Foto montagem (simbólica) de Cachoeira e Cabral... Tudo a ver! |
Transcrevo abaixo (na íntegra) o
corajoso texto assinado por Alice Haag (1) e que republico nesta “Pensata de
domingo”. E é para ler e pensar, porque afinal Alice demonstra conhecer com
profundidade e descreve com alguns detalhes e ousadia aquilo a que muitos se
referem como a “quadrilha do Cabral”.
As entranhas do governo Cabral: o
mais corrupto da história do Rio de Janeiro
Vamos
começar pelos personagens que cercam Sérgio Cabral, os “generais” que comandam
a pilhagem dos recursos públicos, que estão saqueando a população do Rio de
Janeiro, através de farsas, negociatas, maracutaias e tramas nos bastidores. É
a turma dos negócios promíscuos de Cabral. Vocês vão ver que por muito menos
Collor e José Roberto Arruda (Distrito Federal) sofreram o impeachment. Preparem-se!
Os
negócios em família, Adriana Ancelmo Cabral – a esposa. O escritório de
advogacia, do qual é sócia majoritária, tem como clientes, empresas
concessionárias de serviços públicos estaduais e outras que têm contratos de
prestação de serviços com o Estado. O Metrô
e a Supervia, apesar dos caóticos
serviços prestados, conseguiram por intermédio de Adriana, que o marido,
Cabral, renovasse por mais 30 anos os contratos de concessão (2). A esposa de
Cabral também advoga para o Grupo
Facility, do “Rei Arthur”, que tem contratos de mais de R$ 1,5 bilhão com o
governo Cabral. A mulher de Cabral representa os interesses jurídicos de várias
empresas que têm contratos milionários com o Estado e dependem de decisões do
governador.
Mauricinho
Cabral – o irmão de Cabral. Esse é um personagem que se move nas sombras, mas
toda a mídia conhece muito bem, e o protege por interesse próprio. É
publicitário e não tem nenhum cargo no governo. Mas é ele que controla a
milionária verba de publicidade e se reúne com o pessoal dos grandes veículos
de comunicação. Usa a agência FSB para distribuir as verbas e comprar a
blindagem do irmão Cabral.
Outro
que virou alma gêmea nos negócios, Luiz Fernando Pezão – o vice-governador, é o
homem que cuida das obras do Estado e negocia os contratos milionários e está
sujo dos pés grandes até a cabeça, passando pelas mãos ainda maiores, que lhe
rendem o apelido de “Mão Grande”. Usa seu subsecretário, Hudson Braga para
fazer a ponte com as empreiteiras, menos a Delta,
que é linha direta Cabral – Fernando Cavendish. Está enrolado no TCU por conta
do contrato da Delta, das obras do
Arco Rodoviário. Um escândalo de superfaturamento. É o responsável pela reforma
do Maracanã e vai ter que responder por que mandou pagar R$ 8 milhões à Delta antecipadamente, antes mesmo de
realizar algumas intervenções previstas no contrato. Está metido numa negociata
da desapropriação de um imóvel em Barra do Piraí, que pertencia à família de
sua mulher, foi super avaliado e em seguida desapropriado por um valor muito
acima do mercado.
Os
amigos e braços direitos nos negócios: Régis Fichtner – o secretário da Casa
Civil é um dos braços-direitos de Cabral desde que ele era deputado na
ALERJ. Responsável pelas negociatas de imóveis desapropriados do banqueiro
Daniel Dantas, denunciadas pela revista Carta
Capital. O banqueiro ganhou milhões graças à generosidade da caneta de
Cabral negociada com Régis Fichtner. Acertou e foi o autor da chamada Lei Luciano Huck, que legalizou centenas
de imóveis de luxo construídos em área de preservação de Angra dos Reis,
beneficiando o apresentador e muita gente graúda. É o interlocutor com a Justiça
e o Ministério Público.
Wilson
Carlos – o secretário de Governo. Amigo de Cabral desde os tempos de estudante
é o homem que cuida dos negócios com os políticos. É o outro braço direito.
Cuida do toma lá dá cá de Cabral. Foi flagrado em uma investigação da Polícia
Federal como possuidor de contas não declaradas em paraísos fiscais na China.
Os
secretários bons de negócios: Sérgio Côrtes – o secretário de Saúde Esse
é o campeão de negócios sujos. Grupo
Facility, TOESA e as ambulâncias, TCI, Barrier e os remédios. Mansão,
cobertura, joalheria. Luxos milionários que não têm como ser explicados.
José
Mariano Beltrame – o secretário de segurança responsável pelo contrato de
aluguel dos carros da PM, a negociata com a Julio Simões cujo valor pago por
viatura dá para comprar duas novas por ano. Acusado por seu ex-subsecretário de
fazer escutas ilegais. Numa afronta à Constituição ganha mais que ministro do
STF acumulando indevidamente salário da Polícia Federal. É o responsável pela
política de acordos com as milícias. Tinha como assessores de confiança um
falso tenente-coronel do Exército e o miliciano Chico Bala. Abafou as
investigações da corrupção na Polícia Civil descobertas pela Operação
Guilhotina e com medo da ameaça de revelações do delegado Allan Turnowski, de
acusador virou sua testemunha de defesa. Turnowski sabe as relações de Beltrame
com as milícias, que estão por trás da farsa das UPPs.
Wilson
Risolia – o secretário de Educação. O economista do mercado imobiliário que desde
o início do ano toca os negócios milionários de aluguel de aparelhos de ar
condicionado e outros equipamentos; além das compras superfaturadas de
computadores e outros. Julio Lopes – o secretário de Transportes, o homem que
negocia com as empresas de ônibus, além do Metrô,
das Barcas e da Supervia. Está por trás de toda a proteção às empresas e manda os passageiros
terem paciência.
Os
empresários parceiros de negócios, Arthur Cezar de Menezes Soares Filho, o “Rei
Arthur” – Grupo Facility. O poderoso
“Rei Arthur” vive escondido em Miami, numa mansão milionária – dizem que tem
medo de ser preso no Brasil - e chegou a abrir uma filial do Porcão na cidade, para satisfazer seu
gosto por churrasco. Tem no governo Cabral contratos de prestação de serviços
que ultrapassam R$ 1,5 bilhão, muitos sem licitação. Tem funcionários
terceirizados em praticamente todas as áreas do governo Cabral, além do
Ministério Público e da Polícia Federal. Cabral viaja no seu jatinho e já se
hospedou mais de uma vez na sua mansão de Miami.
Fernando
Cavendish – Empreiteira Delta (3). Esse é o segundo mais poderoso
empresário do grupo de Cabral pelo valor dos contratos, R$ 1 bilhão, grande
parte sem licitação. Mas é o primeiro no coração de Cabral que intermediou a
entrada da Delta em mais contratos
milionários da prefeitura do Rio, além de outras. Está em maus lençóis depois
de tudo o que está vindo à tona, por conta do acidente de helicóptero da Bahia.
Segundo a revista Veja, bate no peito
pra dizer que pode comprar políticos. De pequeno empreiteiro virou o campeão de
obras no Rio, sob a benção do amigo Cabral, também seu vizinho do condomínio PortoBello, como o secretário Sérgio
Côrtes.
Natalino
e Jerominho – Os irmãos milicianos e ex-políticos cassados Um
ex-deputado, o outro ex-vereador. Chefes da milícia Liga da Justiça fizeram acordo político com Cabral, que andava com
eles pra cima e pra baixo e até cantou com eles num palanque na Zona Oeste.
Depois foram traídos por Cabral que não confiava neles, e que usou a milícia
rival de Chico Bala, por sugestão de Beltrame para destroná-los.
Eduardo
Paes – O prefeito do Rio, afilhado político de Sérgio Cabral. Retribuiu o apoio
do padrinho fraqueando os contratos da prefeitura aos amigos de Cabral, “Rei
Arthur” (Facility) e Fernando
Cavendish (Delta). Os dois
multiplicaram por muitas vezes seus negócios com a prefeitura de Paes.
Jorge
Picciani – O presidente do PMDB e ex-presidente da ALERJ O homem que deu
sustentação política a Cabral na ALERJ, durante os quatro anos que a presidiu.
Barrou qualquer tentativa de investigação. Nos bastidores tentou de todas as
formas, destruir adversários de Cabral, que podiam atrapalhar os negócios.
Participa ativamente do governo Cabral. A secretaria de Educação é dele, e está
por trás dos contratos da compra de computadores superfaturados e de aluguel de
ar de condicionado. A empresa Investiplan,
que pertence a Paulo Trindade, sócio de Picciani em negócios de gado, detém
mais de 90% dos contratos de informática do governo Cabral. A Investiplan também está envolvida no
Mensalão do Arruda, no Distrito Federal.
Paulo
Melo, o presidente da ALERJ, era até o ano passado o Líder de Cabral e quem
comandava a tropa de choque que protegia o governador. De vendedor de cocadas
virou um dos maiores milionários da Região dos Lagos, onde os contratos do
governo Cabral passam pela sua negociação. É o campeão da multiplicação do patrimônio
pessoal entre os presidentes de assembléias legislativas do país, segundo
revelou recente reportagem. Dono de inúmeros imóveis adquiriu recentemente uma
fazenda milionária em Rio Bonito e é dono de hotel, em Araruama. Segundo ele
ficou rico ganhando comissões como corretor de imóveis na Região dos Lagos.
Olha,
e isso é apenas um breve resumo das participações de cada personagem. Esse é o
time de Cabral que comanda o mar de lama no nosso Estado. Convenhamos que só
pelo que mostrei aqui, e pelas pessoas envolvidas, da família e os principais
cargos chave do governo, o escândalo do impeachment
de Collor e do Mensalão do Arruda, no Distrito Federal não chegam nem perto. Ou
como definiu há algum tempo o jornalista Cláudio Humberto, os dois primeiros
casos parecem “Sessão da Tarde” perto do que acontece nas entranhas do governo
Cabral.
(*) A expressão é inspirada em “PoeMeu
dos outros” de Millôr Fernandes.
1. Este artigo foi publicado no
“SOS Bombeiros RJ” em 11 de julho de 2011. Imagina o que deve ter acontecido de
um ano para cá?
2. Já havia comentado neste blogue
sobre a renovação do contrato de concessão do metrô (Opportrans) até 2030 (um
verdadeiro absurdo), mas desconhecia o fato de ter acontecido o mesmo procedimento
com os trens suburbanos (Supervia).
3. Resta dizer que esta matéria
foi escrita antes do ‘Escândalo Cachoeira”...
11 comentários:
Como de hábito, esta pensata dominical vem ao encontro da necessidade dos leitores de ter uma informação crítica de nível mais apurado.
Bando de filhas da puta! Uma verdadeira quadrilha. Eu sei disso, mas os detalhes que Alice expõem são de fato reveladores.
Ué,postei um comentário mais cedo e não foi publicado. Você o recebeu?
Em todo caso repito aqui que o texto da Alice Haag é corajoso. E que da mesma forma você também é corajoso em denunciar essa quadrilha!!!
É mesmo uma quadrilha. Basta citar que segundo relatório da Polícia Federal (Operação Castelo de Areia), Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, tratado como "Avestruz", recebia a propina da empreiteira Camargo Corrêa e a entregava a Wilson Carlos, braço-direito de Sergio Cabral.
"Avestruz" também é sócio de Maurício Cabral na empresa LRG Consultoria e Participações. Tem muita propina rolando nessa história, certo?
Não Joelma, não recebi o seu comentário anterior.
Uma verdadeira CANALHADA!
Anselmo
Creio que nem Garotinho tenha ido tão fundo quanto Cabral em corrupção de forma deslavada.
A sua saída antecipada (já anunciada) A saída antecipada beneficiaria três de seus principais aliados em uma só tacada: o vice-governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o filho do governador Marco Antônio Cabral.
Com a saída de Cabral em dezembro de 2013, Pezão teria dez meses até as eleições, se apresentando à população como governador, inaugurando obras, gerindo a máquina e participando de eventos de governo. Esse foi justamente o argumento apresentado por Cabral a Dilma.
Ao mesmo tempo, essa estratégia atende outro compromisso de Cabral: pavimentar o caminho de Eduardo Paes para ser governador do Rio em 2018. Concorrendo ao governo no exercício do mandato, Pezão ficaria impossibilitado de disputar a reeleição em 2018, beneficiando, então, o prefeito do Rio.
Além de resolver as situações de Paes e Pezão, a saída de Cabral do governo em dezembro de 2013 permitiria ao governador construir a carreira de seu legítimo herdeiro: o filho Marco Antônio Cabral. Assessor de Paes na prefeitura do Rio, Marco Antônio já conquistou aliados no círculo político, mas não poderia concorrer em 2014 caso Cabral continuasse no governo. A Constituição proíbe que parentes de até segundo grau de presidentes, governadores e prefeitos sejam candidatos na mesma jurisdição.
As tão badaladas Unidades de Pronto-Atendimento 24h (UPAs) – por coincidência a cargo de médicos cooperativados – também se tornaram um escândalo impune. Já foi denunciado que a utilização de contêineres ou módulos pré-moldados de aço para erguer as Unidades de Pronto-Atendimento 24h (UPAs) custa, em média, 25% mais caro que construir um hospital inteiro de alvenaria.
Apesar da estúpida diferença de custos, o uso das estruturas metálicas virou uma febre no Estado, desde que o governo Sergio Cabral inaugurou a primeira UPA na Maré, em 2007. Desde então, já foram instaladas mais 41 unidades com esse tipo de material. Outras secretarias, como as de Governo e Segurança, além de municípios do interior, da prefeitura da capital e da Guarda Municipal, passaram também a adotar os pré-moldados metálicos, criados há décadas pela genialidade do arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), que do governo estadual nem recebe royalties pela concepção desse tipo de posto de saúde, que já existia quando Cabral e Cortes nem pensavam em saquear os cofres públicos.
E o que são essas UPAs? Nada mais do que factóides criados pelo inventiva e furtiva dupla de Sergios Malandros – o Cabral e seu cúmplice Côrtes, o secretário de Saúde mais corrupto de que se tem notícia na História desse Estado.
Ao invés de cumprirem a obrigação de recuperar a rede hospitalar e os postos de saúde do Estado e da Prefeitura do Rio, a troika Cabral, Côrtes e o prefeito Eduardo Paes se apropriou dos projetos do famoso arquiteto para o esquema das UPAs, que nada mais são do que postos de saúde que funcionam em regime 24 horas. Não contentes de roubar o erário, decidiram roubar também a ideia do grande arquiteto, era só o que faltava.
Enquanto os hospitais e postos de saúde convencionais funcionam cada vez mais precariamente, as UPAs serviram como uma espécie de gigantescos e reluzentes painéis publicitários, a exibir à população “a excelência” de seus governantes, garantindo a reeleição do governador e a continuidade de seu criminoso secretário de Saúde.
Os custos de instalação das UPAs já chamaram a atenção dos promotores da área de saúde do Ministério Público estadual, que investigam suspeitas de superfaturamento na compra das estruturas de aço. Nos Tribunais de Contas do Estado (TCE) e do Município (TCM), tramitam processos nos quais os técnicos questionam os valores e os processos licitatórios de instalação das UPAs. Já se sabe que isso não vai dar em nada, mas é pelo menos um consolo para as pessoas de bem.
E agora com as Olimpíadas?
A pretexto de conhecer a mecânica de um evento em que ele nem será mais o governador, Cabral está prevendo quatro idas a Londres durante o período do eventoe um jatinho exclusivo para este fim.
O fim mesmo é a "cara-de-pau"!
A família? A família tambem vai, claro!
AVISO AOS NAVEGANTES:
Tenho recebido inúmeros comentários (pró ou contra) de "Anônimos" que nem sequer colocam uma porra dum pseudônimo qualquer.
Já até postei comentários assim no passado,mas de agora em diante, invente pelo menos um apelido e manda que eu publico.
Falou?
Política no Brasil é algo bem mais hediondo do que em Portugal!
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