Os drops Dulcora eram saborosos e “enroladinhos em separado”, segundo a
propaganda. Nos cinemas, para alem de saborosos, foram um sucesso, bem anterior
aos “baldões” de pipocas de hoje...
Sexta-feira (09) foi marcante no
Festival “Noites de Chanchada” com a presença de Aloisio T. de Carvalho,
diretor de “O Batedor de Carteiras” (1958), filme que assisti nos meus já
longinquos 14 anos e do qual ainda lembrava de muitas cenas; como aquela em que
Zé Trindade (o “Mão Leve”) mete a mão no bolso de um padre, e, ao retirar um
terço, se benze, pedindo “a benção seu vigário” com aquela sua voz tão
característica.
Mas o debate com o autor de 88
anos (que não parecem) foi muito rica em informações sobre aqueles tempos da “chanchada”
e sobre sua obra que não se limitou ao gênero, pois tambem realizou dramas e
documentários. Baiano como eu, claro que conheceu Walter da Silveira, que seguramente
foi o maior connaisseur da 7ª arte
neste país.
Anteontem preparei para mim Sardinhas Assadas Portuguesas, um dos
meus pratos prediletos. Lembro até hoje, das noites de são João, nas ruas do
Porto as sardinhas sendo assadas na brasa e a sua gordura a pingar sobre o fogo
a creptar e aquele aroma inconfundível abrindo o apetite da gente e convidando
para um vinho em caneca ou uma geladinha Super
Bock (1).
Só que por estar em um apartamento,
devido à fumaceira, não as fiz na brasa, mas no forno, e, apesar desta
diferença, ficaram deliciosas, até porque as acompanhei com “pimentos” (como
eles chamam pimentões), cebolas e tomates em rodelas.
Só houve um probleminha. O peixe
estava limpo, sem as cabeças (deliciosas) e os excrementos intestinais. Aí
então, descobri a falta que a merda faz!
Se fosse pelos maias esta seria a
última pensata de domingo. Aliás, a palhaçada que tomou conta de setores da
população, principalmente os esotéricos tem sido um tanto quanto incômoda,
chegando às raias de absurdo.
A primeira vez que ouvi sobre o
assunto foi no metrô, quando duas senhoras atrás de mim conversavam –por incrível
que pareça– animadamente sobre o assunto. Ali já fiquei sabendo do dia, da
hora, dos detalhes escalafobéticos do anunciado apocalipse indígena. E o pior,
no início do ano elas já dominavam o assunto...
Uns dois meses depois li em algum
jornal sobre o assunto.
Mas, falando um pouco das tradições
religiosas dos maias, eles acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os
rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram
observados e registrados em calendários. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de
interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro.
Daí esta profecia tão longínqua...
Tão distante que a sua própria civilização desmoronou 500 anos antes.
Quanto a mim, desejo a todos um
bom domingo, uma boa semana e até a próxima pensata, domingo, 18 de novembro de
2012...
1. Marca de cerveja fabricada no Porto.
7 comentários:
Oportunidade fabulosa de se ver/rever algumas chanchadas do rico período do cinema brasileiro. Esculhambadas pela crítica, as chanchadas, no entanto, são documentos preciosos de uma época e, atualmente, objetos de estudo de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Nada como o tempo que passa para colocar as coisas no seu devido lugar.
Norma Bengel declarou ao final da exibição de "O Homem do Sputnik" que a chanchada passou de "Lixo" a Cult"...
De fato uma colocação muito feliz.
E havia grandes diretores e muitos cuidados de produção em nível de Hollywood, uma Hollywood "pobre", mas caprichosa...
Quanto à sua fama, deve-a principalmente a Moniz Viana, que deveria estar por detrás de algum 'lobby' do cinema estadunidense frente ao avanço da platéia das comédias que viraram chanchadas...
Huum, o "Chef" Olivieri faz das suas na cozinha!
Dulcora. Quantas saudades!
E sardinhas não conheço essas portuguesas. Só fritas à milanesa e gosto muito.
Chi Mário, você precisa provar. São bem melhores.
Bom domingo pra você tambem.
E bons domingos, claro. Ou será que os Maias eram tão videntes assim?
Falar nisso, quem era este (ou estes) "Nostradamus" deles?
Não é a tôa que o CESAR á MAIA.
Já acabou com o Rio há muito tempo. Kkkkkkkkkk......
KK
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