No apagar das luzes de
2014, o governo Dilma anunciou uma Reforma da Previdência pela via da edição de
Medidas Provisórias (MPs) que atacam direitos dos trabalhadores segurados pelo
INSS e aos que recorrem ao seguro desemprego após as demissões. Coube ao novo
“homem-forte” do governo do PT, Aluízio Mercadante (na verdade mercado andante),
anunciar medidas neoliberais e desumanas que limitam o acesso da população
trabalhadora a uma série de benefícios previdenciários, entre eles
seguro-desemprego, pensão vitalícia por morte e auxílio-doença.
As MPs foram lançadas
segundo o Planalto para “corrigir excessos e evitar distorções” buscando uma
economia de 18 bilhões já em 2015 como parte do ajuste fiscal monetarista
planejado pelos novos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa. O duro ataque
capitalista foi aplaudido pelo empresariado e a oposição conservadora que
saudou o “esforço” do governo em manter o orçamento equilibrado para o próximo
ano às custas de cortes de direitos e conquistas. E ainda existem idiotas
políticos no interior da esquerda que dizem que o governo Dilma está na
iminência de sofrer um “golpe da direita”!
Para completar o
“presente de fim de ano”, as medidas foram anunciadas após uma reunião com a
CUT como parte da política de colaboração de classes imposta pela Frente
Popular com o objetivo de paralisar o movimento de massas em favor dos
interesses da burguesia. Entre as mudanças definidas está a triplicação do
período de trabalho exigido para que o trabalhador requeira pela primeira vez o
seguro-desemprego. Será elevado de seis meses para 18 meses o período seguido
de trabalho para que os recursos sejam liberados ao contribuinte que acaba de
ficar desempregado.
Os critérios para obter
pensão por morte também ficarão mais rigorosos e o valor por beneficiário será
reduzido. O governo vai instituir um prazo de “carência” de 24 meses de
contribuição do segurado para que o dependente obtenha os recursos. Atualmente,
não é exigido tempo mínimo de contribuição para que os dependentes tenham
direito ao benefício, mas é necessário que, na data da morte, o segurado esteja
contribuindo. O ministro anunciou também um novo cálculo que reduzirá o valor
da pensão “Teremos uma nova regra de cálculo do benefício, reduzindo do patamar
de 100% do salário de benefício para 50% mais 10% por dependente até o limite
de 100% e com o fim da reversão da cota individual de 10%”, disse Mercadante.
Outro benefício que será
limitado pelo governo é o abono salarial, que equivale a um salário mínimo
vigente e é pago anualmente aos trabalhadores que recebem remuneração mensal de
até dois salários mínimos. Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha
exercido atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no
ano.
Como se observa, já está
em curso o ajuste fiscal que o PT prometeu a burguesia para garantir sua
reeleição! Aqueles que chamaram a votar em Dilma em nome de “derrotar a direita
e o golpismo” agora devem explicar aos trabalhadores que é pelas mãos da Frente
Popular que a burguesia desferirá seus mais ferozes ataques contra os
explorados e não por meio de nenhuma aventura putchiana contra a “gerentona” petista que segue à risca a cartilha
neoliberal idêntica à do tucanato, só que com o “plus” de contar com a colaboração da CUT e das direções sindicais
para impor estas medidas draconianas.
Cabe aos setores da
vanguarda classista convocarem imediatamente a resistência ao ataque à seguridade
social, convocando já em janeiro um grande ato nacional de protesto e
mobilizações contra este verdadeiro golpe social contra os trabalhadores!
2 comentários:
O PT começou a deixar cair já no primeiro mandato de Lula.
A idéia que se tem e a de que Lula estaria mais à esquerda do que Dilma, mas, na verdade, Lula está um pouco menos a direita do que ela.
Curioso.
A análise é por aí mesmo, Joelma... Acertastes na mosca!
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