Mais de uma vez recebi nesta última semana telefonemas e mensagens
no meu correio eletrônico comentando a vitória de François Hollande (Partido
Socialista) sobre Nicolas Sarkozy como se fosse uma grande conquista da
esquerda!
Gente, o que houve ali até foi mesmo uma vitória da esquerda sobre
a direita. Mas, notem bem, no âmbito da direita... Para ser mais claro é algo
como se os democratas vencessem uma eleição nos EUA. Em outras palavras, em
essência não muda nada. Apenas algumas medidas pró ou anti “assistência social”
modificam-se para mais ou para menos.
E isto era o que estava a apavorar a população francesa após as
medidas de austeridade de Sarkozy tomarem um certo peso. Perder certas regalias
e conquistas como uma boa aposentadoria e outras benesses sociais seria de fato
um retrocesso que fez o eleitor se inclinar pelo voto no socialista.
Fora isso... Como disse aqui quando da eleição de Obama nos EUA,
tambem agora não espero muito do novo governo de “esquerda” prestes a se instalar
no poder... Fora discurso e medidas de fachada. Como historicamente sempre comprovou
a social democracia.
E a CPI do Cachoeira? Como numa cascata foram sendo arroladas mais
e mais personalidades do mundo político nacional numa progressão assustadora.
Se é que possa haver alguma coisa que ainda assuste na vida política deste
país.
O pior mesmo é a “cêra” para de fato se iniciar o tão decantado
inquérito do bicheiro. Existem mais partidos envolvidos do que imagina a nossa
vã filosofia. Daí... É o tal caso: ”se correr o ‘bicho’ pega, se ficar o ‘bicho’
come!”
O presidente grego, Karolos Papoulias, deu início neste final de
semana ao último esforço para tentar formar um governo de coalizão. Com o seu
fracasso, a Grécia não terá alternativa senão convocar novas eleições.
Enquanto isso o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido
Westerwelle, advertiu que a ajuda da UE (União Europeia) à Grécia poderá ser
suspensa se esse país interromper o processo de reformas e descumprir os
compromissos adquiridos. Tá feia a coisa na ponta mais pobre da Europa “unificada”.
Saiu na mídia que mais de 24% dos presos no Brasil estão ligados
ao tráfico. Coi de loco!
E por falar em mídia, um movimento (minimamente divulgado) é o da “Primavera
Global” que está a começar a partir de hoje e se estende até terça feira em
várias cidades e países de todos os continentes.
Em Portugal, por exemplo, num ato de incitamento à "desobediência
civil", o denominado Grupo de Transportes dos Indignados de Lisboa desafia
a que, entre os dias 12 e 15 de maio, se viaje nos transportes públicos sem
pagar.
Uma ação assim, a Occupy espalhou-se espontaneamente no ano passado por
inúmeras cidades dos Estados Unidos. Mudou radicalmente o discurso e fustigou a
elite econômica com sua desafiante defesa das maiorias. Foi, para Noam Chomsky,
“a primeira grande resposta pública a trinta anos de guerra de classes”. Em seu
livro mais recente, Occupy, Chomsky debate os principais temas, questões e
reivindicações que estão levando cidadãos comuns a protestar. Como se chegou a
tal ponto? De que modo o 1% de mais ricos influencia as vidas dos outros 99%?
Como se pode separar Política de Dinheiro? O que seria uma eleição genuinamente
democrática?
Há pelo menos duas formas de enxergar a conferência Rio+20,
que começa em pouco mais de um mês.
Uma delas é preparar-se para denunciar seu provável
“fracasso”. Ao terminar o encontro, em 22 de junho, os chefes de governo terão desenhado
um plano para deter o aquecimento global ou as diversas formas de devastação da
natureza? Em quase todo o mundo, a política institucional está cada vez mais
amarrada aos grandes negócios e capitais. Estes buscam valorizar-se ou por meio
dos circuitos financeiros, ou dos velhos padrões de “desenvolvimento”. Sua
lógica é o lucro máximo: não inclui buscar novas relações, sustentáveis e
harmônicas, entre ser humano e natureza.
Por isso, a mera denúncia é radical apenas na aparência. Ela
permite apontar culpados, mas não ajuda a deter o crime. Durante alguns dias, a
grande exposição do evento na mídia garantirá algum alarido e desgaste dos
governantes insensíveis. Depois a rotina das relações de produção e consumo
atuais voltará a se impor.
A exemplo da Lei da Ficha Limpa, a campanha SUS+10 pretende
coletar a assinatura de 1,5 milhão de brasileiros em pelo menos cinco estados
para endossar um projeto de lei de iniciativa popular que obrigue o governo federal
a destinar 10% de suas receitas brutas no Sistema Único de Saúde (SUS). O valor
representa algo em torno de R$ 33,5 bilhões a mais no orçamento do Ministério
da Saúde. Neste ano, a pasta sofreu contingenciamento de R$ 5 bilhões, ficando
com R$ 72,1 bilhões.
A presidente
Dilma Rousseff anunciou nesta quinta feira (10) os sete integrantes da Comissão
da Verdade que investigará crimes políticos nos chamados “anos de chumbo”.
Foram
designados: Cláudio Lemos Fonteles, ex procurador geral da República; Gilson
Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias,
ex ministro da Justiça; o jurista José Paulo Cavalcante Filho; a psicanalista
Maria Rita Kehl; o professor Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, que
participa de missões internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU),
inclusive a que denunciou recentemente violações de direitos humanos na Síria;
e a advogada Rosa Maria Cardoso Cunha – que defendeu a presidente durante a
ditadura militar.
Os nomes dos
integrantes foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta feira
(11) e a Comissão deve ser instalada no próximo dia 16, às 11h, em uma
cerimônia com a presença dos ex presidentes eleitos após a ditadura.
É importante tambem lembrar que dona Dilma vete o novo
Código Florestal, que perdoa os latifundiários desmatadores, fruto do lobby da bancada ruralista.
3 comentários:
Gosto muito de suas pensatas com este formato de diversas questões.
E o ataque de Dona Dilma ao 'system' financeiro em rede pública de tv na véspera do dia do trabalho?
Dilma tem assumido algumas posições críticas quanto ao sistema financeiro no Brasil e no exterior.
Melhor do que nada!
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