E o metrô do Rio, será que decola?

O novo vagão chinês em exposição na Estação Carioca. Quando?

Decolar mesmo não precisa, mas no sentido figurativo, sem dúvida. Volto a falar do nosso metrô porque ele evoluiu muito pouco nestes 33 anos de existência. Enquanto o de São Paulo, inaugurado em 1974 já se aproxima dos 100 quilômetros de extensão o nosso encontra-se nos seus modestos 36.

Está bem, se partirmos do princípio que aquela cidade cresceu muito mais do que a nossa, que é o “coração” econômico do país e outros chavões a mais, e que iniciou as operações metroviárias cerca de cinco anos antes da nossa, até podemos considerar este fato.

Mas... Precisamos levar em conta outros fatores, como o de que durante décadas a máfia dos transportes (leia-se empresas de ônibus) compraram descaradamente sucessivos governos, assembléias de vereadores e deputados estaduais para barrar por completo projetos e obras de expansão, ou que a privatização do metrô carioca foi um verdadeiro desastre.

Agora, pressionadas por eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas em 2014 e 1015 respectivamente, até que enfim os trilhos irão alcançar a Barra da Tijuca o que vai dar ao metrô carioca uma outra dimensão urbana e o fará  ultrapassar os 60 quilômetros.

No entanto pergunto por que as “autoridades” não consideram até hoje a realização em larga escala do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), meio de transporte de construção barata e que diminuiria consideravelmente a quantidade dos ônibus poluidores que existem na cidade.

Projeto do VLT no Rio de Janeiro

Há uma linha de VLT prevista para 2015 na zona portuária, que está a passar por uma remodelação e modernização semelhante às que ocorreram em Lisboa e Buenos Aires. Espero que isto abra os olhos dos administradores para que instalem estes modernos bondes em outros percursos da cidade. Na contramão desta tendência universal, o “alcaide” acaba de inaugurar (precariamente, com fins apenas eleitoreiros) uma via expressa exclusiva para ônibus, ligando a Barra a Santa Cruz. Uma prova de que a pressão corrupta da máfia das empresas de ônibus continua a agir impunemente. E  poluindo o ar que respiramos...

E no fim das contas resta a questão de que os novos carros chineses estão com sérios problemas de engenharia para que entrem em circulação. Isto foi uma prova cabal da total falta de planejamento em uma operação de tamanha responsabilidade. O que, aliás, mostra as razões do descarado atraso no início das operações destas composições, anteriormente previstas e prometidas para 2010. Enquanto isso as “velhas” máquinas estão em circulação com menos um carro nos horários de pique nas duas linhas existentes.

As previsões são para o início dos novos comboios apenas em 2013, embora a empresa houvesse prometido para setembro deste ano e já tenha exposta uma das unidades na estação Carioca. Aguardemos...