domingo, 10 de fevereiro de 2013

Pensatas de domingo: ainda sobre o novo livro de Assange




Em “Cypherpunks – liberdade e o futuro da internet” (1), Assange e seus coautores enfocam uma dimensão dessa batalha ainda pouco conhecida no Brasil. Trata‑se do que o autor chama de “militarização do ciberespaço”, a vigilância das comunicações em rede por serviços de segurança e inteligência de diversos países.
Na obra, Assange, ao lado dos companheiros de armas – e eficientes desenvolvedores de códigos digitais – Jérémie Zimmermann, Jacob Appelbaum e Andy Müller Maguhn, disseca temas essenciais que estão definindo, hoje, os principais embates sobre como deve ser o futuro da internet.
Ele detalha: “Quando nos comunicamos por internet ou telefonia celular, que agora está imbuída na internet, nossas comunicações são interceptadas por organizações militares de inteligência. É como ter um tanque de guerra dentro do quarto. [...] Nesse sentido, a internet, que deveria ser um espaço civil, se transformou em um espaço militarizado. Mas ela é um espaço nosso, porque todos nós a utilizamos para nos comunicar uns com os outros, com nossa família, com o núcleo mais íntimo de nossa vida privada. Então, na prática, nossa vida privada entrou em uma zona militarizada.”.
No WikiLeaks, a ideia era manter um canal totalmente seguro para o envio de documentos, com uma criptografia poderosa, que fosse não apenas inviolável a ataques, mas que erradicasse qualquer informação sobre a sua origem. A tecnologia, acreditava Assange, seria libertadora: permitiria que as fontes internas de organizações – denunciassem violações por parte de governos e empresas sem medo. Nada mais de encontros em garagens subterrâneas, como fizera o famoso “Garganta Profunda”, codinome do informante dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, no escândalo Watergate, que levou à queda do presidente Richard Nixon em 1974.
Assange está em prisão domiciliar no Reino Unido – no momento de publicação deste livro, ele se encontra isolado mais de duzentos dias na embaixada equatoriana, onde recebeu asilo diplomático.

1. À venda no Brasil: http://outroslivros.lojavirtualfc.com.br/prod,IDLoja,23256,IDProduto,3768551

2 comentários:

Joelma disse...

Volto a dizer: Assange compreende a internet. Veja que ele até sugere uma defesa contra a espionagem por parte do poder estabelecido e seus serviços secretos. E por isso não deixam ele falar.

André Setaro disse...

E veja, Hulot, que perigo: "“Quando nos comunicamos por internet ou telefonia celular, que agora está imbuída na internet, nossas comunicações são interceptadas por organizações militares de inteligência. É como ter um tanque de guerra dentro do quarto."