O
presidente da Comissão
de Assuntos Internacionais do Parlamento
russo, Alexey Pushkov alertou que o deslocamento do sistema de mísseis de
defesa dos EUA no Golfo Persa é sinal de que pode estar em preparação um ataque
militar ao Irã. Peshkov é um político influente, próximo do Kremlin, com acesso à inteligência russa
merece certa atenção.
De
fato, houve outros alertas desse tipo, no nível da ”segurança” em Moscou. O
comandante geral do exército russo, general Nikolay Makarov, disse recentemente
que, em sua avaliação, é possível um ataque militar dos EUA ainda nesse próximo
verão.
O
alerta de Pushkov faz sentido, dado que o sistema de mísseis antibalísticos
visa a neutralizar a capacidade do Irã para retaliar. Pushkov associou seu
comentário à decisão, dos alemães, de vender seis submarinos classe Dolphin a Israel, que descreveu como
abominável, porque amplia a capacidade de Israel montar ataque pelo mar.
Estarão
os EUA lançando uma campanha de “guerra psicológica”, pensando em amolecer a posição do
Irã, ou então, será que o governo Obama concluiu que nada sairá daquelas
conversas?
Talvez,
possa vir a ser a “explicação mãe” de todas as explicações, Obama quer apenas
que os sauditas não parem de bombear petróleo extra, a fim de manter baixos os
preços do combustível até as eleições, para impedir que os consumidores respondam
à carestia, nas urnas.
Fato
é que o caminho da paz é arriscado para Obama, porque, para ser bem sucedido
nas negociações, é preciso que os EUA sejam flexíveis, assim como se espera que
Teerã faça concessões. Enquanto isso, resta pouco espaço de manobra para Obama.
E, por outro lado, a atitude politicamente mais segura para ele será mostrar-se
“O Super
Falcão”, em relação ao Irã.
O
mais recente vazamento pelos jornais, sobre a “abertura” de Obama ao
Irã visa, provavelmente, a abrir caminho para que, adiante, Obama diga que
estava preparado para avançar em negociações, mas a teimosia e a intransigência
de Teerã frustraram seus esforços pela paz. Por essa via, aliás, não é difícil
forçar um pouco mais e justificar um cada vez mais evidente ataque militar.
Os
EUA, obviamente, estão investindo todas as esperanças na ideia de que a “bola
da vez” (como a anterior) receberá, sem reagir, aos golpes dos EUA/Israel. Nada
menos garantido. Claro que os EUA têm vasta superioridade sobre o Irã. Vide o show de “choque e pavor” nas telas das
redes de TV em todo o mundo, impressionando o público estadunidense, que passa
a ver o seu “Comandante em Chefe” como um homem durão.
Mas...
e depois? Dentre as respostas “assimétricas” do Irã, com certeza este se
retirará do “Tratado de Não Proliferação Nuclear”. E que opções restarão a
Obama e seus aliados sionistas? Continuar bombardeando o Irã? De quanto em
quanto tempo?
4 comentários:
Tenho que deixar registado o facto de que acordei às seis horas deste primeiro domingo de Setembro e logo que comecei o meu passeio matinal pelas vias da internet deparei-me com esta excelente análise de um conflicto, que, creio estar à beira de suceder-se.
É inevitável pelo que se tem ouvido e lido que aconteça mesmo. Os Israelitas estão a anunciar isto acobertados pela Sra. Clinton de forma aberta. Seria interessante acrescer que os seis submarinos da Classe Dolphin foram vendidos pela Alemanha para Israel a preços de custo em Junho passado.
A nós, resta-nos aguardar os acontecimentos, os portugueses bem mais próximos ao cenário do que virá por aí. E que tememos!
Ó pá, lembrastes-me que aí trocam israelenses por israelitas e vice-versa...
Quando vejos as pessoas envolvidas a questão, quase concluo que a Gurra Fria não terminou jamais.
L.P.
O Luis tem toda razão: os nomes podem até ter mudado, mas a disputa Rússia x EUA continua.
E a situação do Irã, da Síria e outras são decorrência desta velha richa.
Até Israel já estava embolado neste 'mix' nos anos 60.
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