Às vésperas de completar os 20 anos dos Acordos
de Oslo, celebrados em setembro de 1993 entre Arafat, Clinton e Rabin, quando
foi criada a ANP, uma espécie de projeto do que seria o futuro Estado palestino,
a farsa volta à mesa de negociação, agora com Obama. Os Acordos de Oslo, fruto
do “processo de paz” ditado pelo imperialismo estadunidense, consistiam em um
artifício para paralisar e amortecer o levante revolucionário que eclodiu com a
primeira Intifada das massas palestinas, em 1987 e que já se mantinha por sete
anos. Esses acordos buscavam frear a onda revolucionária aberta na região, que
colocava em xeque não só o domínio imperialista e a existência de Israel, como
também questionava os próprios regimes nacionalistas das corruptas burguesias
árabes.
A grande questão a decifrar no cenário atual é o
que de fato está por trás das aparências, já que os atores são praticamente os
mesmos e as “negociações” giram em torno do tema do estancamento das colônias
sionistas, já rejeitado por Israel. Sem dúvida, estamos vendo uma ação
planejada por Obama no marco do esforço para estrangular a retomada da luta
revolucionária do povo palestino. Enquanto
teatralizam negociações monitoradas pelos EUA, o imperialismo ianque ataca em
todos os terrenos o povo palestino, como o cerco à Síria e ao Hezbollah como
parte da guerra que preparam contra o Irã. O que realmente se passa é a
tentativa de Obama costurar um acordo mínimo para continuar apresentando a
desacreditada ANP como interlocutora legítima do povo palestino, enquanto o
Pentágono caça junto com o enclave sionista os grupos da resistência que se
opõem a participar da farsa montada pelo Departamento de Estado.
Pelos acordos patrocinados pelos Estados Unidos,
criou-se a ANP, uma estrutura que serve de polícia política contra o próprio
povo palestino com o objetivo de reprimir a revolta das massas frente às
investidas de Israel. Valendo-se do prestígio junto às massas gerado pela
expectativa ilusória de conquistar o “Estado palestino”, Arafat subordinou a
heroica luta palestina pela sua verdadeira pátria aos interesses comuns do
imperialismo e das burguesias árabes, todos ávidos por estabilizarem a tensa
conjuntura da região para garantir os investimentos e lucros capitalistas.
No entanto, os efeitos da orientação
contrarrevolucionária da OLP foram aos poucos ficando mais claros. A cada
rodada de intermináveis negociações para a declaração de criação do fictício
Estado palestino, Israel e os estadunidenses e seus asseclas exigiam mais
concessões, como a negativa de retorno dos refugiados e o controle político e
militar total de Jerusalém, enquanto avançavam com a edificação de novas
colônias nas próprias áreas pretensamente autônomas controladas pela ANP e
respondiam frente à revolta palestina com novos genocídios. Até hoje é o que assistimos,
num quadro que só pode ser alterado com a volta da Intifada, ação que Obama quer
impedir via o reinício das novas conversações de paz!
A justa aspiração do povo palestino pela sua nação,
a retomada de seu território histórico e a edificação de seu Estado apenas
podem ser alcançados ligando as tarefas democráticas pendentes com a luta pela
revolução social. Essa imposição decorre do controle que o imperialismo exerce
sobre a região e devido ao caráter de enclave militar de Israel, um Estado
artificial montado pelos EUA para controlar o Oriente Médio. A utopia
reacionária da existência de "dois estados" convivendo lado a lado,
um sendo uma máquina de guerra instalada no território palestino e outro um
"Estado-fantoche", revela os planos sinistros de Obama.
5 comentários:
É uma situação aflictiva para o povo Palestiniano.
Os Acordos de Oslo, de Setembro de 1993 (note bem: 1993) não estão a caducar; mas já caducaram completamente.
Novos Acordos? Com a hipocrisia de Barack Obama? Nem pensar.
Vai ser uma aldrabada só. E mais uma vez os Palestinianos vão "raspar o cu às ostras".
Obama é um CANALHA. A ilustração é do CARALHO!
O Oriente Médio é um barril de pólvora, sabe mais do que eu, Hulot!
O povo palestino não tem saída. É dono da terra, mas está sendo marginalizado desde o final da II Guerra Mundial, quando os sionistas, apoiados pelos EUA e as potências ocidentais criaram o Estado de Israel.
Excelente esta imagem de Herr Barak Von Obama. kkkkkkkkkkkkkkk
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