Quando Barack Obama foi eleito presidente dos Estados
Unidos, em meio àquela onda de euforia generalizada, publiquei algumas postagens
alertando que tudo aquilo não passava de uma grande ilusão, que ele ia fazer um
governo tão reacionário quanto o de seus antecessores, etc e etc. Alguem ainda
duvida disso? Em alguns aspectos ele foi alem disso e conseguiu ser pior até do
que Bush II.
Surpreendente para mim foi o fato de um afro descendente
conseguir vencer aquela eleição, num país profundamente retrógrado e racista.
Agora é a vez de François Hollande, socialista (leia-se
social democrata) que se elegeu presidente da França. Há um exagerado e
inexplicável otimismo pelo fato dele ter saído vitorioso na disputa. Já até comentei
aqui que seu governo não será tão “diferente” quanto imaginam alguns; ou seriam
muitos? E que, na realidade, limitar-se-á à “assistência social”, característica
de seu partido ao longo de grande parte do século passado.
Quando alardeiam por aí que a “esquerda” ganhou as eleições
na França, resta saber o que consideram esquerda. Existe uma --permitida pelo
sistema-- que sem dúvida nenhuma não tem nada a ver com o real significado da
palavra. É apenas o embuste usado para enganar otários... E como existem
otários! Exemplo de como a grande mídia oficial consegue através da mentira
institucionalizada repetir uma mentira mil vezes e tentar transformá-la em
verdade!
A social democracia surgiu no seio da II Internacional,
ainda no século XIX. E, apesar de correntes de esquerda sempre terem tido
expressão no seu todo ao longo do tempo [como os espartaquistas na Alemanha ou os bolcheviques
na Rússia], com o passar das décadas foi-se inclinando cada vez mais para a
direita, rebatizando-se como Internacional Socialista, e, na segunda metade do
século 20 abandonou completa e oficialmente suas ligações e compromissos com o
pensamento marxista. Obviamente porque já não dava mesmo, pois desde o início
do século, setores dos partidos que a compunham alinhavam-se mais e mais à
burguesia.
Na I Grande Guerra, alguns dessas correntes defenderam o
apoio do proletariado a seus países no conflito em uma clara manifestação de “social
chauvinismo”. Com o advento da revolução soviética, tornaram-se os principais
instrumentos das reformas sociais do sistema com a finalidade de enfrentar o
perigo da “bolchevização” da luta de classes. Em essência, passaram a ser a
direita com uma fachada de esquerda. Conseguiram até alguns “feitos” na Europa,
mais especificamente na Inglaterra e nos países escandinavos em que se “estatizaram”
a saúde, a educação e os transportes. Mas nunca, em hipótese alguma ameaçaram o
sistema capitalista nem sequer cogitaram substitui-lo por algum outro caminho.
Mas voltando a Hollande, é claro que tomará medidas
demagógicas e de cunho espalhafatoso que aparentem uma posição esquerdista. Foi
o caso do anúncio da retirada de 2.000 soldados das tropas francesas no
Afeganistão até o final do ano. Mas é importante lembrar que a França ainda é a
terceira força de ocupação estrangeira daquele país.
4 comentários:
Praticamente não existem mais nações, mas um poder comandado pelas grandes corporações internacionais. Como de hábito, considerações pontuais e pertinentes. O que reclamo é das postagens bissextas. Bom domingo, se isso for possível.
Ensinamentos de Hitler : "invente uma mentira, simplifique-a, e repita-a com convicção mil vezes, e todos pensaram que é verdade."
. . . acredito que existem bons alunos.
É André. Ando sem tempo, sem inspiração e sem motivação para escrever. Daí... Postagens mais esparças.
Frase atribuida a joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler.
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