O Supremo Tribunal Federal tem menos de sete
meses para julgar um dos principais casos de corrupção envolvendo o PSDB. Nesta
sexta-feira, a Procuradoria-Geral da república pediu a condenação do deputado
federal e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), a 22 anos de
prisão por envolvimento no caso que ficou conhecido como o "mensalão"
tucano. O congressista é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de
recursos públicos e peculato cometidos durante a campanha eleitoral para o
governo do Estado no ano de 1998. Na ocasião, Azeredo foi reeleito governador.
Em suas alegações finais, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, diz que Azeredo colaborou decisivamente para o
cometimento de todos esses crimes e por isso também pediu aos ministros do STF que
apliquem a ele uma multa de 2,2 milhões de reais. Conforme as investigações a
campanha dele desviou cerca de 3,5 milhões de reais de empresas públicas que
eram vinculadas ao governo mineiro. Nos valores de hoje, o rombo aos cofres
públicos chega a 9,3 milhões de reais.
O esquema foi apontado como o “pai” do
"mensalão" do PT. O publicitário Marcos Valério, que cumpre pena pela
mesma razão que os aliados de Lula, também é citado na denúncia contra Azeredo.
Com a demora no julgamento, os réus poderão ficar
sem cumprir nenhuma pena, já que a maioria dos crimes pelos quais são acusados
deve prescrever até o mês de setembro, quando se completam 16 anos do acontecimento
dos delitos. A demora não é só do Judiciário, mas também do Ministério Público
que só denunciou o esquema em 2007, nove anos após os delitos.
Os advogados de Azeredo alegaram no processo que
o deputado é isento de responsabilidade na condução financeira da sua campanha
eleitoral, gerenciada por terceiros. O próprio réu sempre alegou inocência no
caso. No entanto, na compreensão da Procuradoria, foi demonstrado que “tanto o
desvio de recursos públicos do estado de Minas Gerais quanto a lavagem desses
capitais tiveram participação direta, efetiva, intensa e decisiva de Eduardo de
Azeredo, que, além de beneficiário dos delitos cometidos, também teve papel
preponderante em sua prática.”
“Ao desviar recursos públicos, Eduardo Azeredo
pretendeu, ao fim e ao cabo, praticar mais um episódio de subversão do sistema
político-eleitoral, ferindo gravemente a paridade de armas no financiamento das
despesas entre os candidatos, usando a máquina administrativa em seu favor de
forma criminosa e causando um desequilíbrio econômico-financeiro entre os
demais concorrentes ao cargo de governador de Minas Gerais em 1998”, concluiu
Janot em suas alegações.
Um comentário:
Rodrigo Janot, é enfático ao dizer que o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) “participou ativamente” das decisões de sua campanha derrotada à reeleição em 1998. Principalmente, ressalta, das decisões referentes à parte financeira relacionadas com as práticas criminosas denunciadas na ação penal. Segundo Janot, “além de ter atuado na coordenação financeira da própria campanha, Azeredo em momento posterior (a partir de 2002), participou do movimento para tentar impedir que os fatos (…) chegassem ao conhecimento das autoridades competentes”.
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