A insistência da oposição venezuelana
em não aceitar a vitória de Nicolás Maduro está respaldada pelos EUA e sua política
explícita em (tambem) não reconhecer o resultado das eleições naquele país,
enquanto os votos não forem recontados.
Henrique Capriles Radonski (1) se
esqueceu que nas eleições regionais de 16 de dezembro de 2012, foi reconduzido
ao cargo de governador do estado de Miranda com apertado resultado de 51,86%
dos votos, vencendo por uma pequena diferença percentual o seu adversário...
Na realidade, Maduro venceu por
uma pequena diferença de votos. Na realidade, Maduro não tem a força e o carisma
de Chávez. Para falar sinceramente, Maduro escorregou em sua campanha, ao apelar
para uma “mística” que o levou a uma posição um tanto quanto delicada. Mas,
verdadeiramente, a oposição representada por Capriles é golpista e direitista;
extremamente direitista...
Em recente entrevista a Le Monde,
no entanto, Maduro expressou de forma muito clara a situação venezuelana com as
palavras abaixo:
“(...) Respeito. Respeito pela
América Latina. Eles não nos respeitam. É uma história antiga. Existem duas
doutrinas. A doutrina Monroe, que dizia: "A América para os
americanos", ou seja, para os Estados Unidos da América. E a de Simón
Bolívar, que dizia: "A união da América outrora colônia da Espanha".
São duas doutrinas, uma imperial, a outra de libertação. Existe nos Estados
Unidos um grupo ultraconservador e terrorista. Pesquisem sobre Roger Noriega,
John Negroponte, Otto Reich... Todos esses homens estão por trás de planos de
desestabilização violenta da Venezuela. Às vezes o governo americano exerce um
certo controle sobre esses grupos, às vezes ele os deixa agirem. Os Estados
Unidos são governados por um aparelho militar-industrial, midiático e
financeiro. Obama sorri, mas mesmo assim ele bombardeia. Ele só passa uma
imagem diferente da de Bush. Nesse sentido, ele serve mais aos interesses de
dominação mundial dos Estados Unidos. Acabamos de despachar um novo encarregado
de negócios [para Washington]. Estamos dispostos a avançar na direção de uma
relação que possa ser positiva. Veremos...”
O patrimônio líquido das famílias
estadunidenses (diferença entre o valor dos bens e as dívidas) aumentou, em
média, 14% de 2009 a 2011, passando de US$ 35,2 trilhões para US$ 40,2
trilhões, o que poderia dar a entender que a maior parte da população do país está
recuperando o padrão de vida perdido na crise de 2008.
No entanto, um estudo da Pew Research mostra que essa recuperação
abrange apenas os 7% mais ricos, ou seja, as oito milhões de famílias com
patrimônio líquido superior a US$ 836 mil. O valor médio das posses desse grupo
aumentou 28% no período, passando de US$ 2,5 milhões para US$ 3,2 milhões.
Já o restante da população – 111
milhões de famílias, que são 93% do total – viu seu patrimônio líquido diminuir
em 4% desde 2009. Em média, esses lares possuíam bens no valor de US$ 140 mil
em 2009. Hoje, eles têm US$ 134 mil.
Como consequência dessa variação,
houve aumento da desigualdade econômica nos EUA. Os 7% mais ricos eram donos de
56% do patrimônio líquido do total das famílias em 2009. Dois anos depois, essa
proporção pulou para 63%.
1. A família Capriles controla o diário “Últimas Notícias”, de grande difusão nacional, o jornal esportivo “Líder” e cadeias de rádios e um canal de televisão). Alem do mais, Capriles, que começou sua vida política no partido de direita COPEI, foi um dos organizadores do reacionário movimento ligado à igreja: “Tradição, Família, Propriedade” (TFP) na Venezuela.
1. A família Capriles controla o diário “Últimas Notícias”, de grande difusão nacional, o jornal esportivo “Líder” e cadeias de rádios e um canal de televisão). Alem do mais, Capriles, que começou sua vida política no partido de direita COPEI, foi um dos organizadores do reacionário movimento ligado à igreja: “Tradição, Família, Propriedade” (TFP) na Venezuela.
2 comentários:
Excelente, como de hábito, a sua análise do processo venezuelano.
Muito boa esta “pensata” em que você comenta a situação na Venezuela e ao mesmo tempo, o padrão de vida da classe média nos EUA.
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