quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A paz é impossível com o “nazi sionismo” no poder!


A situação no Oriente Médio é de fato muito grave. Israel, com o apoio declarado de Barack Obama, veta as possibilidades dos palestinos se estabelecerem de forma independente na terra que pertence a eles. Por outro lado é difícil criticar de alguma forma o povo hebraico, pois desde a 2ª Grande Guerra eles se apegam ao papel de vítimas do anti semitismo naquele período, generalizando qualquer tipo de oposição a seus pensamentos e ações. Acontece que o anti sionismo não tem nada a ver com anti semitismo. É preciso que isto fique claro. A leitura de “The Hidden History of Zionism”, de Ralph Schoenman (1) pode abrir conhecimentos sobre a questão. Ex secretário particular de Bertrand Russel, além de que o fato de ser judeu, o deixa acima de qualquer suspeita.
No texto abaixo transcrevo a entrevista que Stylianos Tsirakis, realizou com Schoenman para a revista Teoria & Debate (Brasil), em 1989, e que ajuda a compreender melhor o Estado de Israel e toda a verdade da aliança entre o sionismo e o nazismo. Posso adiantar que a entrevista, apesar de seus mais de 20 anos, permanece atual até os dias de hoje.

Stylianos Tsirakis (ST)Em “The Hidden History of Zionism” (A História Oculta do Sionismo), você descreve quatro mitos sobre a história do sionismo. Gostaríamos que explicasse um pouco seu livro.
Ralph Schoenman (RS) – O meu trabalho na Fundação Bertrand Russell foi importante por me ter dado a possibilidade de documentar fatos sobre a formação do Estado sionista de Israel. Em cursos e palestras que proferi em mais de uma centena de universidades americanas e europeias, pude constatar que as pessoas não sabiam, não tinham conhecimento da história do movimento sionista, dos seus objectivos e de outros fatos. Nessas ocasiões deparei com concepções equivocadas sobre a natureza do Estado de Israel e foi isso que impulsionou o meu trabalho de escrever o livro, "The Hidden History of Zionism", no qual abordo o que chamo de os quatro mitos que têm moldado a consciência nos Estados Unidos e na Europa sobre o sionismo e o Estado de Israel.
ST – Quais são esses quatro mitos?
RS – O primeiro mito é o da “terra sem povo para um povo sem terra”. Os primeiros teóricos sionistas, como Theodor Herzl e outros, apresentaram ao mundo a Palestina como uma terra vazia, visitada ocasionalmente por beduínos nômades; simplesmente, uma terra vazia, esperando para ser tomada, ocupada. E os judeus eram um povo sem terra, que se originaram historicamente na Palestina; portanto, os judeus deveriam ocupar essa terra. Desde o começo, os primeiros núcleos de colonos, promovidos pelo movimento sionista, foram caracterizados pela remoção, pela expulsão armada da população palestina nativa do local onde essa população vivia e trabalhava.
ST – Quais os outros três mitos?
RS – O segundo mito que o livro pretende discutir é o mito da democracia israelense. A propaganda sionista, desde o início da formação do Estado de Israel, tem insistido em caracterizar Israel como um Estado democrático ao estilo ocidental, cercado por países árabes feudais, atrasados e autoritários. Apresentam então Israel como um bastião dos direitos democráticos no Oriente Médio. Nada poderia estar mais longe da verdade.
Entre a divisão da Palestina e a formação do Estado de Israel, num período de seis meses, brigadas armadas israelitas ocuparam 75% da terra palestina e expulsaram mais de 800 mil palestinos, de um total de 950 mil. E o fizeram através de sucessivos massacres. Várias cidades foram arrasadas, forçando assim a população palestina a refugiar-se nos países vizinhos, em campos de concentração e de refugiados. Naquele tempo, no período da formação do Estado de Israel, havia 475 cidades e vilas palestinas, que caíram sob o controle israelense. Dessas, 385 foram simplesmente arrasadas, deixadas em escombros, no chão, apagadas do mapa. Nas 90 remanescentes, os judeus confiscaram toda a terra, sem qualquer tipo de indenizarão. Hoje, o Estado de Israel e seus organismos governamentais, tais como o da Organização da Terra, controlam cerca de 95% da terra palestina.
De acordo com a legislação existente em Israel, é necessário provar, por critérios religiosos ortodoxos judeus, a ascendência judaica por linhagem materna até a quarta geração, para poder possuir, trabalhar ou mesmo sublocar terra. Como eu digo sempre, nas palestras em que apresento meus pontos de vista, em qualquer país do mundo (seja Brasil, EUA, onde for), se fosse necessário preencher requisitos parecidos com esses, ninguém duvidaria do caráter racista de tal Estado; seria notória a existência de um regime fascista.
A Suprema Corte em Israel tem ratificado que Israel é o Estado do povo judeu e que, para participar da vida política israelense, organizar um partido político, por exemplo, ou ter uma organização política, ou mesmo um clube público, é necessário afirmar que se aceita o caráter exclusivamente judeu do Estado de Israel. É um Estado colonial racista, no qual os direitos são limitados à população colonizadora, na base de critérios raciais.
O terceiro mito do qual falo em meu livro é aquele criado para justificativa da política de Israel, que se diz baseada em critérios de segurança nacional. A verdade é que Israel é a quarta potência militar do mundo. Desde 1948, os EUA deram a Israel US$ 92 bilhões em ajuda direta. A magnitude dessa soma pode ser avaliada quando observamos que a população israelense variou entre 2 a 3 milhões nesse período. Se o governo americano (sic) dá algum dinheiro para países como Taiwan, Brasil, Argentina, e a aplicação desse dinheiro tiver alguma relação com fins militares, a condição é que as compras desse material têm que ser feitas aos EUA. Mas há uma exceção: as compras de material bélico podem ser feitas também de Israel. Israel é tratado pelos EUA como parte de seu território, em todos os assuntos comerciais.
O que motivaria uma potência imperialista a subsidiar tanto um Estado colonial? A verdade é que Israel não pode mesmo existir sem a ajuda americana (sic), sem os US$ 10 bilhões anuais. Israel é, portanto, a extensão do imperialismo na região do Oriente Médio. Israel é o instrumento através do qual a revolução árabe é mantida sob controle. É, portanto, o instrumento através do qual as ricas reservas do Oriente Médio são mantidas sob o controle do imperialismo americano (sic). É também um meio através do qual os regimes sanguinários dos países árabes são mantidos no governo, graças ao clima de tensão gerado por uma possível invasão israelense.
O quarto mito a que me refiro no livro, que tem influenciado a opinião pública mundial, refere-se à origem do sionismo, à origem do Estado de Israel. O sionismo tem sido apresentado como o legado moral do holocausto, das vítimas dele. O movimento sionista tem como que se “alimentado” da mortandade colectiva dos 6 milhões de vítimas da exterminação nazista na Europa. Esta é uma terrível e selvagem ironia. A verdade é bem o oposto disso. A liderança sionista colaborou com os piores perseguidores dos judeus durante o século XIX e o século XX, incluindo os nazistas.
Quando alguém tenta explicar isso para as pessoas, elas geralmente ficam chocadas, e perguntam: o que poderia motivar tal colaboração? Os judeus foram perseguidos e oprimidos por séculos na Europa e, como todo povo oprimido, foram empurrados, impelidos a desafiar o establishment, o status quo. Os judeus eram críticos, eram dissidentes. Eles foram impelidos a questionar a ordem que os perseguia. Então, o melhor das mentes da inteligência judia foi impelido para movimentos que lutavam por mudanças sociais, ameaçando os governos estabelecidos. Os sionistas exploraram esse fato a ponto de dizer para vários governos reacionários que o movimento sionista iria ajudá-los a remover esses judeus de seus países. O movimento sionista fez o mesmo apelo ao Kaiser na Alemanha, obtendo dele dinheiro e armas. Eles se reivindicavam como a melhor garantia dos interesses imperialistas no Oriente Médio, inclusive para os fascistas e os nazistas.
ST – Como se deu essa colaboração dos sionistas com os nazistas?
RS – Em 1941, o partido político de Itzhak Shamir (conhecido hoje como Likud) concluiu um pacto militar com o 3º Reich alemão. O acordo consistia em lutar ao lado dos nazistas e fundar um Estado autoritário colonial, sob a direcção do 3º Reich. Outro aspecto da colaboração entre os sionistas e governos e Estados perseguidores dos judeus é o fato de o movimento sionista ter lutado activamente para mudar as leis de imigração nos EUA, na Inglaterra e em outros países, tornando mais difícil a emigração de judeus perseguidos na Europa para esses países. Os sionistas sabiam que, podendo, os judeus perseguidos na Europa tentariam emigrar para os EUA, para a Grã Bretanha, para o Canadá. Eles não eram sionistas, não tinham interesse em emigrar para uma terra remota como a Palestina. Em 1944, o movimento sionista refez um novo acordo com Adolf Eichmann. David Ben Gurion, do movimento sionista, mandou um enviado, de nome Rudolph Kastner, para se encontrar com Eichmann na Hungria e concluir um acordo pelo qual os sionistas concordaram em manter silêncio sobre os planos de exterminação de 800 mil judeus húngaros e mesmo evitar resistências, em troca de ter 600 líderes sionistas libertados do controle nazista e enviados para a Palestina. Portanto, o mito de que o sionismo e o Estado de Israel são o legado moral do holocausto tem um particular aspecto irónico, porque o que o movimento sionista fez quando os judeus na Europa tinham a sua existência ameaçada foi fazer acordos, e colaborar com o nacional socialismo.

1. Mais informações sobre o autor em http://en.wikipedia.org/wiki/Ralph_Schoenman  

7 comentários:

Joelma disse...

Fantásticas as revelações de Ralph Schoenman principalmente sobre os contatos entre judeus e nazistas o que faz parte mesmo de uma verdadeira História Oculta do Sionismo.
E como você falou muito bem abre conhecimentos sobre o assunto. Um assunto de fato oculto e desconhecido. Tão guardado a 7 chaves e oculto que é a negativa do que eles apregoam a todo instante.
Revelações surpreendentes. Fiquei chocada.

Jonga Olivieri disse...

Sem dúvida abrem-se novas perspectivas de análise sobre a questão.

André Setaro disse...

Surpreendente a constatação do relacionamento dos judeus com o nazismo. Grando furo do blog!

Jonga Olivieri disse...

Não sei se é bem um furo. Quer dizer, a entrevista foi feita em 1989.
O problema é que nunca foi muito divulgada. Fácil saber porque!
Mas eu apenas a reproduzi. E ao que parece o livro dele aborda a problemática.
Agora, só para ver, Eichman foi aquele capturado na Argentina. Terá sido "queima de arquivo"? Quase posso apostar nisso...

Mário disse...

Não tenho qualquer dúvida da manipulação feita pela mídia ao não divulgar essas notícias que não interessam aos poderosos.
Assim como tantas outras que ficam arquivadas.
Passamos hoje em dia por um processo de filtragem do que podemos ou não podemos saber. Apesar da internet nos ampliar as possibilidades de conhecer mais coisas, o que importa é que ficam restritas a quem corre atrás.
E certamente foi o seu caso com a entrevista.

Jonga Olivieri disse...

E como! Há possibilidades de pesquisar, mas às vezes é difícil obter algumas informações.
Ademais, veja bem, um blogue como este eu não acho que seja tão lido assim. Seguidores tenho somente 39, e menos comentaristas ainda.

Nicolau da Romênia disse...

Judeus, os Maiores Nazistas do mundo! Judeus, criadores do comunismo judaico e do Gulag na Sibéria com 100 milhões de mortos e assassinatos em massa pela Besta Judeo-Comunista!