Lideranças
indígenas e quilombolas e representantes de organizações indigenistas
criticaram duramente, no início da tarde de 1 de outubro, os projetos legislativos
contrários aos direitos dessas populações.O grupo participou de audiência na
Comissão de Direitos Humanos do Senado.
As 70 lideranças, incluindo representantes de 50
povos de todo país, foram barradas na entrada do prédio pela Polícia
Legislativa depois terem sido convidadas formalmente a participar do evento. A
situação causou revolta e constrangimento. Cerca de 50 policiais impediram a sua
entrada.
Só depois de uma hora de negociações entre a
presidente da comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), e a Presidência do Senado, o
grupo conseguiu entrar no edifício. A própria Presidência havia limitado o
número de pessoas que poderiam entrar a 20 pessoas.
“Esse foi
um ato de discriminação aos povos indígenas. Isso não acontece com outros
segmentos que vão ao Congresso”, criticou Ana Rita.
“Fomos recebidos com truculência mais uma vez
pela polícia. Isso já não é novidade. Não entendemos como isso acontece na Casa
que é considerada do povo”, comentou Sônia Guajajara, da coordenação da
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
A audiência faz parte da programação da
Mobilização Nacional Indígena, que começou ontem (30/9) e vai até sábado
(5/10), quando a Constituição completa 25 anos. Durante toda a semana, estarão
ocorrendo manifestações e atividades em pelo menos sete capitais, além de
cidades no interior, em Londres, Paris e Berlim
O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN),
determinou a suspensão, nesta semana, dos procedimentos e atividades
relacionadas à questão indígena. Segundo a Agência Câmara, ele “disse que se
reuniu ontem com ruralistas e ponderou que este não é o melhor momento para a
instalação da comissão especial [da PEC 215] porque as opiniões estão
radicalizadas. Ele anunciou ainda que vai criar, na semana que vem, um grupo de
trabalho para discutir o tema com o Executivo”.
Assim, foram adiadas a primeira sessão da
comissão especial da PEC 215; uma audiência pública na Comissão de Legislação
Participativa sobre as ameaças aos direitos indígenas e que teria participação
de lideranças indígenas; e uma audiência na Comissão de Agricultura, promovida
pela bancada ruralista, para discutir a questão das demarcações com o ministro
da Justiça, Eduardo Cardozo.
A suspensão das atividades teria sido decidida
após pressões da bancada do PT. Segundo um deputado do partido, Alves teria
aceitado o acordo para adiar por tempo indeterminado a instalação da comissão
da PEC 215.
Ele também acatou o requerimento feito pelo
deputado Padre Ton (PT-RO),
3 comentários:
A população indígena, no Brasil e nas Américas como um todo, sempre foram marginalizadas e escurraçadas. E o por, aniquiladas de forma bárbara e imoral.
É o momento de se posicionarem e assumirem o seu papel real na nossa sociedade!
Nota-se pelo descrito aqui como são sempre maltratados esses que como você disse muito bem, são primeiros a ocupar este solo.
Um absurdo!
Indios foram os donos dessas terras séculos atrás. Hoje estão completamente a mercê dos brancos.
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