segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A notícia que sumiu do ar

Sob o título de “Foguete atinge base aérea perto de Tel Aviv, diz Hamas” a notícia abaixo – divulgada pela Agência Efe – foi publicada no sábado 10/01/2009 (às 05h53) Eu a li lá pelas 8 da manhã, mas depois sumiu de forma misteriosa. E o mais estranho é que a procurei no índice tanto do UOL quanto no da Folha de São Paulo e ela não constava. Insistindo no caso fui na página da agência Efe, lá também procurando a matéria pelo título, recebi uma mensagem de que ali também não existia esta notícia. A sorte é que a havia copiado. Caso contrário pensaria estar a sofrer de alucinações.

“O braço armado do movimento islâmico Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, assegura ter atingido com um de seus foguetes uma base aérea em Israel ao sul de Tel Aviv, informação que o Exército israelense desmente.
Em seu site, o Hamas afirma que um de seus foguetes de longo alcance conseguiu chegar até a base aérea de Tel Nof, cerca de 30 quilômetros ao sul de Tel Aviv.
Confirmada a informação, se trataria do alvo mais afastado de Gaza que o Hamas conseguiu bombardear em Israel desde o início da ofensiva israelense, em 27 de dezembro.
Na terça-feira passada, um foguete lançado pelo Hamas atingiu uma casa da cidade de Gedera, não muito longe da base de Tel Nof, mas também neste caso um porta-voz do Exército israelense desmentiu à agência Efe a informação.
A ofensiva israelense entra hoje em sua terceira semana após ter deixado nas duas primeiras cerca de 800 mortos e mais de 3,3 mil feridos na Faixa de Gaza.”

Enfim, se aconteceu ninguém sabe, ninguém viu (?). A notícia foi divulgada e desapareceu. No entanto não foi desmentida. Sumiu no ar... simplesmente evaporou-se.

10 comentários:

Ieda Schimidt disse...

É o que se chama a guerra da informação e da desinformação.
Sei lá se estou certa quanto ao nome, mas o espírito é este.

Jonga Olivieri disse...

Talvez seja a guerra da informação e contra-informação. Que vem a ser a da desinformação mesmo!

Anônimo disse...

Que coisa mais estranha como você dissse. O pior é não estar nos indíces, ou seja o desparecimento completo da notícia. Mas qual o interesse? Afinal seria uma boa para eles intensificarem a chamada defesa com mais uma justificativa.

Anônimo disse...

Coisa de louco. E dizer que vivemos na era da comunicação.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Taí, JR, sua pergunta me aguçou um lado que eu ainda não havia pensado.
Veja bem, os palestinos alcançaram uma base militar (segundo a notícia). Bom, isto significa que não mataram ou feriram civis.
Pode parecer uma bobagem, mas isso pesa, porque enquanto eles, israelenses estão a exterminar a população na Faixa de Gaza os seus rivais conseguiram --certa e provavelmente até sem querer-- atingir um objetivo militar.
Faz sentido, muito sentido este raciocínio.
Aliás, você notou que eles não divulgam mais as baixas do exército israelense?

Jonga Olivieri disse...

Ou, de acordo com Marcuse, da comunicação unidimensional...
Pode também se concluir estarmos em uma era da "descomunicação".

Anônimo disse...

Eu acho que você falou uma coisa muito importante aqui nestes comentários sobre alvos civis e alvos militares. Acho que tem toda razão, João.
E gostei demais de Era da Descomunicação. Genial mesmo.

Jonga Olivieri disse...

Mas ainda temos algum tipo de comunicação.
Agora mesmo estava a assitir na TV Estadão (dentro do próprio Estadão Online) uma entrevista de Roberto Godoy a Felipe Machado onde ele explica como será o cenário de guerrilha urbana que pode provocar ainda maior número de mortes entre civis.
Vale a pena assistir porque ele fala da questão guerrilha e das poucas possibilidades de um exército (mesmo bem equipado) num tipo de confronto assim.
Comenta como é muito improvável que tenha havido um erro no ataque à escola da ONU, principalmente porque não só pela precisão do material bélico usado como pela pouca distância isso não poderia ocorrer... e finalmente analisa os custos dessa guerra.
Vale a pena conferir no site do Estadão... é só procurar TV Estadão e se assite tudo com facilidade.

Anônimo disse...

Assisti a entrevista ontem e não acredito que a guerrilha alardada pelo Godoy na entrevista ao Estado de São Paulo vá ser assim da forma que ele pensa.
O problema é que o corpo-a-corpo não se dará no molde tradicional. Os israelenses ficarão dentro de seus blindados e continuarão a atacar não se expondo.
A guerra moderna tem desses detalhes. Quem tam mais tecnologia tem também menos risco de se expor.
Ademais os palestinos dispôem de armamentos rudimentares e antigos. São pobres lutando contra um doa mais bem equipadas e ricas máquinas de guerra que existem.

Jonga Olivieri disse...

E não é que você tem toda razão, Julio... é isso mesmo!