domingo, 23 de março de 2014

Pensatas de domingo, a mídia burguesa e a “nova” Guerra Fria


Duas crises internacionais chamam a atenção quanto ao posicionamento da grande mídia atrelada ao imperialismo: a da Ucrânia/Crimeia e a da Venezuela.
Em ambas, as posturas são completamente parciais e fascistas!
  
No primeiro caso, desde o início é completamente ignorada a liderança da revolta na Ucrânia a grupos neo-nazistas, aliados aos interesses da União Europeia e dos estadunidenses. Neste caso, ficam implícitas, tanto a postura de Angela Merckel quanto a de Obama; enquanto esta imprensa fascistóide e parcial insiste em comparar atitudes de Putin às de Hitler...
Não defendo o presidente russo, mas acho apenas que se trata de um indubitavelmente exímio e corajoso estrategista. Mas quem assiste à TV ou lê os jornais da grande mídia burguesa ocidental e não avalia de forma isenta a questão nem conclui desta forma.
Será que num momento assim não se lembram que, sob argumentos semelhantes aos russos, os EUA estabeleceram um complexo e longo boicote a Cuba (durante décadas), ou invadiram “ene” ilhotas do Caribe.; que criaram um país, o Panamá –extraindo um pedaço da Colômbia– somente para construir o estratégico canal do mesmo nome, ou, em qualquer das Banana Republics da América Central os mariners desembarcavam à vontade em defesa da Doutrina Monroe?
Afinal, do ponto de vista burguês, a Ucrânia tambem está ou não está numa área de influência geopolítica russa?
Cheguei a ouvir uma locutora da GloboNews comentar que os Estados Unidos e os países da OTAN teem sido de grande bom senso ao não usar a força (militar), no caso da crise na Crimeia. Baseada em quê?, pergunto eu!
O que fica claramente definido nesta questão é que a burguesia russa se opõe à estadunidense quanto ao fato de sua hegemonia ditatorial sobre o mundo inteiro, ao exigir a “parte que lhe toca neste latifúndio” global... A estranheza em tudo isto, é que é o único país a reivindicar isto, já que os demais são apenas satélites dos EUA.
É a volta da Guerra Fria, sob novas diretrizes, mas, em essência, envolvendo “os mesmos” de outrora.
E a grande mídia, uníssono, faz um coro a favor do imperialismo ianque e seu presidente “negro de alma branquissima”;  contrariamente a Putin, um péssimo estrategista. Bem, não é à toa que xadrez sempre foi muito jogado na Rússia!

E a Venezuela?
Ali, a grande mídia burguesa tambem exerce um papel de “propaganda” política ostensiva, desta feita em campo “ocidental-cristão”, sob a égide da “democracia” contra o “totalitarismo comunista” que ameaça o “pobre país sulamericano”!
Neste caso, esconde-se a massissa participação estadunidense, criando-se a imagem de uma oposição interna pretensamente independente, pretensamente popular, mas, na realidade totalmente dependente dos EUA e da CIA e formada pela oligarquia local, retrógrada e reacionária, em que o povo não tem vez... A não ser os incautos, influenciados pela imprensa financiada pela aristocracia nacional, claro que acobertadas pelos ianques.
O Chavismo sem Chavez perdeu força e substância. E, na verdade, Maduro é um quadro fraco e inconsistente, sem carisma e frágil; portanto, um alvo perfeito às pretensões do imperialismo ianque, em sua “zona de influência” geográfica.
Dependente de importações, a Venezuela encontra-se sem produtos básicos nas prateleiras de seus supermercados. Faltam papel higiênico, produtos de limpeza e uma infinidade de outros indispensáveis ao dia a dia da população. E alem disso,é escasso o papel jornal, por exemplo. Tudo, resultado de uma engenhosa articulação das multinacionais em conluio com as classes dominantes venezuelanas.
Desde início de fevereiro, há lutas nas ruas de Caracas e outras importantes cidades venezuelanas... Lutas estas, que, embora omitidas pela grande mídia são contra, mas tambem a favor do governo bolivariano. Basta ver as lideranças oposicionistas, como se vestem, como falam, para classificar a que classes sociais pertencem! A oligarquia local, visivelmente as encabeça...
Como no caso da Ucrânia, mas em proporções diametralmente opostas, a burguesia ianque estende seus tentáculos em sua região de domínio direto.
Mais uma vez, é a volta da Guerra Fria, sob novas diretrizes, mas, em essência, envolvendo “os mesmos” de outrora.

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