sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Que país é este?



Acima uma matéria televisiva do momento em que Jaqueline Roriz recebia sua propina, um dos muitos motivos que resultaram na CPI do Mensalão do DEM de Brasília. Abaixo o artigo do jornalista Carlos Newton publicada em 31/08/2011, na Tribuna da Imprensa, atualmente Tribuna na Internet (1), que no meu entender resume tudo o que penso.

“Alguém esperava algo diferente? Por 265 votos a 166, com 20 abstenções, a Câmara absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que enfrentava um pedido de cassação do mandato, por ter sido flagrada recebendo dinheiro do operador e denunciante do esquema do mensalão do DEM em Brasília, Durval Barbosa.
A estratégia de defesa de Jaqueline Roriz foi semelhante à do então ministro Antonio Palocci, quando seu enriquecimento ilícito foi submetido à Comissão de Ética do Planalto, presidida por Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo. Na ocasião, Sepúlveda “absolveu” Palocci, alegando que a fortuna do ministro fora feita antes de ocupar o cargo, e a Comissão de Ética existe para analisar apenas os casos cometidos durante o exercício do cargo.
Como o vídeo foi gravado em 2006, mas revelado apenas em março de 2011, a defesa de Jaqueline também alegou que ela ainda não tinha mandato naquela época, e, por isso, não poderia ser cassada agora. Mesmo assim o relator, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pediu a cassação, argumentando que o fato se tornou de conhecimento público apenas este ano, quando Jaqueline já havia tomado posse na Câmara.
O relator disse que não importa que o vídeo flagrando Jaqueline Roriz em ato de corrupção tenha sido feito em 2006, quando ela ainda não era deputada federal, mas o que importava era a corrupção comprovada.
Depois dos pronunciamentos do relator Carlos Sampaio e da defesa da deputada, Jaqueline falou por 11 minutos. Em seguida, foi aberto prazo de três minutos para manifestações de parlamentares contra e a favor da cassação, para então se iniciar a votação eletrônica.
Há vários dias já se sabia que o clima era favorável à parlamentar e que Jaqueline deveria conseguir escapar da cassação. Muitos deputados temem ser cassados por irregularidades cometidas antes de chegarem à Câmara. A votação foi secreta e seriam necessários pelo menos 257 votos “sim” a favor do relatório do conselho pela cassação, para que ela perdesse o mandato.”

4 comentários:

Mário disse...

Vergonhosa a impunidade no Congresso Nacional. Fazem o que querem, abusam em demasia. Quer pior do que o Sarney solto por aí mesmo depois de tudo o que fês. E pior ainda faz até hoje.

Jonga Olivieri disse...

E hoje em dia (estava lendo ainda ontem), o "chorinho", como o dela e de outros parlamentares, faz parte da encenação.
Lembra-se do Roberto Jefferson?

André Setaro disse...

Sobre ser uma ladra da pior espécie, sócia do marido, Joaquim, a deputada Jacqueline não tem vergonha na cara. E o pior é o corporativismo congressual. Vale a indagação do antigo e falecido Francenildo Pereira: "Que país é este?"

Jonga Olivieri disse...

É somente o que nos resta perguntar!