Em
matéria publicada no Boletim
Controvérsia de número 79, o
filósofo e ativista Noam Chomsky (foto) critica a administração de Obama pelo
uso de aviões não tripulados para matar suspeitos de terrorismo, reforçando a
tese apresentada na matéria anterior, de autoria do professor Jorge Moreira.
Chomsky, professor do Massachusetts Institute of
Technology (MIT), criticou o uso de drones (aviões não tripulados) contra suspeitos
de terrorismo, dizendo que isso é "assassinato e violação do devido
processo legal. "
"Se
Bush, a administração Bush, não gostava de alguém, sequestrava e enviava para
câmaras de tortura", disse Chomsky, ao Democracy Now.
"Se a administração Obama decide que não gosta de alguém, o mata, assim,
não tem que ter câmaras de tortura em todos os lugares."
No
final de abril, o assessor de contraterrorismo da Casa Branca, John Brenman,
deu uma descrição detalhada buscando justificar os ataques feitos por drones estadunidenses
contra supostos integrantes do Talibã e da Al Qaeda. A administração Obama
tinha permanecido em silêncio até então sobre o uso de drones para atacar suspeitos de terrorismo.
"Você
sabe, este clérigo norte-americano no Iêmen, que foi morto por drones",
Chomsky disse, em referência ao Anwar al-Awaki, líder de um destacamento da Al
Qaeda no Iêmen."Ele foi assassinado. O homem ao lado dele foi morto. Logo
depois, seu filho foi morto ", disse ele. "Mas, você sabe, o
proprietário do New York Times, por exemplo, quando ele [al-Awaki] foi
morto, disse algo como “o Ocidente celebra a morte do clérigo radical ",
continuou Chomsky.
"Primeiro
de tudo, não era a morte, foi assassinato. E o Ocidente celebrou o assassinato
de um suspeito. Ele é um suspeito, depois de tudo. Havia algo que foi feito há
muitos anos, chamado Carta Magna, que é o fundamento de direito anglo-americano
e que diz que ninguém será submetido à violação de direitos e nem julgado sem o
devido processo legal. E não diz que, se você acha que alguém é suspeito, deve
matá-lo ", concluiu.
A
Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, começa
na próxima quarta feira.
Como
na Eco-92, também no Rio, governantes, diplomatas, empresários, ONGs,
representantes de diversos setores do mundo irão discutir os mesmos problemas.
O
desafio é semelhante ao de 20 anos atrás: a busca por um desenvolvimento
sustentável que atenda às necessidades atuais sem comprometer as gerações
futuras.
Não
há segredos e os problemas se acumulam, agora somados à crise econômica
mundial.
O
cenário é desfavorável, após fracassadas tentativas de acordos. Tudo leva a
crer que o encontro será um novo fiasco, com as discussões mais focadas na
crise do que nas questões do meio ambiente
Resta
torcer para que as soluções não sejam adiadas mais uma vez.
Veteranos
estadunidenses das guerras do Iraque e Afeganistão arremessaram suas medalhas
no local onde ocorria a Cúpula da OTAN em 20 de maio último, no que foi a mais
dramática ação anti-guerra de ex-soldados desde o Vietnã. Um por um, mais de 40
membros do serviço de todos os ramos das Forças Armadas subiram ao palco para
contar suas histórias enquanto milhares de manifestantes ouviam e aplaudiam.
"Quero
dizer para aqueles atrás de nós, nestes muros fechados onde constroem mais
políticas baseadas em mentiras e medo, que não estamos mais com eles e em suas
guerras injustas. Tragam nossas tropas para casa", disse Iris Feliciano,
da Marinha dos EUA, que serviu no Afeganistão em 2002. Feliciano virou-se e
arremessou suas medalhas para a McCormick Place, onde a Cúpula da OTAN foi
realizada nos dias 20 e 21 de maio.
Enquanto
isso, e apesar do silêncio proposital da grande mídia, os movimentos Occupy
continuam não somente em Nova Iorque, como ao redor do mundo...
Pode-se
discutir muito se o movimento Occupy continua vivo e efetivo ou não. Mas
não há como não ver que as desigualdades de renda e riqueza
alcançam hoje picos históricos nos EUA; e que 2/3 da população
norte-americana – e 55% dos Republicanos – dizem que há conflitos “muito
fortes” ou “fortes”, no país, entre “os ricos e os pobres”, segundo o Pew Research Center.
O silêncio da mídia acoberta também as ações de repressão policial. De fato, a violência da repressão é também medida de sucesso do movimento, porque mostra o quanto o estado e os governos o veem como ameaça.
O silêncio da mídia acoberta também as ações de repressão policial. De fato, a violência da repressão é também medida de sucesso do movimento, porque mostra o quanto o estado e os governos o veem como ameaça.
Vale
ressaltar que em Oakland, a Polícia usou um tanque, contra manifestantes.
Um comentário:
Tenho o maior respeito por Noam Chomsky, e espantoso verificar que ele ratifica o Professor e Pescador Jorge Moreira.
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