Para os estadunidenses, a hecatombe financeira e econômica pode
estar muito próxima. A evidência maior é o esforço conjunto do Federal Reserve e suas instituições
financeiras dependentes para atemorizar as pessoas e afastá-las do ouro e da
prata baixando os seus preços.
Quando os preços do ouro atingiram os US$1.917,50 por onça em 23
de agosto de 2011, um ganho de mais de US$500 por onça em menos de oito meses,
chegando ao clímax de uma ascensão ao longo de uma década, a partir de US$271
no fim de Dezembro de 2000, o Federal
Reserve entrou em pânico. Com o dólar/EUA a perder valor tão rapidamente em
comparação com o padrão das moedas do mundo, a política do Federal Reserve de imprimir US$1.000.000,00 (um trilhão) anualmente
a fim de suportar os deficientes balanços dos bancos e financiar o deficit
federal foi posta em perigo. Quem podia acreditar que a taxa de câmbio do dólar
em relação a outras divisas quando o valor do dólar estava a entrar em colapso
em relação ao ouro e à prata?
O Federal Reserve
percebeu que suas compras maciças de títulos a fim de manter altos os seus
preços (e portanto baixas as taxas de juros) estavam ameaçadas pela rápida perda
do valor do dólar em termos de ouro e prata. O Federal Reserve estava preocupado que grandes possuidores de
dólares estadunidenses, como os bancos centrais da China e do Japão e fundos de
investimento soberanos de países da OPEP, pudessem somar-se à fuga dos investidores
individuais dos US$ dólares, o que acabaria na queda do valor cambial do dólar
e portanto no colapso dos títulos dos EUA e dos preços das ações.
As pessoas inteligentes não podiam deixar de ver que o governo dos
EUA não podia permitir-se às longas e numerosas guerras que os neoconservadores
estavam a engendrar ou a perda da base fiscal e do rendimento dos consumidores
devida à perda de milhões de empregos da classe média estadunidense para o
benefício dos bônus de executivos e ganhos de capital de acionistas. Eles
podiam ver o que estava nas cartas e começaram a deixar o dólar substituindo-o
por ouro e prata.
Os bancos centrais são mais lentos para atuar. A Arábia Saudita e
os emirados do petróleo estão dependentes da proteção dos Estados Unidos e não
querem enraivecer o seu protetor. O Japão é um estado fantoche que é cuidadoso
no relacionamento com o seu mestre. A China queria agarrar-se ao mercado
consumidor dos EUA, enquanto esse mercado existisse. Foram individuais as fugas
do US$ dólar.
Quando o ouro chegou ao topo dos US$1.900, Washington avançou com
a história de que o ouro era uma bolha. A grande mídia caiu na linha da
propaganda de Washington, reforçando-a. "O ouro parecia um pouquinho
borbulhante", declarou a CNN Money
em 23 de Agosto de 2011.
O Federal Reserve
utilizou os seus dependentes "bancos demasiado grandes para falir"
para provocar um curto circuito nos mercados de metais preciosos. Através da
venda a descoberto no mercado em papel de barras de ouro contra a elevação da
procura pela posse física, o Federal
Reserve foi capaz de rebaixar o preço do ouro para US$1.750 e mantê-lo mais
ou menos coberto até recentemente, quando um esforço conjunto em 2/3 de Abril
de 2013, reduziu o ouro para US$1.557 e o da prata, a qual havia-se aproximado
dos US$50 por onça em 2011, para US$27.
O Federal Reserve
começou o seu assalto ao ouro em, 1º de Abril (Dia da Mentira), enviando a
conversa a casas corretoras, as quais rapidamente transmitiram aos clientes, de
que hedge founds e outros grandes
investidores estavam em vias de descarregar suas posições em ouro e que os
clientes deveriam sair do mercado de metal precioso antes destas vendas. Como
esta informação interna era a própria estratégia do governo, indivíduos não podem
atuar de acordo com ela. Com esta operação, o Federal Reserve, uma entidade totalmente corrupta, foi capaz de
combinar fuga individual com fuga institucional. Os preços das barras levaram
uma grande pancada e a teimosia afastou-se dos mercados de ouro e prata. O
fluxo de dólares para as barras, o qual ameaçava tornar-se uma torrente, foi
travado.
Por enquanto parece que o Federal
Reserve teve êxito em criar receios entre estadunidenses acerca das
virtudes do ouro e da prata e, portanto, estendeu o tempo em que pode imprimir
dinheiro para manter o castelo de cartas em pé. Este tempo pode ser curto ou
pode perdurar uns dois a três anos.
Contudo, para os russos e chineses, cujos bancos centrais teem
mais dólares que eles alguma vez quiseram, para os 1,3 mil milhões de indianos
na Índia, o preço baixo do ouro que o Federal
Reserve engendrou é uma oportunidade. Eles veem como uma prenda a
oportunidade que o Federal Reserve
lhes deu para comprar ouro a US$350-US$400 por onça a menos de dois anos atrás.
O ataque do Federal Reserve
ao ouro em barra é um ato de desespero que, quando for amplamente reconhecido,
condenará a sua política.
O movimento orquestrado contra o ouro e a prata é para proteger o
valor cambial do US$ dólar. Se o ouro não fosse uma ameaça, o governo não
estaria a atacá-lo.
O Federal Reserve está
criando US$1 milhão de milhões de novos dólares por ano, mas o mundo está a
afastar-se da utilização do dólar para pagamentos internacionais e, portanto,
como divisa de reserva. O resultado é um aumento na oferta e uma diminuição na
procura. Isto significa uma queda no valor cambial do dólar, inflação interna
com o aumento dos preços de importação, uma ascensão na taxa de juro e colapso
nos mercados de títulos, ações e imóveis.
A orquestração do Federal Reserve contra o ouro não pode ter êxito
no final das contas. Ela é concebida para ganhar tempo para o Federal Reserve poder continuar a
financiar o deficit do orçamento federal através da emissão de moeda e também
para manter taxas de juro baixas e preços da dívida altos a fim de suportar os
balanços dos bancos.
Quando o Federal Reserve
já não puder mais emitir devido ao declínio do dólar, o qual a emissão
agravaria, depósitos em bancos estadunidenses e pensões poderiam ser sequestrados
a fim de financiar o déficit do orçamento federal por mais uns dois anos. Ou seja
o que for necessário para protelar a catástrofe final.
A manipulação do mercado de ouro é ilegal, mas o governo dos EUA está
fazendo isso de modo a que a lei não seja aplicada.
Pelos seus ataques óbvios e concertados ao ouro e à prata, o
governo dos EUA não poderia dar qualquer advertência melhor de que perturbações
estão a aproximar-se. Os valores do dólar e de ativos financeiros denominados
em dólares estão em dúvida.
Aqueles que acreditam no governo ianque e aqueles que acreditam em
desregulamentação irão se demonstrar igualmente errados. Os Estados Unidos passaram
do seu limite. Em no máximo 20 anos serão um país do terceiro mundo. Já
passamos da metade do caminho.
2 comentários:
Informações e detalhes que valem ouro!
Gostei do final da sua postagem.
Ben S. Bernanke é que talvez não goste!
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