O século XIX representou para a Espanha a perda
das suas colônias americanas. No final do século só umas poucas colônias
restavam, como Guam, Cuba e Porto Rico. Em Cuba as ideias independentistas
estavam latentes desde o fim da guerra de restauração da Republica Dominicana,
que expulsou as tropas reais espanholas da ilha caribenha.
Junto com os que mantinham a opção separatista
de José Marti, se encontravam os autônomos e os reformistas. As
condições não permitiam o êxito de nenhuma das tentativas de sublevação contra
o governo colonial. A semente da liberdade e o descontentamento popular, que
foi comum em todas as lutas independentistas hispanoamericanas e que havia dado
origem à Guerra dos Dez Anos, continuavam vigentes e, embora a escravidão tivesse
sido abolida, a situação do negros e mulatos na colônia eram deploráveis. No
entanto, teriam de passar alguns anos para que o gênio organizador de José
Martí preparasse a insurreição. O carismático líder uniu várias figuras e
conseguiu representar a unidade e os interesses populares.
A conquista de José Marti na história cubana de
um herói da liberdade e da soberania, começou em sua adolescência, sendo
enviado ao presídio político por ter escrito uma carta a um colega de classe na
qual o chamava de traidor por haver se unido ao corpo de voluntários que
serviam aos interesses da Espanha. Após a prisão foi deportado para a Espanha,
onde estudou. Seu retorno a Cuba foi muito tenso pela constante vigilância por
parte das forças de segurança espanholas, fato que o obrigou a viajar para
outros países. Apoiado por exilados cubanos, Martí organizou o Partido
Revolucionário Cubano, cujo principal objetivo era conquistar a
independência de Cuba.
Com a experiência da Guerra dos Dez Anos, e com
um maior apoio das forças políticas e uma maior consciência nacional, os
libertadores conceberam a campanha "Invasão do Ocidente", que tinha a
meta de dominar esta parte da ilha. Não foi fácil a conquista oriental, e os
realistas tiveram dificuldade de conter os libertadores. Entre as muitas
vitórias dos soldados cubanos se destaca a Passagem dos Montes. A Passagem era
não apenas uma necessidade para o cumprimento da campanha, mas também sua vitória
demonstraria o progresso militar dos insurgentes
A Guerra Hispanoamericana aconteceu em 1898,
tendo como resultado o ganho do controle, por parte dos Estados Unidos, sobre
as antigas colônias espanholas no Caribe e no oceano Pacífico. A guerra
iniciou-se em 1898, quando o navio militar USS
Maine foi destruído em Havana, então colônia espanhola. Os estadunidenses,
alegando que o navio fora sabotado pelos espanhóis, exigiram que a Espanha
cedesse independência a Cuba. A recusa dos espanhóis causou o início da guerra.
As forças realistas não puderam responder aos
modernos encouraçados estadunidenses e a superioridade militar das forças dos
Estados Unidos obrigou os espanhóis à rendição em 1898. O sucesso abriu caminho
à ocupação de Cuba pelo vencedor, que perdurou até 1902. Com o Tratado de
Paris, a Espanha renunciou à sua soberania sobre Cuba e Porto Rico, o que
significou a ocupação de Cuba num espírito colonialista, uma vez que os
representantes dos territórios ocupados foram excluídos das negociações.
O descontentamento dos libertadores com a simples
troca de potência colonizadora não se fez esperar. Ainda que Porto Rico tenha
continuado como colônia ianque por mais tempo, em Cuba as pressões para
autonomia se tornaram logo importantes, levando os Estados Unidos a prepararem
sua retirada, mas deixando aberta a possibilidade de uma nova intervenção como maneira
de "garantir a independência", conforme expresso na emenda
constitucional de 12 de junho de 1901, a Emenda Platt. A frágil República de
Cuba foi enfim criada em 20 de maio de 1902, assumindo a presidência Tomás
Palma. Mas somente em 1909 no governo de José Gómez (Partido Liberal), o
governo intervencionista de fato encerrou, mas não sem antes assegurar-se da
posse da Base de Guantánamo.
Em 29 de setembro de 1906, o secretário Taft
invocou os termos da Emenda Platt, estabelecendo o Governo Provisório da ilha e
declarando-se governador provisório de Cuba. Em 23 de outubro de 1906, o
presidente (Ted Roosevelt) emitiu a Ordem Executiva 518, ratificando o pedido.
Os Estados Unidos ordenaram que a Marinha dos Estados Unidos desembarcassem uma
brigada do Corpo de Fuzileiros Navais. Os marines, sob o comando do
coronel Littleton Waller, ficariam para proteger os cidadãos estadunidenses e
patrulhar a ilha até que o Exército dos Estados Unidos chegasse. Os rebeldes
não ofereceram nenhuma resistência e, de acordo com Beede; "Ao primeiro
sinal dos soldados norteamericanos, os liberais, satisfeitos com seu êxito,
depuseram as armas e colaboraram com os esforços para acabar com as hostilidades."
O general do exército dos Estados Unidos, Frederick Funston, supervisionou a
rendição dos rebeldes que ocorreu antes de que o exército começasse a chegar.
A independência não melhorou as condições dos
desfavorecidos, pois os interesses da oligarquia dominante continuaram
prevalecendo, o que foi a causa dos levantes de negros que atraíram nova
intervenção ianque em 1912.
O Governo de Cuba consente que os Estados Unidos
possam exercer o direito de intervir para a preservação da independência
cubana, a manutenção de um governo adequado à proteção da vida, da propriedade
e da liberdade individual, e para o cumprimento das obrigações com respeito à
ilha, impostas pelo Tratado de Paris aos Estados Unidos, já a ser assumido e
empreendido pelo Governo de Cuba.
Entre 1906 e 1921, Cuba passaria por novas
intervenções estadunidenses. O antiamericanismo se tornaria uma constante no
quadro político do país.
Nos anos de 1920, a revolta dos estudantes em
meio a grade crise econômico culminou na vitória eleitoral do liberal Gerardo
Machado em 1924. Seu programa de diversificação econômica falhou. Houve então mais
protestou estudantis, que foram reprimidos.
Após anos de tensão, os estudantes chegariam ao
poder: governo de Ramón San Martin. Uma revolta de suboficiais, de que o
sargento Fulgêncio Batista participou, entrou o poder aos estudantes.
Seguiram-se expropriações de engenhos, limitação da jornada de trabalho e
outros atos político relevantes. A “Revolução” de 1933 se opunha aos Estados
Unidos, aos capitalistas cubanos e aos comunistas cubanos. É o ano da
ab-rogação da Emenda Platt. Pela primeira vez, o país não é dirigido por homens
ligados à resistência contra a Espanha nem à ocupação estadunidense.
A 1º de março de 1952 o golpe de estado dirigido
por Fulgêncio Batista facilmente e sem
resistência derrubou o presidente Carlos Prio eleito do Partido Revolucionário
Cubano Autêntico, num quadro internacional que estava passando os primeiros
momentos da Guerra Fria. Imediatamente suspensas as garantias constitucionais e
estabeleceu uma forte ditadura militar. Dois anos mais tarde, ele realizou
eleições presidenciais fraudulentas, cujos resultados foram conhecidos de
antemão. Batista foi o argumento para combater a corrupção e o banditismo, e
satisfazia os interesses da oligarquia cubana.
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que
derrubou o governo do ditador Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o
processo revolucionário foi implantado em Cuba um governo liderado por Fidel
Castro. Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes
instalaram-se nas florestas de Sierra
Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários
guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che
Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta.
Começaram então a usar transmissões de rádio para divulgar as ideias
revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
Com essas mensagens revolucionárias, os
guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia uma
grande quantidade de camponeses e operários desiludidos com o governo de
Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos,
desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das
cidades e do campo começaram a apoiar a guerrilha, aumentando o número de
combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava
registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da
guerrilha. No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os
revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes
do governo fugiram da ilha.
E a história começava a mudar!
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