domingo, 20 de setembro de 2009

Domingueiras

Detalhe de um chopinho bem tirado na Adega Pérola. Fiz esta foto para o Professor André Setaro publicar no seu blogue, mas não resisti e coloquei aqui nesta “pensata” para que comecemos o domingo apreciando as boas coisas da vida.

Novelas... O moto contínuo...
Acabou “Caminho das Índias”, começou outra qualquer, nem sei o nome. A questão é que novelas são substituídas de imediato e empurradas goela adentro do telespectador, que a princípio rejeita a nova, mas depois, a pouco e pouco, as pesquisas e o marketing vão transformando em sucesso.
E a história se repete, num moto-contínuo...

Dia 22 de setembro. O Dia Mundial sem Carro
Domingo passado estava a falar de carros e poluição (1) numa dessas “pensatas” da vida. Pois bem, 3ª feira desta semana é o Dia Mundial sem Carro. Um apelo à preservação da espécie humana neste planeta.
Entretanto, pensei o quanto será um fracasso nesta terra de ninguém chamada Brasil, onde os oportunistas e sarneys da vida proliferam, onde poucas coisas além do futebol e do carnaval são levadas a sério, onde a meta das pessoas é adquirir um carrinho último tipo. E, principalmente, onde as consciências política e coletiva não existem. At last, onde os movimentos de massa são manipulados pela grande imprensa e pelas classes dominantes somente em prol de seus interesses.
Vamos ver... Faltam apenas dois dias para conferirmos.

De Goethe a Oscar Wilde
Fausto vendeu a sua alma a Mefistófilis em troca da imortalidade. Dorian Gray, a Lúcifer pela eternidade de sua beleza.
Quando olho ao meu redor, vejo quantos Faustos e Dorian Grays existem neste mundo de hoje. Os primeiros esses velhos que querem se perpetuar à base de remédios, e os segundos as dondocas de 80 anos que querem parecer ter 40. No máximo.
Por isso mesmo sou a favor do chope (foto acima), da pinga, do jabá com jerimum, do torresmim e concluo que cada um de nós tem a sua hora... Seja lá quando será, e enquanto isso a gente vai levando da melhor maneira possível.
Porque segundo Fausto, “Temos necessidade justamente daquilo que não sabemos e sabemos aquilo que não temos necessidade de utilizar.” (2)

(1) Fiquei de mandar um e-mail para organizações nacionais e internacionais com um texto sobre o fato, inclusive em inglês. Enviei para várias, como “Green Peace” e o” Movimento Respira São Paulo”, num total de mais de 15, uma delas na China.
(2) p.38 da obra de Goethe.

14 comentários:

André Setaro disse...

Ficou bem no seu blog a celebração do bom chopp num domingo melancólico. Espero conhecer esta pérola de adega um dia destes.

O carro, que deveria ser um veículo para dar mais comodidade à locomoção, é um símbolo de 'status'. E está a ameaçar o mundo com sua poluição mortal - não é o pobre cigarro o inimigo, que, no máximo, pode matar o indivíduo. Esta conversa de fumante passivo eu não aguento.

Vejo como os porteiros do meu prédio ficam em atitude de prontidão e servilismo quando um morador chega com seu carro. É triste constatar a pobreza da condição humana.

Jonga Olivieri disse...

Então, caro André, espero que em breve possamos ir à Adega. Poderemos inclusive combinar um encontro com seu correspondente no Setaro's Blog, o Cassiano Mendes, pelo jeito um apreciador de uma boa loura gelada.
Fomos educados numa sociedade pós-Henry Ford em que a mentalidade era esta.
Lembro do tempo em que (alienadamente) achava que um país era tão mais desenvolvido quanto mais automóveis possuísse.
Hoje, passados tantos anos, acho o contrário: temo-se que cortar este mal pela raíz.
Ainda quero viver o dia em que o genocida que possui um carrão ou carrinho para se deslocar sozinho pelaí será um marginal.
E, apesar dos interesses que estão por detrás dos lucros gerados pela indústria automobilísica esta possibilidade não está tão distante assim.
Ou será que não existe mais o instinto de preservação da espécie?

Ieda Schimidt disse...

De novelas e automóveis tens toda razão e concordo contigo.
Mas tu acrescentou aí algo importante gurí.
Este caso de vender a alma ao demo é vero. Só que estes não são mais vermelhitos e nem têm rabos. Mas de jalecos branquinhos e se dizem doutores.

Popeye disse...

Novelas são mesmo assim.
E o que acontece é que as pessoas se acostuma tanto com o enredo de uma que demoram a aceitar o da outra.
É o tal caso, como demoram pacas os mesmos vão se acostumando a nova. E as pesquisas vão indicando que personagem vira mau, qual continua bonzinho e a coisa pega.

Anônimo disse...

Sinceramente às vezes eu duvido se Deus existe, mas o diabo eu tenho certeza que existe.
Otávio

Stela Borges de Almeida disse...

Um espaço de humor inteligente deveras recomendável neste final de domingo na praça, só tenho a me sentir honrada nesta rodada de chopes ( é assim que se escreve?). Faço porém, uma pequena reinvindicação, se possível, a inclusão de uma xícara de porcelana japonesa com um aromático chá oriental para que possa dar conta das entas páginas do texto belíssimo sobre o filme da Marguerite Duras- Índia Song-que recebi depois de muita espera. Saravá Jonga, que o inferno leve o mal para as profundezas!

Jonga Olivieri disse...

É a máfia branca, Ieda!

Jonga Olivieri disse...

Exatamente, sailor man, isto acontece nas novelas... E haja espinafre.

Jonga Olivieri disse...

Portanto, uma rodada de chá, Stela.
Isso me faz lembrar aquela historinha do Asterix em que os ingleses pediam ao outro estendendo a xícara: "põe um pouquinho de leite na minha quente água". Naturalmente chá...

Jonga Olivieri disse...

É Otávio... Será?

maria disse...

O ponto alto desta Domingueira (gostei do nome) é a pensata sobre Fausto de Dorien Gray.
Belo raciocínio

Jonga Olivieri disse...

Oi Mary. Estava sentindo sua falta.
Concordo cocê, acho que é uma tese... Bem de acordo com os tempos atuais.

joelma disse...

Já ouvia falar deste seu blog.
Fui examina-lo e adorei suas teses, seu pensamento, sua postura intelectual.
Por isso agora serei sua seguidora.
Falar nisso parabens por esta domingueira. Amei!

Jonga Olivieri disse...

Obrigado Joelam. E seja benvinda ao clube!