No pano de fundo das
confrontações estão as desigualdades na Ucrânia. O leste e o sul, junto à
Rússia e ao Mar Negro são mais desenvolvidos e industrializados do que o oeste,
mais pobre. O leste, de um modo geral, tem seu foco econômico voltado para a
vizinha Rússia, de que depende o abastecimento de gás do país, vital para a
indústria e para o aquecimento durante o inverno. Se a Rússia endurecer a
questão do fornecimento de gás, cortando-o ou simplesmente cobrando o preço de
mercado, a Ucrânia literalmente congela – em todos os sentidos. Entretanto para
o oeste, mais próximo da União Europeia, a aproximação com esta
significaria em tese uma maior autonomia em relação ao governo central e às
demais regiões do país, além de mais oportunidades de colher investimentos.
Se este é o pano de fundo , deve-se
levar em conta o que acontece nos bastidores e também no palco da política
ucraniana. Nos bastidores pairam as sombras dos grupos econômicos – assim como
na Rússia liderados pelos chamados “oligarcas” – que se formaram depois do
desmanche da União Soviética, dos processos de privatização generalizados,
feitos a toque de caixa, e da independência. Estes grupos de oligarquias é que
dão as cartas – o poder do dinheiro – para os que estão no palco, os políticos
e seus partidos.
No entanto, a firme postura da
Rússia na atual crise ucraniana poderá ter surpreendido muitos analistas
políticos acostumados a assistir às constantes capitulações diante do
imperialismo ianque.
Os EUA que tripudiou impunemente
do estado líbio, arrasando e saqueando uma nação inteira, sem ter encontrado
uma única resistência internacional em oposição à sua investida assassina
contra um país soberano, agora roga-se a julgar e tentar punir o “agressor”. Obama
seguia tranquilo e impunemente a trilha política deixada por Bush, que invadiu
o Iraque e Afeganistão sem que as outras duas potências militares mundiais,
China e Rússia, movessem uma "única palha" para deter a sanha
criminosa do imperialismo ianque.
Porém, a "águia imperial"
quando já afiava suas garras para atacar a Síria, vítima da mesma estratégia da
CIA de fomentar "revoluções democráticas" em países adversários,
encontrou desta vez uma considerável "trave militar" formada pelo Irã
e Rússia em socorro do regime Assad. Obama que já tinha anunciado em cadeia
mundial o ataque à Síria, baseado em uma covarde provocação montada pelos
"rebeldes", foi obrigado a recuar ante a possibilidade de deflagrar
um conflito militar internacional envolvendo o poderio bélico russo.
Acontece que os abutres ianques
se mostram muito "corajosos" quando se trata de agredir uma nação que
sequer conseguiu colocar sua frota de caças no ar para se defender, como
ocorreu na Líbia, mas quando a questão é combater em igualdade de condições os Mig
ou Sukoy, os F16 ou F 18 norte americanos não demonstram a mesma
"valentia".
Na Ucrânia os atuais
"revolucionários" da praça Maidan em Kiev, amantes de Mussolini e
Obama, não tiveram muita dificuldade para afugentar do governo o covarde
Yanukovich, apesar das mortes que ocorreram em ambos os lados, mas quando Putin
anunciou que não deixaria isolados os compatriotas da Crimeia, logo as milícias
fascistas foram pedir ajuda ao Tio Sam que além de "espernear" e
ameaçar a Rússia com sanções econômicas, não se mostrou disposto mais uma vez a
enfrentar militarmente uma outra potência atômica.
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