A cada dia a situação na Grécia está se tornando mais revolucionária. O país foi paralisado por uma onda de greves, agora centradas no setor público e nas empresas estatais. Esta é a resposta que os trabalhadores estão a dar na tentativa de se livrarem dos pesados ataques do governo. Estas greves foram precedidas pelo movimento de ocupação estudantil nas universidades e escolas no mês de setembro, e há mobilizações nos locais de trabalho onde se encontram os sindicatos mais poderosos da classe trabalhadora, que estão ocupando muitos prédios governamentais.
Pela primeira vez os setores estatais têm o apoio da maioria esmagadora dos trabalhadores desempregados e do setor privado. A percepção de que estes setores (funcionários públicos) eram privilegiados, não existe mais porque é precisamente ele que se encontra no alvo das medidas mais recentes, com demissões em massa e cortes de até 50% em seus salários. A linha que dividia e separava os trabalhadores públicos e privados não existe mais e isso é resultante dos ataques desesperados realizados pelo governo.
Agora, também no setor privado, vemos uma gigantesca investida do governo com a nova lei exigida pela equipe constituída por responsáveis da UE e FMI que negociaram as condições de resgate financeiro na Grécia (tambem na Irlanda e Portugal), apresentada ao parlamento na última semana, a qual visa reduzir o salário mínimo de 750 para 550 euros, desprezando o Acordo Coletivo Geral Nacional e os demais acordos coletivos setoriais. O resultado de tudo isso é que a atmosfera entre os trabalhadores tem se tornado mais e mais militante.
O clima está amadurecendo e indo além da greve geral de 48 horas, iniciada na última 4ª feira. A ideia de que é preciso fazer uma greve total --e política-- está clara, e significa uma virada da situação na Grécia. É a expressão da intensa raiva gerada no seio dos trabalhadores em todo o país, que não estava preparado para segurar todos os ataques que estão acontecendo. A luta de classes declarada que está acontecendo ali é um importante marco para a revolução anti capitalista mundial.
6 comentários:
Os europeus, que tanto sofreram com a Segunda Guerra Mundial, estão, agora, sendo vítimas da usura do capitalismo internacional. Sim, é bem possível que as agitações verificadas na Grécia podem ser sintomáticas de uma revolta geral que possa por em perigo a estabilidade do capitalismo e, quem sabe? uma reformulação de rumos. Na verdade, a exigência dos cortes que devem, espartanamente, como no tempo de Leônidas, ser feitos em algumas nações europeias, é uma exigência para que os países mais carentes paguem os juros de empréstimos pretéritos. A anunciada injeção financeira 'de ajuda' tem por objetivo precípuo que seja usada no pagamento dos juros, mesmo que sacrificando milhões de pessoas - os funcionários públicos, por exemplo, na Grécia, não recebem há mais de 4 meses.
A revolução não será privilegiada como uma vez vir escrita em uma camisa de grife. O capitalismo não pode mais conter suas fissuras, tapar seus buracos. Ali começa uma revolução que servirá de exemplo para o mundo, e quem sabe se ouvirá o grito abafado a século: Trabalhadores de todo o mundo: uni-vos!
http://filospop.blogspot.com/
A população em todo o mundo está a tomar consciência de que o sistema capitalista causa danos, inclusive à vida na Terra.
Usando suas palavras, pode ser uma "reformulação de rumos"... A busca de novos caminhos para toda a humanidade.
Na Grécia, como em Portugal, Irlanda e outros países da UE, os capitalistas começaram a cobrar os investimentos em massa aplicados naqueles países atrasados da Europa.
Quando morei em Portugal, na décad de 1990, costumava dizer, ao observar as "obras" realizadas no país: "isto tudo tem um preço que um dia será cobrado!". Dito e feito...
A própria "globalização" proporcionou uma facilidadse maior de se entender a proposta de Marx; que se resume no fato de que uma sociedade socialista não pode estar dividida em "nações", uma instituição burguesa.
Aliás, foi o grande equívoco da URSS, quando Stalin se propôs a implantar o "socialismo em um só país" ao qual se opôs Trotsky que acabou sendo assassinado a mando do adversário.
Mas a verdade é que a revolução assume um caráter essencialmente mundial e coeso. O que está acontecendo na Grécia tem reflexos em todas as partes e o sentiod é o mesmo!
A Grécia está sendo (mesmo) vítima da cobrança de suas dívidas pagas a membros da própria União Europeia, como a Alemanha e a França.
E uma cobrança com juros e correção monetária!
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