Sempre tenho publicado neste blogue charges de Alpino, que aborda
a política brasileira e suas sutilezas. Outro dia descobri Latuff (foto
acima). E resolvi publica-lo ilustrando uma postagem sobre a situação na Síria.
Mas qual não foi a minha surpresa, ao sabê-lo
brasileiro. Suas charges geralmente estão em inglês, até porque são publicadas
no mundo inteiro e abordam temas internacionais. Segue abaixo um pouco dele:
Carlos Latuff (Rio de Janeiro, 30/11/1968) é um cartunista
e ativista político brasileiro.
Apesar
de ter iniciado sua carreira como ilustrador numa pequena agência de
publicidade no centro do Rio de Janeiro, em 1989, tornou-se cartunista
publicando sua primeira charge num boletim do Sindicato dos Estivadores, em
1990, e permanece trabalhando para a imprensa sindical até os dias de hoje.
Com
o advento da Internet, Latuff deu início ao seu ativismo artístico, produzindo
desenhos para o movimento zapatista.
Após
uma viagem aos territórios ocupados da Cisjordânia em 1999, tornou-se um
simpatizante da causa Palestina destinando boa parte de seu trabalho a esse
tema.
Tem
trabalhos espalhados por todo o mundo. A exemplo disso, a primeira publicação
de uma charge brasileira no concurso de charges sobre o Holocausto, promovido
pela Casa da Caricatura do Irã, em resposta às caricaturas de Maomé divulgadas
na imprensa europeia, foi de sua autoria. O desenho retrata um palestino em
lágrimas diante do muro erguido por Israel, usando um uniforme de prisioneiros
dos campos de concentração nazistas: em vez da Estrela de David no peito,
aparece o Crescente Vermelho.
Durante o ano de 2011 vários protestos estouraram em todo o mundo
árabe, sendo chamados de “primavera Árabe”, Carlos Latuff se torna no meio
midiático através de seus trabalhos artísticos em um dos grandes expoentes
internacionais do movimento fazendo quase que diariamente charges sobre
episódios durante todo o evento. Libia e Otan são por exemplo temas frequentes
de seu trabalho, sendo exposto pela mídia brasileira e diversos veículos internacionais.
Seu trabalho sobre os acontecimentos se tornaram inclusive notícia em grandes
meios de comunicação, tendo suas declarações expostas nos mesmo como por
exemplo quando disse "É um trabalho autoral, mas não se trata da minha
opinião. É preciso que seja útil para os manifestantes, e que eles possam usar
aquilo como uma ferramenta." e também de forma curta e direta dizendo
"charge incomoda. Seu trabalho com temas
sobre a "Primavera Árabe" se tornaram algo tão evidente e importante
para os povos que estão vivendo os acontecimentos, que se tornou fácil
encontrar os trabalhos de Latuff nas mãos de protestantes pelas ruas de todas
nações árabes e de outros países que vivem tal eferverscência, seus trabalhos
são impressos e expostos em tamanho normal e por vezes ampliados e também são
copiados em cartazes por exemplo e exibidos.
Algumas charges de Latuff, como a do embargo a Cuba, as garras de Obama/falcão e a estrela de David em meio às demais na bandeira dos EUA |
5 comentários:
Em relação aos cartunistas, vejo no Brasil um centro de excelência.
André Setaro
Indevidamente exclui o cementário de André Setaro que publiquei acima.
Tem razão André.
Sempre tivemos bons cartunistas... Desde os tempos de J. Carlos, depois Péricles, Carlos Estevão, Jaguar, o próprio Millôr (que era muito mais do que um cartunista) e tantos outros.
Também não saia que ele era brasileiro! Uma boa surpresa!
Aquela do Obama com suas "garras" de "falcão" mostra bem o que ele é.
Poucas vezes vi um presidente tão hipócrita. O Bush pelo menos era o que dizia ser. Ele...
Carlos Latuff é um "senhor" cartunista.
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