domingo, 5 de julho de 2009

Pensatas dominicais

Neste domingo estou contando dois fatos que aconteceram. Um engraçado e o outro triste. Prefiro começar pelo mais leve.

Coisas da medicina!
Outro dia fui ao hospital acompanhando meu pai para ele marcar uma operação de catarata. Estávamos sentados a esperar aquela burocracia toda, pois costumo dizer que o sistema estadunidense de saúde, inadequadamente importado para um país pobre como o nosso, implantando na verdade um INSS pago a peso de ouro. Para passar o tempo na longa espera, comecei a ler as especialidades da clínica de olhos afixada na parede.
Esbarrei numa e comecei a rir sozinho. Ao ser perguntado por meu pai sobre o motivo da risada, expliquei que se tratava do nome de um exame (Topografia Corneana). Obviamente ligado ao tratamento da córnea, mas que na hora me ocorreu um caso engraçado de um sujeito que começou a sentir fortes dores na testa. Procurou um médico que ao examinar o paciente resolveu fazer este exame.
Ao fim de algum tempo, o doutor olha firme para o cliente e lhe diz com o resultado computadorizado na mão: “Infelizmente meu amigo, você é um corno mesmo! Os seus chifres já estão crescendo.”

Coisas de franceses!
Transcrevo a seguir a nota lida na sexta-feira (03/07) no jornal O Estado de São Paulo: “O primeiro relatório sobre a tragédia com o voo 447 da Air France sobraram críticas ao que foi classificado como “demora” do controle de voo do Brasil em perceber o desaparecimento do avião - o que teria provocado um atraso de “uma ou duas horas” nas operações de busca. Segundo o Escritório de Investigações e Análises sobre a Aviação Civil (BEA) (1), controladores de voo do Brasil não teriam transferido o voo 447 para as autoridades senegaleses, responsáveis pelo monitoramento do trajeto a partir do ponto virtual Tasil, no Oceano Atlântico.
Os brasileiros teriam feito apenas a primeira etapa do protocolo, a coordenação, que consiste em passar dados sobre o plano de voo e dizer que a aeronave se aproximava da área controlada pelo Senegal. O A330 da companhia francesa, que estava programado para fazer a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu no dia 31 de maio no Oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo.” (sic)
Será que eles achavam que iam salvar alguém se tivessem sido avisados “uma ou duas horas antes”? Ou que o avião desintegrou-se no ar por culpa das autoridades brasileiras?
Mas franceses são assim mesmo. É cultural! Primeiro tiram o corpo fora de suas responsabilidades. Neste caso, a joça de avião (2) que eles fabricam em Toulose.
Segundo, em tudo eles teem que ser melhores do que os outros. Se algum país tem uma personalidade importante em algum campo, eles logo tentam lançar um “clone”. Um exemplo? Com a intenção de destronar Sigmund Freud, “inventaram” Jacques Lacan. Grandes merdas! Lacan, no máximo é considerado um seguidor do primeiro.

(1) Bureau d'Enquêtes et d'Analyses pour la Sécurité de l'Aviation Civile.
(2) Os piores vôos que fiz foram nesses aviões. Hoje eu costumo dizer que não tenho medo de avião, tenho medo é de Airbus...

6 comentários:

Ieda Schimidt disse...

A tua piada real é engraçada. Medicina tem dessas coisas mesmo. Claro que até por ignorar as origens gregas da palavra, quando criança nunca me conformava de que Pediatra deveria ser médico que trata de pés.
E os franceses? São muito prepotentes mesmo. Esta do Lacan: foi muito boa a tua comparação. Acho que o método Lacaniano tem defeitos muito sérios. Ainda prefiro o original (Freud).

André Setaro disse...

Há alguns anos atrás, falar em Lacan era "chique" no meio universitário que concentra grande número de pseudo-intelectuais vaidosos, chatos e irritantes. Lacan para cá e Lacan para lá, o "discurso" se fazia com as "soluções" lacanianas em moda.

A indústria da pós-graduação no Brasil se agigantou nos últimos anos a ponto de se ter um Professor Doutor (eles gostam de assim serem chamado antes do nome) analfabeto funcional. A Pós-Graduação é uma camisa de força que limita a criatividade e afunda aquele que a faz, salvo as exceções de praxe de toda regra, num amontoado de clichês.

Já tive oportunidade de fazer doutorado, mas recusei. Não tenho mais tempo para ler os textos mal reprocessados dos franceses (Baudrillard, Barthes...) que se é obrigado a ler. Prefiro gastar minhas horas com as leituras que me dão prazer.

O episódio 1 é, realmente, hilário.

Jonga Olivieri disse...

Essa do Pediatra é muito boa...
Quanto a Lacan foi mais um modosmo insuportável que vingou há umas décadas atrás. Coisa de franceses...

Jonga Olivieri disse...

Fiz análise de grupo na década de 1970, após traumas originadas pela perseguição política.
Nesta ocasião procurei um psicanalista kleineano. Até porque estava muito em voga o pensamento de Melanie Kleine. Foram quase dois anos que resultaram em melhoras que hoje avalio a sua importância.
Desde 2002 até o presente momento, voltei a fazer psicoterapia, desta feita em consultas individuais. Hoje a ortodoxia está a desaparecer. Há muitas influências, e muita relação com o fator social, coisa que para Freud não tinha um grande peso. Por isso não a considero ortodoxa, todavia mantem seguimentos do pensamento e comportamentais de análise do mestre.
Mas Lacan é polêmico – discutido e admirado, para alguns teóricos é considerado o maior psicanalista depois de Freud. Já para os seus críticos, a teoria lacaniana é um retrocesso da psicanálise, um desvirtuador da teoria freudiana. Apesar de ele ter-se proclamado como um ressurgidor da pensamento de Freud.
Quanto ao modismo de Lacan, foi mesmo insuportável (conforme falei acima com a Ieda).

maria disse...

Você não perdoa!
E está certo quando pergunta se eles por acaso estavam imaginando que iam salvar pessoas se tivessem sido avisados umas horinhas antes.
Nesse acidente morreram todos muito antes de chegar no mar.

Jonga Olivieri disse...

E por que vou perdoar!
Não é "patriotada", mas assumam suas cagadas ao invés de querer dizer que foi dos outros.
Um tipo de acidente desses é o resultado (criminoso) de uma aeronave mal feita. Deveria ser proibida de voar em qualquer país... Para sempre!