Em “Cypherpunks – liberdade e o futuro da
internet” (1), Assange e seus
coautores enfocam uma dimensão dessa batalha ainda pouco conhecida no Brasil.
Trata‑se do que o autor chama de “militarização do ciberespaço”, a vigilância
das comunicações em rede por serviços de segurança e inteligência de diversos
países.
Na obra, Assange, ao lado dos companheiros de armas – e
eficientes desenvolvedores de códigos digitais – Jérémie Zimmermann, Jacob
Appelbaum e Andy Müller Maguhn, disseca temas essenciais que estão definindo,
hoje, os principais embates sobre como deve ser o futuro da internet.
Ele detalha: “Quando nos comunicamos por internet ou
telefonia celular, que agora está imbuída na internet, nossas comunicações são
interceptadas por organizações militares de inteligência. É como ter um tanque
de guerra dentro do quarto. [...] Nesse sentido, a internet, que deveria ser um
espaço civil, se transformou em um espaço militarizado. Mas ela é um espaço
nosso, porque todos nós a utilizamos para nos comunicar uns com os outros, com
nossa família, com o núcleo mais íntimo de nossa vida privada. Então, na
prática, nossa vida privada entrou em uma zona militarizada.”.
No WikiLeaks, a
ideia era manter um canal totalmente seguro para o envio de documentos, com uma
criptografia poderosa, que fosse não apenas inviolável a ataques, mas que
erradicasse qualquer informação sobre a sua origem. A tecnologia, acreditava
Assange, seria libertadora: permitiria que
as fontes internas de organizações – denunciassem violações por parte de
governos e empresas sem medo. Nada mais de encontros em garagens subterrâneas,
como fizera o famoso “Garganta Profunda”, codinome do informante dos repórteres
Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, no escândalo Watergate, que
levou à queda do presidente Richard Nixon em 1974.
Assange está em prisão domiciliar no Reino Unido – no
momento de publicação deste livro, ele se encontra isolado mais de duzentos
dias na embaixada equatoriana, onde recebeu asilo diplomático.
2 comentários:
Volto a dizer: Assange compreende a internet. Veja que ele até sugere uma defesa contra a espionagem por parte do poder estabelecido e seus serviços secretos. E por isso não deixam ele falar.
E veja, Hulot, que perigo: "“Quando nos comunicamos por internet ou telefonia celular, que agora está imbuída na internet, nossas comunicações são interceptadas por organizações militares de inteligência. É como ter um tanque de guerra dentro do quarto."
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