domingo, 23 de janeiro de 2011

Deuses, mortais e outras pensatas

Estava ao lado de meu pai, no hospital em que se encontra internado, a pensar na velha questão do quanto os seres humanos sempre desejaram a imortalidade. Por isso mesmo, criaram seus deuses à própria imagem e a alma como espírito que se desloca para algum lugar, ou em outras hipóteses para outros corpos após sua morte.
Bem, na minha humilde opinião, a única forma de se perpetuar é transformando-se em adubo para a terra. Mas qual seria a forma de se fazer isto? Justamente ao contrário do que rezam nossas tradições e costumes. Corpos enterrados em caixões ou cremados não levam a nada.
Para tal, teríamos que ser sepultados em campo aberto, de preferência desnudos em meio à terra que seria fertilizada pelo nosso corpo em decomposição.
Mas não é aí que está a questão desta pensata. O ponto central dela está nesses deuses criados por nós, humanos, na tentativa de nos sentirmos superiores aos outros animais. Pois ao declarar a nossa imortalidade, tambem nos declaramos deuses e com isto negamos a nossa mortalidade. Negamos a nossa passagem –apenas passageira mesmo—pelas nossas vidas.
Que prepotência!


Transcrevo abaixo a notícia de Carlos Newton publicada na Tribuna da Imprensa de ontem (22/01):
“Como se sabe, o Jornal do Brasil saiu das bancas, passou a circular apenas na internet. Mas deixou para a eternidade um presente inesquecível a todos os seus leitores, ao disponibilizar na web, gratuitamente, todos os exemplares do JB no século XX.
Não apenas a primeira página, mas o jornal inteiro, página por página. E o melhor é que o programa utilizado permite que você possa aumentar a página, folhear o jornal e até imprimir.
Assim, o Jornal do Brasil se tornou o primeiro jornal brasileiro a ser totalmente disponibilizado na internet. É um site incrível, fundamental para registrar o Brasil do século passado.
Se quiser acessar, nem que seja apenas para ver o jornal do dia em que você nasceu, basta digitar o seguinte endereço: http://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC&dat=19920614&b_mode=2"
Vale a pena conferir, porque é simplesmente fantástico.

Aliás, ainda na mesma edição da Tribuna, Helio Fernandes garante que crescem no Senado as possibilidades de consolidar o voto distrital em substituição ao proporcional. O que, sem dúvida, seria um avanço...

O número de mortos pelas enchentes e deslizamentos de terra na região serrana do Rio de Janeiro chegou a 790, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado. Domingo passado, publiquei neste blogue um total de 600 vítimas computadas até então. E dizem as autoridades que ainda se estima em 400 o número de desaparecidos.

Hollywood prepara um filme sobre a vida do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, um projeto cujos produtores consideram um thriller dramático e de suspense, informou nesta quinta-feira, 20, o site da revista especializada Variety.

A deputada estadunidense Gabrielle Giffords deixou na sexta-feira o hospital do Arizona onde estava internada desde que foi baleada na cabeça, em 8 de janeiro, e foi transferida para uma clínica do Texas.
O atirador, Jared Lee Loughner, de 22 anos, foi indiciado por vários crimes, e ainda pode responder por outros delitos nas esferas federal e estadual. As autoridades dizem que o seu alvo principal era a deputada.

4 comentários:

André Setaro disse...

1.) Quase todos os grandes pensadores e escritores sempre se debruçam sobre a angústia da morte. Daí a curiosidade das pessoas pelos fenômenos "além da vida", que faz de filmes como "Chico Xavier" e "Nosso Lar" estrondosos sucessos de bilheteria. Da minha parte, no entanto, creio apenas nas minhocas e nos vermes que irão comer a minha carne putrefata.

2.) O Jornal do Brasil revolucionou a imprensa brasileira. Era o meu preferido até a sua decadência. Mas a oportunidade de rever todos os seus exemplares pretéritos é um presente somente capaz de ser dado pela internet.

3.)O voto distrital é muito mais eficiente. Mas receio o voto que possa ir para os cacifes dos partidos.

4.) O problema das enchentes está na edificação sem nenhum critério de edificações nas encostas.

5.)A paranóia da matança faz parte da cultura estadunidense.

Jonga Olivieri disse...

Sim, a moda no cinema brasileiro são os filmes espíritas. No cinema estadunidense sempre houve uma presença desses, a começar pelas realizações de "terror"...

Vale mesmo a pena verificar as edições do JB, principalmente as dos anos 1970/80... Alí se encontram preciosidades. Tomara que este site seja mantido no ar.

A questão do voto distrital é justamente evitar que o voto venha ajudar partidos em função das proporcionais, como os casos de grandes votações que arrastam candidatos do seu partido em detrimento de outros mais bem votados individualmente.

... e tambem o pouco caso das autoridades, em primeiro lugar da proibição de se construir em áreas que facilitam esses desabamentos, segundo, a falta de investimentos em obras que evitem os desastres.

A matança sempre foi uma característica da sociedade estadunidense em que as leis facilitam em excesso a compra de armas... Como você disse, é cultural.

Popeye disse...

Não discuto religião!

Jonga Olivieri disse...

Questão de ponto de vista, meu caro...