quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Brasil, o país do passado

Estava a assistir um trechinho do “Programa do Chacrinha” e pensei o quanto demos largos passos para trás em nível cultural. Para início de conversa, Chacrinha era o popular, em certo sentido brega, nem que kitsch, mas “o brega”...
E o que o povo assiste hoje? Gugu? Faustão? Pessoal a coisa tá cada dia pior.
Quem se apresentava no pedacinho do programa (do Chacrinha) era o Ivan Lins. Hoje só pinta pagode, sertanejo ou axé. De quando em vez tem-se a sorte de dar cara a cara com uma Maria Rita. Obviamente descuidos da “produção”.
A conclusão a que se chega é que o país já foi culturalmente muito melhor. Restam apenas as “ivetesangalos” e os “incríveishulcks” da vida. Fora os “robertoscarlos”, por sinal, origem desta postagem.
Coisa mais triste chegar à conclusão que o futuro já foi.

14 comentários:

André Setaro disse...

As "atrações" musicais nos programas televisivos estão cada vez mais medíocres e insuportáveis. É verdade! Há vinte anos atrás, tínhamos um Ivan Lins, uma Elis Regina, um Caetano Veloso, um Gilberto Gil, um Carlos Lyra, um Baden Powell, entre tantos outros talentos, que se apresentavam nos programas de auditório. Havia um programa, "Aplauso", que se dedicava a adaptar, para o formato televisivo, obras-primas da literatura dramática e em horário nobre.

A regressão é imensa. Do ponto de vista cultural, estamos, a passos largos, indo em direção à mediocridade completa. Os talentos estão escondidos, pois o que se pede é "bacalhau".

E há uma tendência, entre os formadores de opinião, do elogio fácil às intregáveis duplas sertanejas, a exemplo do filme "Dois filhos de Francisco", bem recebido pelos jornalistas.

Stela Borges de Almeida disse...

Um mote bem pensado, o país do passado, que não leve a um saudosismo, daqueles que ficam apenas chorando pelo que não tem mais retorno. Os mortos não voltam ( será?). Um presente sem perspectiva também não ajuda em nada, de todo modo ficar olhando pelo retrovisor pode evitar ultrapassagem desastrosas, talvez tenhamos que ficar sempre atentos. Não conheco o campo que você menciona: a Música. Merece mais observação. Acabo de assistir Notre Music, 2004 um inquietante filme recente de JLG ( Jean Luc Godard). A idéia do inferno, purgatório e paraíso trabalhado na perspectiva da colagem em Godard, uma pista para reflexão dos dias de hoje. Jonga, amei sua frase de síntese.

Jonga Olivieri disse...

Os seus exemplos dizem tudo.
Quer dizer, é só pensar nos nomes de hoje?

Jonga Olivieri disse...

O título não é bem saudosista, mas uma antítese do tão aladao "país do futuro".
O final, idem, uma brincadeira com o mesmo tema.

Anônimo disse...

Estamos presenciando a decadência cultural brasileira. O esvaziamanto de nossas manifestações mais representativa. Horrível, simplemsnte horrível tudo isso.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

E todos nós assitimos isso, preocupados. Tenho certeza disso...

Ieda Schimidt disse...

Esta é a realidade. Falou bem quando disse o país do passado, porque só é.

Jonga Olivieri disse...

Do passado? Só?
Tem um ditado antigo que diz que "cada povo tem o governo que merece".
É isso aí... O que esperar mais?
Depois de uma Mula o que virá?
Só se for um Baraqui. O pretinho de alma branca, mas tão branca que chega a ser transparente.

Fabiana Reis disse...

Êta paízinho danado de ruim.
Voc~e postou outro dia mesmo um artigo sobre a mediocridade RC e JG. Passei nuam loja de discos e os cds deles estão caríssimos. Este último do Aleijadinho está na base de 50 reiais.
É chocante!

Popeye disse...

Disse tudo sobre o nada, quero dizer: a nossa cultura. Que um dia foi, mas já não é porcaria nenhuma.
Ou será que alguém aí vai defender Daniela Mercury, Carla Perez, Chitãozinho e Xororó, Raul Gil Faustão, Luciano Huck ou Daniel Filho?
Pode ser que sim. Pode ser que alguém queira apelar para a 'sensibilidade' deles ou o 'romantismo' de alguns.

Jonga Olivieri disse...

Gostei do Aleijadinho.
E, apesar de ser ofensivo para com António Francisco Lisboa... Se a moda pega?!

Jonga Olivieri disse...

O "nada" foi a melhor definição para designar o estado da cultura brasileira nesta era pós-moderna.

maria disse...

Demais. Como disse a Stela que título sugestivo Jonga. E que final mais arrebatador e chocante ao constatar que o futuro já se foi. É mesmo a negação de tudoque sempre nos incutiram. Parabéns.

Jonga Olivieri disse...

A intenção era provocar este tipo de reação mesmo Mary...