Charge de Latoff |
Desde a antiguidade, a região compreendida entre a Península de
Anatólia, a Turquia e a Península do Sinai já era denominada como Síria. O
domínio deste território foi um objetivo constante das antigas civilizações
egípcias, que consideravam aquela região como a porta de entrada de seu país, e
para persas, que a viam como uma ponte para a ampliação de seu
Império.
Num resumo de sua história mais recente, o domínio Otomano que se iniciou no século XVI, estendeu-se até o fim da I Grande
Guerra, quando a França passou a administrá-la... O Emir Faisal foi proclamado
rei como um desdobramento da “Revolta Árabe”. Na época, as intenções da França
e do Império Britânico eram desconhecidas, mas, por meio do Acordo Sykes-Picot Paris e Londres haviam
dividido o crescente fértil deixando a Síria e o Líbano sob controle e influência
francesa, enquanto que o Império Britânico exerceria o seu sobre a Palestina, a
Jordânia e o Iraque.
Em
1920, a França ocupou militarmente o país, forçando a retirada de Faisal. Dois
meses depois, a Síria foi dividida em cinco Estados coloniais: Grande Líbano
(que agregava outras regiões ao território do Pequeno Líbano), Damasco, Alepo,
Djabal Druza e Latakia, sendo que os quatro últimos foram reunificados em 1924.
A Síria conseguiu a sua independência em 1946. Em 1948, entrou em
guerra com Israel, saindo desta perdedora. Sofreu ainda numerosos golpes
militares. Em 1958, uniu-se ao Egito e formou a República Árabe Unida República
(R.A.U.), da qual separou-se depois do levante militar de 28 de setembro de
1961, convertendo-se em República Síria, e, depois da tomada de poder em 1963
pelo Partido Baath, “socialista” e
nacionalista, que empreendeu uma série de profundas reformas sociais e
econômicas, ficando constituída como República Popular da Síria em 1964.
Em
10 de junho de 2000, ocorreu a morte Hafez-al-Assad, que foi sucedido por seu
filho, Bashar-al-Assad, que assumiu o cargo em julho. Em junho de 2001, a Síria
completou a retirada de suas tropas de Beirute, um ano após a retirada das
tropas israelenses do sul do Líbano.
A Síria é um dos elementos mais emblemáticos da região árabe, por ter
guerreado com Israel, ter-se aliado e recebido armamentos da antiga União
Soviética, por proteger o Líbano e por acobertar o Hezbollah, no Líbano e o Hamas
no território árabe/palestino em plena guerra contra o “terror” (guerra
estadunidense, diga-se de passagem).
Sendo assim, a Síria foi classificada pelos EUA como parte do “Eixo do
Mal”, na gestão George W. Bush, em função do seu passado de resistência e de
persistência contra as propostas (nada decentes) dos Estados Unidos e Israel
para o Mundo Árabe.
Hoje, derrubar
o regime da Síria para o Ocidente, principalmente EUA e seu cúmplice sionista
(1) é enfraquecer o Irã, e minar as
forças do Hamas e Hezbollah, ou seja, abrir caminhos para
que os projetos e imposições do Ocidente sejam aceitos e a ampliação de
poder geopolítico seja feita. A Síria é hoje o foco nervoso da complexa
região, e a mudança de seu governo não somente mudará o país, mas todo o
balanço de poder da região, onde, em virtude disso dificilmente a supremacia estadunidense/israelense
será abalada.
Um detalhe
é que a crise na Libia deixou lições às forças imperialistas. Enquanto naquele
país a intervenção foi direta através de bombardeios e tropas da Otan (2),
desta feita estão apenas armando a oposição ao governo de Bashar-al-Assad.
Mas as reais intenções de Israel e dos estadunidenses é atacar o Irã. E para
tal, tratam de excluir do mapa todo e qualquer país que possa se aliar ao
“inimigo” número um...
Em matéria de conflito real, os EUA e/ou Israel só admitem a guerra
combinada de todos os países do Oriente Médio ao seu lado, contra a República
Islâmica do Irã, tendo como objetivo final garantir o domínio e os preços do petróleo.
1. Ou o correto seria “os sionistas e
seu cúmplice EUA”?
2. A situação da “oposição” na Libia
era militarmente fraca e extremamente caótica porque dividida em tribos secularmente
antagônicas o que gerou a necessidade inicial de bombardeios e a posterior
invasão por tropas.
3 comentários:
Tem toda razão quando diz que "Em matéria de conflito real, os EUA e/ou Israel só admitem a guerra combinada de todos os países do Oriente Médio ao seu lado, contra a República Islâmica do Irã, tendo como objetivo final garantir o domínio e os preços do petróleo."
É isso mesmo!
Hitler rompeu o "pacto" com a URSS só para alcançar o petróleo.
O imperialismo neo-fascista de nossos tempos - compreenda-se Sionistas & Ianques - não vão sossegar enquanto não invadirem (de forma sangrenta) o Irã.
Esta é a pedra no calcanhar deles no momento.
Na primeira chance, catapuuuuuuum!!!
Veja bem. A nota abaixo eu acabei de ler e copiei da Folha de hoje. Ela mostra o quanto Israel provoca uma situação de guerra, por enquanto "fria". Mas que não deve demorar muito a esquentar:
"O presidente de Israel, Shimon Peres, acusou nesta segunda-feira o Irã de ser o centro do terrorismo mundial, em visita oficial a Atenas.
Nos últimos anos, o governo do Estado judeu acusa o Irã de envolvimento em diversos atentados terroristas, envolvendo israelenses ou não.
No dia 23, Peres disse que Teerã está em "guerra aberta" contra Israel após acusar o governo do país persa de ter planejado o ataque contra turistas do Estado judaico na Bulgária, no dia 18".
Mais claro do que isso?
L.P.
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