A aliança de Obama com a al-Qaeda na Síria

Ilustração: Newton Silva

Aqueles que destruíram o World Trade Center no dia 11/9/2011, estarão lutando ombro a ombro com a mesma nação que eles atacaram há 12 anos. Claro que nada disso virará material de propaganda para a Casa Branca, nem para Londres, nem sequer, para a própria al-Qaeda... Muito embora todos eles só pensem mesmo em destruir Bashar. E a Frente Nusra (um dos ramos da Al-Qaeda) também.

Certamente que os estadunidenses vão pedir ajuda a inteligência da al-Qaeda. Afinal, os militantes desta organização têm contato direto com a Síria. E se há coisa que os ianques não desejam, é pisar os pés por ali. E, certamente, a al-Qaeda vai sugirir alguns alvos, centros de informação, dos sírios que vivem dizendo que os apoiadores da al-Qaeda são os bandidos mais procurados do mundo... No que não estão nada longe da realidade.

O primeiro-ministro, Cameron, obviamente aplaudirá o que quer que os EUA venham a fazer... O que fará dele, também, mais um aliado da al-Qaeda. Porque, com certeza já esqueceu os ataques daquela organização em Londres. É possível, porque os governantes modernos já não teem memória. Que Cameron tenha esquecido completamente o quanto são similares os sentimentos que ele e Obama andaram manifestando,      inspirados nos tambem manifestados por Bush e Blair, uma década antes.

No Iraque, foram à guerra movidos por mentiras distribuídas por bandidos e mentirosos cujo interesse era a invasão. Dessa vez, a guerra foi movida pelo YouTube. Não significa que as imagens terríveis de civis intoxicados e mortos por gás sejam falsas. Mas que todas as provas mostrem coisas diferentes do que disseram aquelas imagens, elas terão de ser suprimidas. Por exemplo, ninguém jamais se interessará pelas repetidas notícias que se leem em Beirute, de que três membros do Hezbollah que lutavam ao lado do Exército Sírio em Damasco foram, ao que parece, atingidos pelo mesmo gás, no mesmo dia, ao que parece, em túneis. Agora, estão em tratamento num hospital em Beirute. Quer dizer então que, se o governo sírio usou gás... como é possível que tenha atingido homens do Hezbollah? No “fogo amigo” o gás escapou-lhes pela culatra?

Sim, os ianques estão dizendo que será um ataque rápido contra a Síria, um ou dois dias, ir e vir. É o que Obama supõe, como supôs Bush no Afeganistão. Mas... E o Irã? E o Hezbollah? Para mim, se Obama insistir, e for; dessa vez será ir e voltar correndo. Ou ficar anos e anos em uma guerra sangrenta que somente interessa ao Complexo Industrial Militar.

E não é isso que eles querem?