Ainda que esteja super ocupado, sem tempo para colaborar regularmente
com novos textos para Novas Pensatas,
ainda posso tomar uma hora de descanso para escrever e dar-lhes notícias
rápidas (sem aprofundar) sobre fatos da vida
cotidiana, da vida comercial,
esportiva e política dos EUA.
Vejam este fato da realidade estadunidense: em dezembro de 2011, Taylor
Dufrene, um empregado de Time Warner
Cable Television chegou na nossa casa em Appleton, Wisconsin, para fazer
propaganda das vantagens econômicas e técnicas do sistema cable da sua companhia.
Nós lhe respondemos que suas informações pareciam interessantes mas que
já tínhamos feito um contrato com a
companhia de satélite Direct TV e não
podíamos quebrá-lo sem pagar indenização. Aí, o empregado Taylor Dufrene,
sentado no sofá da nossa sala de visita, nos informou que isso não era problema
porque a Time Warner tinha um
programa para casos como o nosso; ele nos disse que a referida empresa
compensaria o valor que pagáramos pela indenização a Direct TV, creditando o devido valor de 120 dólares na nossa conta por
conta da Time Warner.
Confiando na integridade moral do empregado da Time Warner, rescindimos o contrato com a Direct TV e assinamos um contrato com a Time Warner. Resultado:
fomos roubados.
Nós assinamos o contrato com a Time
Warner no dia 15 de dezembro de 2011,
e até hoje (13 de novembro de 2012),
quase um ano depois, não recebemos nenhuma compensação. Cada vez que nos
queixamos e tratamos de cobrar o valor que pagamos pela quebra do contrato com Direct TV, a Time Warner nos informa que Taylor Dufrene já não trabalha para a
companhia. Quando argumentamos que Dufrene ainda trabalhava para aquela empresa
quando assinamos o contrato, os seus empregados desconversam dizendo vagamente que
no passado tiveram essa promoção mas que isso acabou-se faz muito tempo, e que,
de toda forma, eles não são responsáveis pelos erros de seus vendedores.
Conclusão: Se queremos tratar de receber o dinheiro (120 dólares) que
nos roubaram, teremos que contratar um advogado para mover uma ação judicial
contra a Time Warner.
Assim, baseado na nossa própria experiência, podemos concluir que a Time Warner é uma empresa desonesta que
emprega trabalhadores para contar mentiras
e roubar os contratos das companhias rivais.
No entanto, a mentira e a desonestidade não são monopólios das
corporações dos EUA. Elas estão espalhadas por toda sociedade estadunidense. A
mentira, o engano, a fraude, a manipulação não são, como dizem os
representantes republicanos e democratas (no rádio, nos jornais e nos canais de
TVs dos Estados Unidos): “uma maçã podre num saco de boas maçãs”. Esse batido
refrão é mais uma das mentiras sistemáticas dos políticos e das autoridades
para manter este povo ignorante, alienado e manipulado. Ao contrário do que
eles dizem, a mentira, o engano, a fraude e a manipulação “são os pães de cada
dia” dos estadunidenses.
Os fatos reais, que comprovam o que escrevo, são o que não falta por
aqui. Vejam este exemplo bem recente na área esportiva estadunidense. Depois de
muitos anos de denúncias e acusações (negadas pelos EUA), os jornais tiveram,
finalmente, que divulgar a notícia escandalosa de que Lance Armstrong, o
ciclista “vencedor por sete vezes do Tour
de France (o "superman"
estadunidense), foi considerado culpado
de ter vencido as sete vezes sob o efeito de drogas ilegais. Assim, Lance
Armstrong, o "superherói", não passa de mais um estadunidense
mentiroso, desonesto e farsante. Ele foi condenado: teve que devolver todos os
prêmios recebidos, e seu nome será apagado definitivamente da historia
esportiva. Mas isso é uma espécie de “cala a boca” para o mundo esportivo.
O caso de Lance Armstrong não é único. É apenas mais um exemplo do que
venho informando. Casos como o de Armstrong têm acontecido, acontece e
acontecerão, em todas as esferas da sociedade estadunidense.
Outro fato importante : antes
mesmo de viver nos EUA, eu já sabia que a política americana estava contaminada
por políticos mentirosos e corruptos: Richard Nixon, Ronald Reagan, os Bush
(pai e filho) Bill Clinton, Barack Obama são exemplos sistemáticos da mentira e
do engano quando dizem que representam os interesses do povo dos EUA.
Nada mais distante da realidade. A verdade é que os políticos mencionados
são subvencionados pelos pesados lobbies
das grandes corporações e de uma organização particular, The American Israel Public Affairs Committee, AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos
Israel-Estados Unidos). Aliás, desde muitos anos, a AIPAC é a organização mais
influente na política dos EUA: o presidente, a maioria do representantes do
Congresso, do Senado estadunidense, têm sido denunciados freqüentemente como
autoridades cooptadas e financiadas pela AIPAC.
Sei que muitos pensarão que por estar vivendo por mais de vinte anos nos
EUA, eu deveria sentir e atuar como a maioria, ou seja, já deveria ter me acostumado ao mito do “American
way of life”, e logo, deveria ter internalizado e naturalizado a mentira, o
engano, a hipocrisia, a manipulação e o escandaloso cinismo reinante no país
capitalista.
Mas eu digo não, pois, através dos meus estudos, cheguei a conclusão
científica de que o capitalismo é um sistema cujo princípio fundamental é a
negação, é a destruição da vida dos seres vivos deste planeta (tanto no
passado, no presente e no futuro), pois o capitalismo sofre de uma doença incurável: o lucro.
Assim,“eu digo não ao não”. E como diria o artista Chico Buarque,
“Mas eu resisto e
quem quiser que me compreenda,
até que uma nova luz acenda
este meu samba continua”...
E sempre continuará como na parte II deste texto que lhes escrevo.
Jorge
Vital de Brito Moreira
5 comentários:
Já havia um certo tempo que o Senhor Doutor Professor Moreira não nos presigiava com seus giríssimos Ensaios.
Ora bem, portanto, recomeçou com chave d'ouro!
Vivendo e aprendendo. Eu não sabia deste AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos Israel-Estados Unidos).
Que coisa! è juntar a fome com a vontade de comer.
Bonita a pintura que você fez. Qual foi a técnica, guache, aquarela, óleo ou acrílica?
Nada disto, Manuel. Esta ilustração foi toda feita no Photoshop!
O que não quer dizer que seja fácile pouco trabalhoso.
A única diferença é não ter que limpar os pincéis no final...
Independente da beleza da pintura photoshopiana (concordo com isso), o importante nesta postagem é a denúncia sobre a quebra do contrato com Direct TV pela Time Warner e a falta de escrúpulos na ação das empresas capitalistas.
Não somente nos EUA, mas em qualquer país onde o "lucro" deslavado impere.
Postar um comentário