quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Cofundador do "Podemos" assessora Venezuela e sócios


Cofundador do partido espanhol Podemos, Juan Carlos Monedero recebeu em 2013 um total de 425.150 euros (quase 1,3 milhão de reais) dos Governos da Bolívia, Nicarágua, Venezuela e Equador por trabalhos de assessoria para implementar uma moeda comum e desenvolver a unidade financeira na América Latina. O dirigente, que é professor de Ciências Políticas na Universidade Complutense de Madri (UCM), faturou seus serviços como consultor através da empresa Caja de Resistencia Motiva 2 Producciones SL, que não possui empregados nem estrutura. Os trabalhos foram realizados três anos antes do faturamento.
Monedero se recusou, na terça-feira, a mostrar os documentos e as faturas de seus serviços afirmando que havia cláusulas estritas de confidencialidade com os Governos. “Ninguém pode ver relatórios estratégicos para instituições”, argumentou, acrescentando depois: “Não há ninguém mais transparente que nós.”
Para ele, é uma prática habitual ocultar os documentos elaborados para organismos internacionais. “Se alguém me diz que quer ver trabalhos realizados para o Banco Central Europeu (BCE), não poderia mostrá-los”, argumentou.
O professor, que fez parte da centena de especialistas contratados por organismos públicos latinoamericanos para desenvolver um “projeto comum” de assessoria, evitou detalhar quais foram os outros analistas internacionais que acompanharam sua investigação sobre a unidade monetária na Venezuela, Bolívia e Equador.  O trabalho exigiu a subcontratação de serviços jurídicos e traduções. Na terça-feira, ele evitou entrar em detalhes sobre isso.
A empresa Caja de Resistencia Motiva 2 Producciones SL, na qual Monedero aparece como único administrador, foi criada em outubro de 2013 e tem como objetivo a elaboração de estudos de mercados e pesquisas. O político usa a empresa também para receber os lucros de seu livro Curso urgente de política para gente decente (Seix Barral, 2013) que já está na segunda edição.
O presidente do sindicato de Técnicos do Ministério da Fazenda (Gestha), Carlos Cruzado, afirmou na terça-feira que é “habitual” que uma empresa receba em dois meses os trabalhos realizados três anos antes. E justificou que Monedero não tenha incluído o imposto IVA em suas faturas por se tratar de serviços realizados para países fora da União Europeia.
Para ele, é uma prática habitual ocultar os documentos elaborados para organismos internacionais. “Se alguém me diz que quer ver trabalhos realizados para o Banco Central Europeu (BCE), não poderia mostrá-los”, argumentou.
O professor, que fez parte da centena de especialistas contratados por organismos públicos latinoamericanos para desenvolver um “projeto comum” de assessoria, evitou detalhar quais foram os outros analistas internacionais que acompanharam sua investigação sobre a unidade monetária na Venezuela, Bolívia e Equador, trabalho que exigiu a subcontratação de serviços jurídicos e traduções. Na terça-feira, ele evitou entrar em detalhes sobre isso.
Os lucros dos serviços de assessoria foram destinados a pagar o programa de debates políticos La Tuerka, que é produzido em um estúdio localizado no jornal digital Público e onde “colaboram” oito profissionais, segundo o dirigente de Podemos.


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