade contra o santo guerreiro' (1969), Palma de Ouro de melhor diretor em Cannes, há uma tentativa inovadora de fazer uma 'transfer' da linguagem cordelista para o cinema. Mais conhecido pelo título de 'Antonio das mortes', pela dificuldade na tradução literal do título original, o filme de Glauber é reverenciado por vários diretores importantes, a exemplo de Martin Scorsese, do iraniano Abbas Kiarostsami, Bernardo Bertolucci, Paul Schreider, entre muitos outros. Basta dizer que, quando ganhou o prêmio em Cannes, a revista francesa Cahiers du Cinema' colocou uma imagem grande e colorida de 'O dragão..." em sua capa. O que não se aplica para qualquer filme.

E o Cinema Novo vai perdendo os seus próceres. Glauber foi o primeiro, ainda jovem, depois Leon, ano passado, Gustavo Dahl, e, agora, Paulo César Saraceni. Mas entraram para a história.

Jonga Olivieri disse...

Como você bem o disse: ele é até mais aceito e admirado no exterior.