Jorge Vital de Brito Moreira
Sinto
indignação quando observo tanta gente
inteligente iludida e mistificada pela propaganda da mídia corporativa dos EUA!
Para inicio de conversa é preciso falar e escrever que se queremos defender a
possibilidade de existência de uma sociedade democrática neste planeta no
futuro, temos de levantar as nossas vozes em defesa dos países e dos povos
invadidos e saqueados pelos EUA; e denunciar, através de blogues progressistas
e mídia alternativa, o papel dos meios de comunicação de massas em
prol do imperialismo estadunidense.
Não nos deixemos enganar: os grandes
jornais, as revistas, os canais de TV e os filmes holywoodianos, são, na sua imensa maioria, veículos da permanente
desinformação do povo estadunidense. Estes meios estão acostumados a enganar a
opinião publica mundial sem nenhuma vergonha ou escrúpulos morais. Eles
funcionam como o Ministério de Propaganda do Governo e do Poder Corporativo
desta nação. Assim, eles são incansáveis no seu esforço para ajudar ao governo
na tarefa de denegrir a Rússia, a China, a Venezuela; enfim, a qualquer nação
que se atreva a questionar ou a tratar de impedir a expansão, a anexação e a
dominação politica-econômico-militar-territorial do imperialismo estadunidense.
A ultima campanha propagandista do governo e da mídia corporativa dos EUA que estamos presenciando é pintar a Rússia e seu presidente com os piores adjetivos que possam existir. Por que? Porque o presidente russo Putin (em vez de atuar como o bêbado Boris Yeltsin ou o deslumbrado Mikhail Gorbachev, que traiam a União Soviética por qualquer garrafa de vodka ou caros abrigos de peles) decidiu oferecer resistência e defender os interesses do povo russo (e sua cultura eslava) contra a sanha anexadora dos EUA, da Europa ocidental e da OTAN sobre o leste europeu. O escritor-jornalista Stephen F. Cohen, editor do jornal the Nation e professor de Russian Studies and History na New York University, descreve com indignação a cobertura propagandística que realizam os meios dos EUA sobre a Rússia como um “tsunami de artigos politicamente incendiários, vergonhosamente falsos e carentes de toda profissionalidade” (“tsunami of shamefully unprofessional and politically inflammatory articles in leading newspapers and magazines” portraying Russia in a narrow-minded way, missing some larger things happening in the region) (1). Por outro lado, a mídia corporativa dos EUA realiza uma gigantesca apologia deste sistema celebrando interminavelmente a globalização neoliberal capitalista, tratando de oferecer aos povos do leste europeu que se deixem conquistar, uma sedutora recompensa econômica e moral (ainda que os EUA não tenham nenhuma condição moral a oferecer) equivalente ao paraíso na terra.
Se pudéssemos neutralizar o caráter falsificador da mídia corporativa e
informássemos honestamente qual é a realidade sócioeconômica atual dos países
que foram seduzidos pelo discurso neoliberal e caíram na estupidez de entrar
para o sistema capitalista, grande parte da fantasia e consenso obtido em
prol do modelo capitalista
desapareceria.
E podemos ter uma prova do que acabo de me
referir se escutamos a letra da composição musical "Rendszerváltás (A Nagy Csalódás)"- “A Decepção com a
Mudança de Sistema”- que trata da
situação desgraçada que se abateu na Hungria depois que saiu do socialismo e
entrou no capitalismo.
Assim, Mouksa,
o ex-cantor/compositor/guitarrista dos “Psychedelic
Cowboys” (Cowboys psicodélicos)
uniu-se com o letrista e presidente da ATTAC, Hungria (2), Matyas Benyik em agosto de 2013, para escrever
esta canção sobre os sentimentos generalizados da decepção com os resultados da
mudança de sistema na Hungria desde 1990. A composição musical "Rendszerváltás (A Nagy Csalódás)"-
“A Decepção com a Mudança de Sistema”- quer ir além da medíocre política
partidária para falar das terríveis condições da realidade da desigualdade
social que explode na forma da pobreza, da falta de emprego e da falta de
moradia generalizada na Hungria durante os últimos 25 anos de capitalismo. Em
seguida colocarei o link do vídeo com
a gravação que foi feita pela nova banda de Mouksa, “The Mouksa Underground” nesse mes de fevereiro de 2014. Também
colocarei em seguida a tradução para a língua portuguesa. A composição foi
realizada em húngaro, mas a tradução que fiz para o português foi baseada na
tradução à língua inglesa.
Por mais de vinte anos
Temos estado à espera da vida boa
Para o cidadão comum
Em vez de riqueza tem pobreza
Exploração sem limites
Esta é a grande mudança de
sistema
Isto é o que você esperava
Sem casa. Sem comida. Sem
trabalho.
Mas isso é o que nos foi prometido
que não aconteceria
Os poderosos nos devoram
Os pobres sofrem todos os dias.
Esta é a grande mudança de
sistema
Isto é o que você esperava
Quando haverá uma mudança real?
Quando haverá um mundo que vale a
pena?
Quando haverá uma solução decisiva?
Quando este sistema econômico for
abandonado para sempre
Esta é a grande mudança de
sistema
Isto é o que você esperava
Over twenty some years
now
We've been waiting for
the good life
For the average citizen
Instead of wealth we
have poverty
Unrestrained
exploitation
So this is the big
system change
So this is what you
waited for
No housing, no food, no
work
But that's what was
assured wouldn't happen
Those on top prey upon
us
The poor suffer everyday
So this is the big
system change
So this is what you
waited for
When will real change
occur?
When will there be a
livable world?
The ultimate solution
will arise
When this economic
system is forever abandoned
So this is the big
system change
So this is what you
waited for
There is no solution but
revolution
Não há outra
solução que não seja a revolução
1) Vejam a contribuição de Stephen
F. Cohen para Here and Now no link abaixo: http://hereandnow.wbur.org/2014/02/20/media-coverage-russia
2) ATTAC é uma
organização internacional envolvida no movimento alternativo contra a globalização. ATTAC se posiciona contra a globalização neoliberal e trata de desenvolver alternativas sociais,
ecológicas e democráticas como um modo a garantir os direitos humanos fundamentais para todos os seres humanos explorados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário