domingo, 10 de junho de 2012

Pensatas de domingo


Em matéria publicada no Boletim Controvérsia de número 79, o filósofo e ativista Noam Chomsky (foto) critica a administração de Obama pelo uso de aviões não tripulados para matar suspeitos de terrorismo, reforçando a tese apresentada na matéria anterior, de autoria do professor Jorge Moreira.
Chomsky, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), criticou o uso de drones (aviões não tripulados) contra suspeitos de terrorismo, dizendo que isso é "assassinato e violação do devido processo legal. "
"Se Bush, a administração Bush, não gostava de alguém, sequestrava e enviava para câmaras de tortura", disse Chomsky, ao Democracy Now. "Se a administração Obama decide que não gosta de alguém, o mata, assim, não tem que ter câmaras de tortura em todos os lugares."
No final de abril, o assessor de contraterrorismo da Casa Branca, John Brenman, deu uma descrição detalhada buscando justificar os ataques feitos por drones estadunidenses contra supostos integrantes do Talibã e da Al Qaeda. A administração Obama tinha permanecido em silêncio até então sobre o uso de drones para atacar suspeitos de terrorismo.
"Você sabe, este clérigo norte-americano no Iêmen, que foi morto por drones", Chomsky disse, em referência ao Anwar al-Awaki, líder de um destacamento da Al Qaeda no Iêmen."Ele foi assassinado. O homem ao lado dele foi morto. Logo depois, seu filho foi morto ", disse ele. "Mas, você sabe, o proprietário do New York Times, por exemplo, quando ele [al-Awaki] foi morto, disse algo como “o Ocidente celebra a morte do clérigo radical ", continuou Chomsky.
"Primeiro de tudo, não era a morte, foi assassinato. E o Ocidente celebrou o assassinato de um suspeito. Ele é um suspeito, depois de tudo. Havia algo que foi feito há muitos anos, chamado Carta Magna, que é o fundamento de direito anglo-americano e que diz que ninguém será submetido à violação de direitos e nem julgado sem o devido processo legal. E não diz que, se você acha que alguém é suspeito, deve matá-lo ", concluiu.

A Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, começa na próxima quarta feira.
Como na Eco-92, também no Rio, governantes, diplomatas, empresários, ONGs, representantes de diversos setores do mundo irão discutir os mesmos problemas.
O desafio é semelhante ao de 20 anos atrás: a busca por um desenvolvimento sustentável que atenda às necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras.
Não há segredos e os problemas se acumulam, agora somados à crise econômica mundial.
O cenário é desfavorável, após fracassadas tentativas de acordos. Tudo leva a crer que o encontro será um novo fiasco, com as discussões mais focadas na crise do que nas questões do meio ambiente
Resta torcer para que as soluções não sejam adiadas mais uma vez.

Veteranos estadunidenses das guerras do Iraque e Afeganistão arremessaram suas medalhas no local onde ocorria a Cúpula da OTAN em 20 de maio último, no que foi a mais dramática ação anti-guerra de ex-soldados desde o Vietnã. Um por um, mais de 40 membros do serviço de todos os ramos das Forças Armadas subiram ao palco para contar suas histórias enquanto milhares de manifestantes ouviam e aplaudiam.
"Quero dizer para aqueles atrás de nós, nestes muros fechados onde constroem mais políticas baseadas em mentiras e medo, que não estamos mais com eles e em suas guerras injustas. Tragam nossas tropas para casa", disse Iris Feliciano, da Marinha dos EUA, que serviu no Afeganistão em 2002. Feliciano virou-se e arremessou suas medalhas para a McCormick Place, onde a Cúpula da OTAN foi realizada nos dias 20 e 21 de maio.

Enquanto isso, e apesar do silêncio proposital da grande mídia, os movimentos Occupy continuam não somente em Nova Iorque, como ao redor do mundo...
Pode-se discutir muito se o movimento Occupy continua vivo e efetivo ou não. Mas não há como não ver que as desigualdades de renda e riqueza alcançam hoje picos históricos nos EUA; e que 2/3 da população norte-americana – e 55% dos Republicanos – dizem que há conflitos “muito fortes” ou “fortes”, no país, entre “os ricos e os pobres”, segundo o Pew Research Center.

O silêncio da mídia acoberta também as ações de repressão policial. De fato, a violência da repressão é também medida de sucesso do movimento, porque mostra o quanto o estado e os governos o veem como ameaça.
Vale ressaltar que em Oakland, a Polícia usou um tanque, contra manifestantes.

Um comentário:

André Setaro disse...

Tenho o maior respeito por Noam Chomsky, e espantoso verificar que ele ratifica o Professor e Pescador Jorge Moreira.