O desaparecimento de Chico
Anysio e Millôr Fernandes no espaço de uma semana, deixou um vácuo no humor
nacional.
O primeiro provocou uma
overdose de notícias e retrospectivas por parte da grande mídia que chegou a
(literalmente) saturar. Sei da importância de Chico, personalidade que
acompanho desde a juventude, e que sem dúvida foi muito importante no
cenário da comédia nacional. Mas o exagero na cobertura do acontecimento foi um
verdadeiro absurdo.
Millôr já passou mais
desapercebido em seu falecimento. Apesar de ter sido de uma importância ainda
maior no cenário intelectual brasileiro, e, muito embora não queira estar a
fazer comparações, o humorista e intelectual, jornalista, poeta, escritor, desenhista,
tradutor, etc (segundo consta falava 12 línguas), foi de uma importância
inquestionável no combate à ditadura, sendo inclusive o fundador do “Pasquim”.
Millôr nos deixa órfãos de
sua genialidade... Ele que, no dia de sua morte ainda havia inserido as suas
últimas e inigualáveis piadas no seu site http://www2.uol.com.br/millor/index.htm
Publiquei a postagem abaixo sobre
Chico em 06 de fevereiro de 2011:
Desde que Chico Anysio foi internado, e já lá se vai um bom tempo
(agosto de 2010), tenho vontade de escrever um pouco sobre ele. E por que não
lhe dedicar uma Pensata de domingo? Achei justo fazê-lo hoje.
Ainda adolescente, comecei a assistir Chico Anysio em seus programas da TV Rio. E eram impagáveis. Os seus personagens, como o Quem Quem --um garçom fanho que foi colega de escola de pessoas ligadas à altas rodas e que fingiam não conhecê-lo--, marcaram várias gerações. A propósito, Chico chegou a interpretar 207 personagens diferentes (1).
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho , começou sua carreira na Rádio Guanabara, ainda nos anos 1940, onde, para além de radio ator também era comentarista em jogos de futebol. Porém, antes de sua estréia como profissional, ainda com 14 anos começou a frequentar os programas de calouros, como o famoso de Ary Barroso, “A hora do pato” e ganhava todos, chegando ao ponto de não o aceitarem mais.
Na TV Rio estreou em Noite de Gala (1957). Nesta emissora, em 1959, participou do programa Noite de Gala, e depois do Só tem Tantã, mais tarde chamado Chico Total. Ali, lançou seu impagável Coronel Limoeiro. A mulher do Coronel, Maria Teresa (alusão à então primeira dama do país) foi interpretado pela vedete Zélia Hofman.
Nas “chanchadas” da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ponta em filmes da produtora Atlântida.
Chico está na Rede Globo desde em 1968, onde estreou o programa Chico City e mais tarde o Chico Anysio Show e a Escolinha do Professor Raimundo, na qual intencionalmente ajudava seus colegas desempregados. Em 1995 surgiu Chico Total, mas sua participação na TV estendeu-se a outras participações em diversos programas.
Espero que Chico melhore. As últimas notícias confirmam este prognóstico. Vamos torcer.
(1) http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4395.html Entre seus personagens podemos destacar: Azambuja, Bento Carneiro, Bozó, Bruce Kane, Canavieira, Coalhada, Coronel Limoeiro, Divino, Haroldo, Jovem, Linguinha, Meinha, Nazareno, Neyde Taubaté, Painho, Popó, Salomé, Santelmo, Tim Tones, alguns na ativa até nosso dias.
Ainda adolescente, comecei a assistir Chico Anysio em seus programas da TV Rio. E eram impagáveis. Os seus personagens, como o Quem Quem --um garçom fanho que foi colega de escola de pessoas ligadas à altas rodas e que fingiam não conhecê-lo--, marcaram várias gerações. A propósito, Chico chegou a interpretar 207 personagens diferentes (1).
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho , começou sua carreira na Rádio Guanabara, ainda nos anos 1940, onde, para além de radio ator também era comentarista em jogos de futebol. Porém, antes de sua estréia como profissional, ainda com 14 anos começou a frequentar os programas de calouros, como o famoso de Ary Barroso, “A hora do pato” e ganhava todos, chegando ao ponto de não o aceitarem mais.
Na TV Rio estreou em Noite de Gala (1957). Nesta emissora, em 1959, participou do programa Noite de Gala, e depois do Só tem Tantã, mais tarde chamado Chico Total. Ali, lançou seu impagável Coronel Limoeiro. A mulher do Coronel, Maria Teresa (alusão à então primeira dama do país) foi interpretado pela vedete Zélia Hofman.
Nas “chanchadas” da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ponta em filmes da produtora Atlântida.
Chico está na Rede Globo desde em 1968, onde estreou o programa Chico City e mais tarde o Chico Anysio Show e a Escolinha do Professor Raimundo, na qual intencionalmente ajudava seus colegas desempregados. Em 1995 surgiu Chico Total, mas sua participação na TV estendeu-se a outras participações em diversos programas.
Espero que Chico melhore. As últimas notícias confirmam este prognóstico. Vamos torcer.
(1) http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4395.html Entre seus personagens podemos destacar: Azambuja, Bento Carneiro, Bozó, Bruce Kane, Canavieira, Coalhada, Coronel Limoeiro, Divino, Haroldo, Jovem, Linguinha, Meinha, Nazareno, Neyde Taubaté, Painho, Popó, Salomé, Santelmo, Tim Tones, alguns na ativa até nosso dias.
6 comentários:
Até pensei que não ias falar do Chico Anisio!
Na verdade a overdose de notícias na mídia me afastou de postar algo. Veja que já havia publicado bem antes.
Mas o Millôr me forçou a inevitavelmente postar algo...
Ainda que o dito seja um jargão, o desaparecimento quase simultâneo de Chico Anysio e Millôr Fernandes se constitui em perdas irreparáveis e insubstituíveis. Em relação a Chico, não há outro comediante que se lhe possa comparar. Millôr, muito mais do que um humorista, como é mais conhecido, foi um dos grandes pensadores brasileiros. Tradutor de Shakespeare e Molière, Eurípedes, entre outros, escreveu mais de cinquenta peças, sendo dramaturgo respeitável, além de filólogo, desenhista etc.
Com a morte de Millôr e Chico, não há dúvida que o Brasil ficou mais burro.
Também achei um excesso, apesar da inquestionável importância de Chico Anysio.
Sem dúvida, André...
Não havia necessidade daquele exagero da mídia com o Chico!
E está certo que o Millôr era menos conhecido em se considerando o peso da TV e do rádio, mas, sua importância intelectual era tambem inquestionável!
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