Transcrito de artigo publicado ontem na “Tribuna na Internet” (1)
Os Estados Unidos enviaram 12 mil soldados para a Líbia na primeira fase de mobilizações para ocupação da nação norte africana. De acordo com o diário árabe Asharq Alawsat, as tropas chegarão a Brega, sob a suposta premissa de gerar “estabilidade” e “segurança”.
Sem embargo, se espera que as tropas tomem o controle dos principais poços de petróleo e demais portos estratégicos, como resenhou a agência PressTV.
Brega, cidade portuária, está localizada no oriente da Líbia, e conta com um dos cinco terminais de petróleo da região, além de ser uma importante refinaria.
A chegada da marinha estadunidense coincide com a explosão de uma bomba de “fabricação caseira” na sede do autoproclamado Conselho Nacional de Transição (CNT), localizado na cidade de Benghazi, ao noroeste, depois que pelo menos 200 pessoas protestaram diante de seus escritórios denunciando a falta de transparência.
Responsáveis do CNT asseguraram que “reforçaram as medidas de segurança” e que investigam quem foram os responsáveis pelo ataque.
Recapitulando: no dia 20 de outubro, o então presidente líbio Muammar Gaddafi foi capturado pelas forças da Organização do Atlântico Norte (OTAN) e entregue a mercenários rebeldes que o executaram. Dois dias antes, a Secretária de Estado dos EUA havia feito uma visita a Trípoli para reunir-se com o CNT.
A OTAN vinha realizando um forte bombardeio ao país norteafricano, logo após a aprovação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que só se referiam a criar uma zona de segurança aérea, o que ocasionou uma forte crítica ao redor do mundo, incluídas as potências Rússia e China, porque os mísseis ocasionaram a morte de mais de 50 mil pessoas, na maior parte deles, civis.
Além disso, organizações de direitos humanos denunciaram os crimes de guerra e violações contra civis líbios por parte das tropas da OTAN e seus mercenários.
Dez dias depois da morte de Gaddafi, o CNT designou Abdel-Rahim al-Kib como primeiro-ministro líbio. Al-Kib lecionou em universidades estadunidenses e dirigiu o Instituto do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos antes de unir-se ao CNT, em meados de 2011. Algumas de suas pesquisas em engenharia elétrica foram financiadas pelo Departamento de Energia dos EUA.
Agora, começa a esperada ocupação pelo marines.
1. http://www.tribunadaimprensa.com.br/
4 comentários:
É incrível como aquilo que você havia escrito sobre os interesses dos EUA na Líbia ficaram muito claros com esta postagem.
Baseado em informações sobre a guerra e apoidado pela 'praxis' da dialética inerente ao Materialismo Histórico...
Kadhaffi era incômodo porque:
1) não queria ceder os poços de petróleo;
2) era contra a política dos EUA no Oriente Médio, particularmente quanto à política pró-Israel.
Percival
Concordo plenamente, Percival!
Postar um comentário