terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma década do onze de setembro


No próximo dia 11/09/ 2011, vão-se completar 10 anos do primeiro bombardeamento em solo dos Estados Unidos, fora as investidas dos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial, quando o país asiático atingiu a costa oeste estadunidense com balões incendiários que provocaram incêndios, principalmente nas florestas da Califórnia e Oregon. Sim, há uma década, pela primeira vez o Império foi atingido no seu coração. E foi a primeira vez também em que sentiram sua vulnerabilidade.
Apesar de que a AlQaeda e Osama Bin Laden assumiram o ato, ainda paira a dúvida de que tenha sido o próprio governo de George W. Bush e a CIA quem o praticaram. Mas isto é uma longa história que talvez um dia possa ser mais bem explicada.
O fato é que guerra é guerra! Ou os EUA tiveram algum tipo de pudor quando lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagazaki? Na verdade os ataques a estas cidades japonesas em agosto de 1945, causaram a morte imediatas de 220 mil civis, fora as consequências da radiação que deixou milhares de mutilados e pessoas inutilizadas para o resto de suas vidas. Teriam sido tão necessárias? Será que o exército dos Estados Unidos não poderiam ter realizado uma demonstração em alguma ilha desabitada no Pacífico e dizer aos japoneses: “Olhem bem a bomba que nós temos... Se não se renderam vamos lançá-las sobre suas principais instalações militares...”
No ataque ao World Trade Center morreram 2.996 pessoas. Bem menos, certo? Também civis... Infelizmente. E, talvez algumas centenas de pessoas que contraíram doenças pulmonares e outras em decorrência de estarem muito próximas ao local. Analisando apenas os números, uma diferença estúpida.
Por outro lado, de acordo com dados da ONU, 20 milhões de crianças morrem de fome anualmente em todo o mundo; cerca de 37 mil crianças com menos de 5 anos morrem de fome diariamente. Vejam bem: diariamente! Grande parte deste número é devido à política imperialista dos Estados Unidos. E quando digo grande parte é porque cerca de 80% deste total são decorrentes da exploração do capital internacional e de guerras localizadas, mantidas ou diretamente existentes por culpa do governo estadunidense e de seus algozes, ingleses, franceses, alemães e outros de menor expressão, que têm por trás de si o sistema capitalista, e, consequentemente o lucro desenfreado e sem escrúpulos da burguesia.
Segundo a FAO, o número estimado de famintos no mundo é de 800 milhões de pessoas apenas nos países em desenvolvimento — 215 milhões somente na África subsaariana, correspondendo a quase metade da população daquela região — e mais 200 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrendo deficiências agudas por falta de proteínas e calorias. Ora, os EUA gastam dois bilhões de dólares por semana somente na guerra do Afeganistão. O que significaria esta cifra de US$ 8 bilhões/mês no combate direto à fome no mundo? Quantas crianças sobreviveriam à necessidade e à fome com este calhamaço de dinheiro? No entanto, pelo contrário, ele é empregado para aumentar o número de vítimas fatais.
Está bem, concordo que devemos chorar as vitimas, os cerca de dois mil civis que pereceram no ataque às Torres Gêmeas, e lhes devemos reservar instantes de dor, um minuto de silêncio ou qualquer coisa do gênero no próximo dia onze de setembro. Mas também devemos chorar pelas milhões de crianças que morrem de fome.
Outrossim não podemos nos esquecer dos verdadeiros culpados não somente do atentado de 11/09/2001, como da morte estúpida de inocentes ao redor do mundo. Na verdade não devemos é nos esquecer que estes são provocados pelo governo dos Estados Unidos da América, alimentados pelas multinacionais sedentas de dólares, euros, diamantes, ouro, ou qualquer coisa que tenha algum valor monetário. Que para eles está muito acima de vidas humanas, porque na verdade “burgueses comem criancinhas” (1)...

1. Uma alusão à frase que era comum entre os reacionários durante a Guerra Fria de que os “comunistas” comiam criancinhas!

7 comentários:

André Setaro disse...

"O 11 de setembro é um espetáculo cinematográfico?", indagou um sociólogo no começo de sua palestra sobre o ataque terrorista acontecido nesse fatídico dia. As estruturas do capitalismo tremeram pela primeira vez quando os fundamentalistas islâmicos perpetraram a destruição das torres gêmeas, símbolos de Nova York e de uma América que se pensava próspera. O pavor de um 'remake' determinou guerras sucessivas, gastos imensos, até que a crise se instalou nos Estados Unidos. A verdade é que o mundo mudou depois dos ataques em 11 de setembro. E nenhum 'disaster movie' ousou tantos em suas cenas espetaculares. Quando, algum dia, no futuro, se for estudar as causas do capitalismo americano, o 11 de setembro figurará, tenho certeza, entre elas.

Jonga Olivieri disse...

Lembro que um amigo meu, quando explodiu aquele Apolo (sei lá que número) disse: "foi um belo espetáculo pirotécnico", comparando-o a fogos de artifício em quqlquer festa do tipo "reveillon".
Idem eu diria do ataque de 11/09/2001. Lembro que estava com um trabalho enorme, os colegas todos na sala de reunião e eu debruçado numa MacIntosh, aproveitava momentos para passar pela sala e assistir um pedacinho daquilo que para mim, naquele instante, eu nem acreditava que acontecia. Sim porque os EUA atacados no próprio solo! Inacreditável!
Quando cheguei em casa fiquei com a TV ligada até a hora em que desmaiei...
O balanço é que a vida de todos mudou a partir daí. O mundo mudou. Uma Guerra Contra o "Terror" substituiu a "Guerra Fria" e o complexo industrial militar conseguiu sustentar-se.
Se tivermos algum tipo de vida após o capitalismo, ou seja, se o capitalismo não destruir a vida na Terra, essa história será melhor contada. Como voc~e disse: "Quando algum dia, no futuro..."

Mário disse...

Essa sua comparação com as mortes de criancinhas no Terceiro e porque não dizer Quarto Mundo foi bem oportuna.
Hoje são milhões. E o imperialismo tem culpa em tantas e tantas. Não se pode contar.
Enquanto isso choram as "vítimas inocentes" de 11/9. Que que é isso minha gente?
Vai ser e já está sendo uma repetição de tudo culpando os terroristas. Mas terão sido eles? A suspeita sobre uma armação de Bush/Cia ainda é muito avaliada e não está mesmo fora de questão.

Simey Lopes disse...

independente de ter sido armado ou verdade, um fato é que guerra gera lucros (pro lado vencedor e pra quem fornece armamento (EUA))
sei muito pouco para opinar, mas não me surpreenderia se descobrissem que foi armado pelo próprio EUA.

Jonga Olivieri disse...

Também acho que a versão Bush/CIA não pode ser descartada. Mas, como disse, não se têm provas suficientes até hoje, apesar de suspeitas levantadas por gente de peso e credibilidade.

Jonga Olivieri disse...

Sim Simey. É o chamado "complexo industrial militar", hoje uma das maiores produtoras de riquezas do Império...
Quanto às suspeitas sobre Bush, já respondi ao Mário tudo o que penso... Quem viver verá!

Jonga Olivieri disse...

Saudades de seus comentários, Simey. Também fui ao seu blogue e deixei vários por lá.
Aliás parabéns. O seu blogue está ótimo!