Duas crises internacionais chamam
a atenção quanto ao posicionamento da grande mídia atrelada ao imperialismo: a
da Ucrânia/Crimeia e a da Venezuela.
Em ambas, as posturas são
completamente parciais e fascistas!
No primeiro caso, desde o início
é completamente ignorada a liderança da revolta na Ucrânia a grupos
neo-nazistas, aliados aos interesses da União Europeia e dos estadunidenses. Neste
caso, ficam implícitas, tanto a postura de Angela Merckel quanto a de Obama;
enquanto esta imprensa fascistóide e parcial insiste em comparar atitudes de
Putin às de Hitler...
Não defendo o presidente russo,
mas acho apenas que se trata de um indubitavelmente exímio e corajoso estrategista.
Mas quem assiste à TV ou lê os jornais da grande mídia burguesa ocidental e não
avalia de forma isenta a questão nem conclui desta forma.
Será que num momento assim não se
lembram que, sob argumentos semelhantes aos russos, os EUA estabeleceram um
complexo e longo boicote a Cuba (durante décadas), ou invadiram “ene” ilhotas
do Caribe.; que criaram um país, o Panamá –extraindo um pedaço da Colômbia–
somente para construir o estratégico canal do mesmo nome, ou, em qualquer das Banana Republics da América Central os mariners desembarcavam à vontade em
defesa da Doutrina Monroe?
Afinal, do ponto de vista
burguês, a Ucrânia tambem está ou não está numa área de influência geopolítica russa?
Cheguei a ouvir uma locutora da GloboNews comentar que os Estados Unidos
e os países da OTAN teem sido de grande bom senso ao não usar a força (militar),
no caso da crise na Crimeia. Baseada em quê?, pergunto eu!
O que fica claramente definido
nesta questão é que a burguesia russa se opõe à estadunidense quanto ao fato de
sua hegemonia ditatorial sobre o mundo inteiro, ao exigir a “parte que lhe toca
neste latifúndio” global... A estranheza em tudo isto, é que é o único país a
reivindicar isto, já que os demais são apenas satélites dos EUA.
É a volta da Guerra Fria, sob
novas diretrizes, mas, em essência, envolvendo “os mesmos” de outrora.
E a grande mídia, uníssono, faz
um coro a favor do imperialismo ianque e seu presidente “negro de alma branquissima”;
contrariamente a Putin, um péssimo
estrategista. Bem, não é à toa que xadrez sempre foi muito jogado na Rússia!
E a Venezuela?
Ali, a grande mídia burguesa
tambem exerce um papel de “propaganda” política ostensiva, desta feita em campo
“ocidental-cristão”, sob a égide da “democracia” contra o “totalitarismo
comunista” que ameaça o “pobre país sulamericano”!
Neste caso, esconde-se a massissa
participação estadunidense, criando-se a imagem de uma oposição interna
pretensamente independente, pretensamente popular, mas, na realidade totalmente
dependente dos EUA e da CIA e formada pela oligarquia local,
retrógrada e reacionária, em que o povo não tem vez... A não ser os incautos,
influenciados pela imprensa financiada pela aristocracia nacional, claro que
acobertadas pelos ianques.
O Chavismo sem Chavez
perdeu força e substância. E, na verdade, Maduro é um quadro fraco e
inconsistente, sem carisma e frágil; portanto, um alvo perfeito às pretensões do
imperialismo ianque, em sua “zona de influência” geográfica.
Dependente de importações, a
Venezuela encontra-se sem produtos básicos nas prateleiras de seus supermercados.
Faltam papel higiênico, produtos de limpeza e uma infinidade de outros
indispensáveis ao dia a dia da população. E alem disso,é escasso o papel
jornal, por exemplo. Tudo, resultado de uma engenhosa articulação das
multinacionais em conluio com as classes dominantes venezuelanas.
Desde início de fevereiro, há
lutas nas ruas de Caracas e outras importantes cidades venezuelanas... Lutas
estas, que, embora omitidas pela grande mídia são contra, mas tambem a favor do
governo bolivariano. Basta ver as lideranças oposicionistas, como se vestem,
como falam, para classificar a que classes sociais pertencem! A oligarquia
local, visivelmente as encabeça...
Como no caso da Ucrânia, mas em
proporções diametralmente opostas, a burguesia ianque estende seus tentáculos
em sua região de domínio direto.
Mais uma vez, é a volta da Guerra
Fria, sob novas diretrizes, mas, em essência, envolvendo “os mesmos” de
outrora.
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